terça-feira, 22 de junho de 2010

Uma pausa



Estou entrando em um recesso do blog. Volto antes da Espanha quebrar (ou não).


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Som da Sexta - The Strange Boys

Lembra meio Kinks... e tem os solos de saxofone mais toscos desde Simca Chambord, do nosso Camisa de Vênus. De Austin, Texas, The Strange Boys, excelente para uma sexta-feira preguiçosa.

A incrível bolsa que só sobe

É a Bovespa, na opinião de 17 bancos, fundos e corretoras. O InfoMoney fez uma compilação das expectativas para o final deste ano. A mais pessimista vê o Ibovespa a 74 mil pontos (que seria uma nova máxima histórica e representaria uma alta de 13% a partir de hoje). A mais eufórica vê o índice a 88,000 pontos (+35%). No final do ano voltamos para conferir.

Dica do Batata.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pequenos ataques à liberdade em São Paulo e Buenos Aires

Algumas anedotas que me deixaram meio triste nos últimos dias:

- O Marcelo Rubens Paiva diz que a vigilância sanitária de São Paulo proibiu a venda de ovos com a gema mole. Hein? É isso, mesmo. Ovos de gema mole são uma ameaça à saúde dos paulistanos, assim como o vinagrete das barracas de pastel e o açúcar mantido em açucareiros. O governo diz, você não pode pensar e escolher. No caso dos ovos, a desculpa é a contaminação pela bactéria salmonela -- seguindo a mesma linha, o próximo passo é proibir o comércio de carne de frango e maionese não industrializada (também sujeitas à contaminação por salmonela). Nos Estados Unidos, me diz a Wikipedia, trinta pessoas morrem por ano contaminadas por ovos de galinha. Cada americano consome, em média, 255 ovos por ano (dado da International Egg Commission - sim, isso existe), de onde é fácil calcular que há uma morte a cada 2,6 bilhões de ovos comidos. No julgamento das autoridades daqui, esse risco exorbitante justifica uma proibição. Gostaria de ver também os dados para a contaminação por vinagrete e por açúcar de açucareiro. E fico assustado com o que podem pensar de tantas outras atividades com riscos muitas vezes maiores que o de comer um ovo mole (atravessar a rua, andar na chuva, ir a um jogo de futebol...).

- A prefeitura de Buenos Aires resolveu, em certa medida, lembrar os piores dias dos tempos de ditadura: agora qualquer cidadão que flagrar uma infração de trânsito pode delatar o infrator enviando um e-mail com foto à prefeitura. Muito mais fácil do que educar o povo ou aumentar a fiscalização oficial, claro. Mais na Folha.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa e a economia européia

Recebi hoje por e-mail umas 200 vezes:

Is this this World Cup a reflex of economy or what?
Portugal, Spain, Greece and Italy disappointing, even England failing and only German can save Europe's reputation...
Caberia também uma referência ao franco suíço derrotando o euro (6% de variação no ano). Dureza.

A imagem foi roubada da capa de uma The Economist de 2005.

Gráfico do dia - Brasil, líder em amizades virtuais

Da The Economist. O Brasil é o país com o maior percentual de usuários de internet que usam redes sociais (orkut, Facebook, etc). Deixo as explicações sociológicas para os entendidos no assunto.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Futebol e o mundo

Eu imagino quão infernal é a época de Copa do Mundo para quem não gosta de futebol. Deve ser parecido com o que é o carnaval para mim (com a diferença que Copa do Mundo é só a cada quatro anos -- menos frequente, mas mais intensa). Até as fontes mais insuspeitas não falam de outra coisa. Por esses dias li dois artigos muito interessantes até para quem não gosta tanto de futebol, mas quer entender um pouco mais do nosso mundo:

- A Bagehot, coluna da The Economist sobre o Reino Unido, faz uma bela comparação da economia britânica e do time inglês de hoje com o último mundial, em 2006. Segundo ele, os ingleses estão mais humildes, mas ainda esperançosos.

- Roger Cohen, do New York Times, narra uma conversa sobre futebol com o onipresente Henry Kissinger.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Da Malásia a Guatemala em quatro degraus

Hoje a Moody's, em uma medida "ousada", rebaixou a nota da dívida externa de longo prazo da Grécia de A3 (equivalente à dívida da Malásia) para Ba1 (mesma classificação da Guatemala e abaixo de grau de investimento). Ficam as perguntas:

1) Por que, depois da lambança de 2008, alguém ainda olha para agências de classificação de risco (resposta imediata: é mais fácil do que fazer um trabalho independente e bem feito. E é mais fácil dizer que a responsabilidade é de terceiros.)?

