sexta-feira, 4 de maio de 2012

O Índice de Preços da The Economist

Dia desses fui tomar um café no posto de gasolina aqui perto do escritório (isso é São Paulo - o posto é muito mais próximo do que qualquer café das imediações) e, entre as revistas, estava a venda a The Economist - a meros R$ 24,90. O preço de capa é tabelado no mundo todo, e, pelo menos no caso do Brasil, muito mais caro que a assinatura (que custa US$ 270 - ao câmbio atual, pouco mais de R$ 10 por edição). Tirei uma foto (porca) da tabela de preços (abaixo) e resolvi checar se, como vale para muitos outros produtos, a The Economist no Brasil é a mais cara do mundo. Calculei o preço em dólares para cada país e comparei com o preço da revista no Reino Unido - essa é a metodologia que a revista usa para o índice Big Mac, sendo o descolamento entre o preço do sanduíche em cada país e nos EUA uma medida de valorização do câmbio real. No caso da revista, esse indicador não tem tanto valor, já que (creio) a revista é impressa em poucos lugares, com custos de produção (entre insumos e mão de obra) que não variam de acordo com o país onde é vendida. De qualquer forma, os resultados são interessantes:



A tabela inclui só os países para onde a edição "latina" é distribuída - para completar, precisaria das edições distribuídas no resto do mundo (se alguém tiver esses dados e quiser me mandar, agradeço). Uma vez li que a estratégia de preços da The Economist leva em conta a renda dos países onde é distribuída (seria mais barata quanto mais pobre o país), mas isso não tem correspondência nos dados - ou talvez só tenha antes de incluídos os custos de distribuição. O fato é que a revista chega aqui muito cara, mas não só aqui. Que apareçam as teorias que expliquem esses preços (não consigo chegar a nenhuma simples e boa).

7 comentários:

Anônimo disse...

vc já respondeu sua pergunta:"a estratégia de preços da The Economist leva em conta a renda dos países onde é distribuída".

quem compra essa revista aqui no Brasil está entre as pessoas mais ricas da AL ou do mundo. esqueça a média.

acho que foi aqui mesmo q li recentemte que um analista em começo de carreira ganha mais que um professor de harvard não foi?

além do mais tudo aqui na rep. de bananas é mais caro que no resto do mundo!

JGould disse...

Se vc não sabe muito menos eu! Mas se ela vendesse como a Veja, daria pra fazer uma bela arbitragem, não? Outra coisa, estou surpreso que o "coroné" não tenha proibido esse veículo imperialista que avilta a dignidade bolivariana!

Drunkeynesian disse...

Anon, foi aqui, sim. Mas por que a revista é tão barata no México, por exemplo? Não acho que o perfil do leitor lá seja muito diferente do brasileiro.

Proibir uma revista desse tipo é um tiro no pé, baita propaganda negativa para efeito nenhum. Quantos leitores devem ter na Venezuela?

rodrigo disse...

Não sei do resto, mas os carros no méxico custam a metade do q no brasil!

claro que proibi-la é tiro no pé, mas somos, como a venezuela, especialistas em tiro no pé, né?

parabéns pelo blog, muito interessante!

Drunkeynesian disse...

Obrigado rodrigo...

Acho que essa edição é impressa nos EUA, portanto o custo de distribuição no México deve ser muito menor que no resto do continente. Mas esse é só um dos fatores.

rodrigo disse...

Ok Drunk! Entendi. Mas me espressei mal : acho que no Brasil a revista PODE ser mais cara, então ela o é. Nem tem muito a ver com seus custos, acredito. E entendi mal, o tiro no pé não era pra mim, pensei q vc queria dizer que o seu preço aqui, a torna proibida(para nossos profs talvez!) sds

Anônimo disse...

Esse é o "lucro Brasil".
Colocam um preço exorbitante e se colar, colou.
É assim com quase todos os produtos no país (vide os automóveis).