"A liberalização comercial não só não é compatível (sic) com o crescimento mas até o facilita, desde que a taxa cambial seja realista. A sobrevalorização cambial, esta sim é perigosa, pois equivale a um subsídio às importações, em detrimento dos produtores nacionais."
Amanhã coloco a resposta aqui.
Respondendo: a frase é do ex-ministro Roberto Campos, em Reflexões Sobre a Modernização, de dezembro de 1992. No mesmo artigo, porém, ele critica a adoção de política industrial: “Toda vez que o tecnocrata opta por uma ´política industrial´ ativista, ele quer aumentar seu poder de intervenção para ´coordenar´ a produção e escolher os ´setores de ponta´, como se ele e não o empresário fosse o descobridor de oportunidades. A melhor política industrial para o Brasil é não ter uma política industrial, deixando o empresário livre para produzir.”
Claro que o difícil é saber o que determina se o câmbio é ou não sobrevalorizado, e resta imaginar que resposta o velho Campos daria para essa pergunta (ou, se alguém já leu algo dele a respeito, pode colocar aí nos comentários).
P.S. "O" Anônimo, nos comentários, apontou, com razão, uma dupla negativa esquisita no texto. Eu tentei arrumar trocando "compatível" para "incompatível", mas estou longe do livro pra checar. Arrumo assim que o fizer. Update: arrumei, e era como estava, ainda que o sentido seja o oposto.
P.P.S. A julgar por alguns dos palpites aí nos comentários, bastante gente acha que gasto muito mal meu escasso tempo de descanso. Preciso melhorar a imagem.
22 comentários:
Defina o que é "taxa cambial realista"?
acho que é o Bresser-Pereira.
Mantega ! Sempre ele.
Anon, o texto de onde tirei tampouco define...
Tem toda a pinta de GV-SP...
Sei que não foi do autor deste novo livro:
http://www.amazon.com/gp/product/1400067820/ref=as_li_tf_tl?ie=UTF8&tag=test12-20&linkCode=as2&camp=1789&creative=9325&creativeASIN=1400067820
Abs,
Carlinhos Cachoeira!
e do Mantega !!!
t.m
acho que essa frase e do MARX
Marx, Mantega ou bresser !!, um dos tres
Só pode ser da FIESP.
"A liberalização comercial não só não é compatível com o crescimento mas até o facilita"
Isso nao parece fazer sentido. Alguem nao sabe usar o duplo negativo.
Mário Henrique Simonsen? Soa antigo
"O", tem razão. Tem cara mais de typo meu, e estou sem o livro aqui pra checar. Logo arrumo.
"O", vc escreveu errado:
"não só não é INcompatível".
Eu ia engordar os palpites com Delfim Netto. Mas pro DK postar, tem surpresinha. Vou com algum papa sensato que conhece as limitações de seus modelos:
Samuelson
O "o" está certo, eu é que mudei depois pra "incompatível" pra ficar coerente com o resto da frase (ainda não conferi como está no livro). Desculpem pela confusão.
Não é pq ele é contra a "sobrevalorização" que necessariamente ele é a favor da "subvalorização". Nada indica isto no trecho, e até o contrário. Acho que oq ele defende é a ñ intervenção, seja ela qual for.
Se você partir da premissa que a combinação de juro alto com ambiente internacional favorável leva a uma sobrevalorização do câmbio, e considerando que o juro é um preço intervido (determinado pelo banco central), dá para concluir que o câmbio atual é artificialmente valorizado. Mas talvez seja forçar demais o argumento.
Cacilda, e olha que eu conheço bem o Bob... Esperaria qualquer um menos ele.
Mas o intervalo dos juros é contínuo, ou seja, se o BC abaixar o juros ele nunca encontrará o ponto específico aonde o cambio ñ fique nem sobrevalorizado nem subvalorizado. Então a pergunta é: qual erra menos ? Arredondando grosseiramente é o juros que minimiza as intervenções do BC no mercado aberto. Parece q já passamos desse ponto. (fora juros, o BC compra dólares diretamente, Fazenda cria IOF et al. então c/ certeza o câmbio está hoje subvalorizado)
Não sei qual o auê todo? Não existe absolutamente nada de controverso em apontar para os riscos e custos de uma sobrevalorização cambial. Ainda mais no Brasil, onde é óbvio além de qualquer dúvida que vivemos tais problemas.
Vai ter quem diga que o câmbio deveria ser ainda mais apreciado, caso o BC não intervisse.
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