2) Por que uma "mudança de opinião" tão abrupta (foram quatro degraus na escala que vai de Aaa até default) não é vista como um atestado de incompetência dessas agências (e voltamos à primeira pergunta)?

Previsões para a Copa (made in Brazil)

Como não se fala de outro assunto, mais duas "contribuições" da economia para o esporte mais popular do mundo:

- A consultoria LCA também lançou um modelo para tentar prever o vencedor (ver abaixo);

- O Centro de Estudos do Risco, da Universidade Federal de São Carlos, tem um site que dá palpites para todos os jogos da Copa.




LCA - previsões para a Copa 2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Som da Sexta - Toquinho, Vinícius e Maria Creuza

De um dos meus discos favoritos de todos os tempos, de qualquer estilo -- logo depois do Tri (1970), Toquinho, Vinícius e Maria Creuza cantam, em plena capital hermana, que a Copa do Mundo é nossa. Clássico.


Copa Do Mundo by Toquinho, Vinícius, Maria Creuza
Download now or listen on posterous
01 - Toquinho, Vinícius, Maria Creuza - Copa do Mundo.mp3 (1156 KB)


Posted via email from drunkeynesian's posterous

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #10, Romário

Jogo duro, joga pro Peixe. De primeira, sem deixar cair, antes do zagueiro chegar e do goleiro ter idéia pra onde vai a bola. O Brasil abria o placar nas quartas-de-final contra a Holanda (confronto que deve se repetir este ano) e caminhava rumo ao tetra (Dallas, 9 de julho).



Este vídeo termina a série, na véspera do jogo de abertura do Mundial de 2010. A lista completa ficou assim (sem nenhum critério de ordenação):

1 - Maradona, Argentina vs Grécia, 1994
2 - Hagi, Colômbia vs Romênia, 1994
3 - Rivaldo, Inglaterra vs Brasil, 2002
4 - Owen, Argentina vs Inglaterra, 1998
5 - Bergkamp, Holanda vs Argentina, 1998
6 - Maxi Rodriguez, Argentina vs México, 2006
7 - Ronaldo, Brasil vs Holanda, 1998
8 - Caniggia, Brasil vs Argentina, 1990
9 - Zidane, Itália vs França, 2006
10 - Romário, Holanda vs Brasil, 1994

Boa Copa a todos (melhor para os que não terão que fazer plantão durante os jogos do Brasil, com o mercado aberto).

Guia do investidor para a Copa (o último!)

O Credit Suisse não tenta prever o vencedor do torneio, mas sim analisar o efeito da Copa sobre algumas ações (zzzzzzzzzzz...). A parte mais interessante é a de potenciais confrontos:

Germany vs. Greece: An unlikely but highly interesting potential quarterfinal matchup would pit
Bailout Provider vs. Bailout Recipient. The German team may be looking to make Greece pay on
the soccer field, since the Greeks won’t likely be able to repay the loans in actual currency.

Não sei se o fato da situação da Europa ter virado piada é bom ou ruim...

Ah, eles também erram o patrocinador do Kaká (é Adidas, e não Nike).

Credit Suisse - Investor's Guide to World Cup

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #9, Zidane

Porque bater pênalti com "cavadinha" na final da Taça Rio, até o Loco Abreu bate. Para fazer isso na final da Copa (Berlin, 9 de julho), tem que ser um Zidane.

Mentiras, estatísticas e imprensa - o PIB do primeiro trimestre

Manchete principal da Folha de hoje:

PIB tem maior alta de 1996

O Produto Interno Bruto, soma dos bens e riquezas que o país produz, subiu 9% de janeiro a março ante igual período de 2009. É a maior alta desde janeiro de 1996, quando o IBGE iniciou esse tipo de comparação. Mantido esse ritmo, o crescimento superaria 11% neste ano. Os destaques da alta nos três primeiros meses foram a indústria e os investimentos.

Primeiro, a extrapolação é ridícula -- o ritmo nunca é mantido, existem fatores sazonais e a economia muda (dã) durante o ano. Segundo, qual é o mérito de ter "a maior alta de 1996"? Não vou me dar ao trabalho de olhar os dados deste caso, mas vamos a um exercício teórico: imaginemos que o PIB de um país qualquer (Elbonia) foi 100 no primeiro ano. No segundo ano, uma recessão varre o país e o PIB cai 40% (para 60). No terceiro ano, acontece uma recuperação, o PIB cresce espetaculares 60% (a Gazeta da Elbonia estampa na capa: "maior alta da história") e... vai para 96, ainda abaixo do nível que estava antes da recessão. Qual é a vantagem? Os idiotas e/ou mal intencionados chamam de "pibão" (ver aqui), manchetes desse tipo aparecem nos jornais e o engodo está estabelecido (para não mencionar que estamos em ano eleitoral).

Em 2008, o Brasil cresceu 5,14%. No ano passado, o PIB caiu 0,2%. Este ano, pelas previsões otimistas do mercado, deve crescer algo como 7,5%. Na composição dos três anos, a média de crescimento anual é pouco mais de 4%. Não é horroroso (ainda mais considerando o tamanho da crise pela qual o mundo passou no período), mas também não tem nada de espetacular (para não usar o ridículo adjetivo "chinês", que virou moda). É explicável (mas não justificável) políticos quererem massagear números para fazê-los melhores; a imprensa tem a obrigação de tratar os leitores como adultos e mostrar as coisas como elas são, ao invés de propagar mentiras disfarçadas como estatísticas.

Para a imensa alegria dos profissionais do mercado financeiro...

... a BM&FBovespa anuncia que não vai interromper os mercados durante os jogos do Brasil na Copa:





Como diria minha sábia mãe, querem ser mais santos que o papa.

Um concurso para prever o vencedor da Copa

Pelo Alphaville, descobri a existência do Kaggle, que é um projeto (tocado por australianos) destinado a promover competições de modelos estatísticos capazes de explicar o passado ou prever o futuro. Por mais que eu seja crítico do uso dessas ferramentas para mercado e economia, em outros campos elas podem ter aplicações interessantes - o Netflix, empresa americana de locação de filmes, pagou US$ 1 milhão para uma combinação de 700 modelos destinados a melhorar as recomendações para seus usuários; e uma das competições correntes tenta juntar esforços para prever a progressão do vírus HIV.

Num campo mais mundano (e onde erros não causam estragos), o Kaggle premiará o melhor modelo para prever o vencedor da Copa, competindo com as previsões feitas pelos bancos (coloquei muitas aqui, links abaixo). Alguém se arrisca?


Previsões dos bancos:




terça-feira, 8 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #8, Caniggia (?!?!?)

É. Acho que 20 anos foram suficientes para apagar o trauma (lembro que foi o segundo jogo de futebol que me fez chorar, o primeiro foi a derrota do Brasil para a União Soviética na final dos Jogos Olímpicos de 1998) e reconhecer a jogadaça de Maradona e o gol de Caniggia que tiraram o Brasil do Mundial de 1990 (oitavas de final, Turin, 24 de junho).

Dicas de investimento, por Scott Adams

O criador de Dilbert aconselha investir nas empresas que você mais odeia. As razões estão no Wall Street Journal. É sensacional, mas sua melhor dica de investimento continua sendo a tira abaixo:



Para os nerds e puristas: sim, 100 * (1,05 ^ 190) dá mais ou menos 1 milhão.

A história de Charles Ponzi, em animação

Muito bacana (e o sotaque italiano é impagável). Via The Big Picture.

Ponzi from Strike Anywhere on Vimeo.

O fim do euro (pelo menos como o conhecemos)

(Aviso: este texto é longo e trata de macroeconomia. Pode, portanto, causar sonolência. Recomenda-se não ler antes de dirigir ou operar máquinas pesadas.)

Aos fãs da idéia da União Européia (sei que não são poucos), lamento informar: o euro, como o conhecemos, está próximo do fim. Quem o está destruindo não são os “lobos” especuladores, e sim os países que por algum tempo foram felizes com uma nova moeda forte, mas se esqueceram de cumprir com uma de suas partes no arranjo fundamental para que uma união monetária funcione: a disciplina fiscal.

Para entender, vamos imaginar o caso do Brasil, que é um país continental, de muita disparidade entre suas regiões. Caso seus estados tivessem autonomia para emitir moeda e dívida, seria de se esperar grandes diferenças entre as respectivas taxas de câmbio (o Rio de Janeiro, grande “exportador” de petróleo, provavelmente teria um câmbio mais valorizado que Roraima) e custos da dívida (em parte por conta da moeda fraca ou forte, mas também porque alguns estados são mais poupadores ou gastadores e, por conseqüência, melhores devedores). Como o governo central tem o monopólio de emissão de moeda e de dívida (os estados e municípios foram proibidos de emitir dívida própria em 1993), o real e a dívida pública brasileira são expressão da saúde financeira do país inteiro: é o banco central que decide a quantidade de moeda em circulação, olhando para a inflação agregada no país; e o tesouro é responsável, em última instância, por cobrir o buraco no orçamento dos estados deficitários. Pode-se imaginar que a política monetária que funciona para São Paulo não é ideal para a Paraíba e diversos “subsídios” entre os estados, até pensar que eles não são “justos”, mas o sistema funciona, no fundo, porque há uma unidade política e social: antes de sermos paulistas, mineiros ou potiguares, somos brasileiros, e assim compartilhamos algo de nossos destinos.

No caso do euro, os países que o adotaram concordaram em abrir mão da autonomia das suas políticas monetárias: a moeda única é de responsabilidade do Banco Central Europeu, que fixa os juros e determina a quantidade de moeda em circulação. Quando um país entra na zona monetária, concorda em fixar uma taxa de câmbio que vai converter sua antiga moeda (pesetas, liras, dracmas...) por euros. Assim, em 1998 ficou estabelecido que 1,96 marcos alemães poderiam ser trocados por um euro, assim como 200,48 escudos portugueses (ou 6,56 francos franceses, 166,39 pesetas espanholas... curiosidade: até hoje as antigas notas das moedas nacionais podem ser trocadas, nos bancos, por euros) – por conseqüência, um marco alemão passou a valer aproximadamente 102,3 escudos portugueses (200,48 / 1,96). Para que 102,3 escudos portugueses continuassem, ao longo do tempo, podendo comprar o mesmo que um marco alemão, a saúde financeira do governo português deveria passar a se parecer com a do governo alemão (a cotação do euro contra as outras moedas, por sua vez, seria uma percepção relativa da fortaleza da união monetária contra os outros países, como a taxa de câmbio real / dólar reflete o valor da moeda de todo o Brasil). E é aí que está o maior problema.

Uma das condições para a entrada de um país para a zona do euro é um compromisso de alguma austeridade fiscal. Os países passaram a trabalhar com um limite para o tamanho da dívida pública e para o seu aumento (déficit fiscal), sob pena, em última instância, de expulsão do regime cambial. No início, com a economia global em relativo bom estado, era razoável acreditar que esses limites seriam respeitados. Entretanto, bastaram dois anos de turbulência para que as fragilidades do sistema se tornassem mais evidentes: entre economias e sociedades estruturalmente tão diferentes (alguém consegue pensar em alguma semelhança entre a Alemanha e o Chipre, por exemplo?), a manutenção de uma moeda única forte requer sacrifícios que nem todos estão dispostos a fazer. Até algum ponto, os bancos dos países mais fortes achavam que era um bom negócio carregar a dívida dos países mais fracos por um pequeno excesso de rentabilidade; de algum tempo para cá, o financiamento de Grécia, Portugal e Irlanda, para ficarmos em poucos exemplos, passou a exigir taxas de juros mais altas, para compensar o risco daquelas metas fiscais serem ignoradas por anos a fio. Juros maiores, por sua vez, requerem mais capacidade de arrecadação do devedor para que o serviço da dívida seja coberto (o que é ainda mais difícil numa economia em recessão), e aí entra-se na espiral na qual estamos agora: o financiamento voluntário para alguns países deixou de existir, e agora a conta dos países “pobres” deve ser paga, em última instância, pelo contribuinte dos países “ricos” (via Banco Central Europeu e transferências dos tesouros nacionais).

Voltando ao exemplo do Brasil: não é difícil fazer com que o contribuinte de um estado financie, indiretamente, outro. No caso da Europa, não parece razoável que um operário alemão queira contribuir para que o trabalhador grego se aposente cinco anos mais novo, para usar um exemplo da moda. O contribuinte da Alemanha, antes de ser europeu, é alemão, e dificilmente vai colocar seus interesses atrás de um projeto tocado por burocratas que não necessariamente foram eleitos por ele. Por outro lado, o povo grego não deve achar razoável a contração econômica necessária para que a situação fiscal melhore e o país possa continuar no euro. As rupturas possíveis agora parecem mais claras do que nunca (há muito tempo alguns comentaristas falam delas – Anatole Kaletsky e o pessoal da GaveKal são alguns deles, deve haver tantos outros).

Imagino dois possíveis endgames para a situação: no primeiro (mais provável e menos devastador), a Grécia, seguida de outros países, resolve sair do euro e desvalorizar sua moeda. Isso torna a dívida “pagável”, com o custo de juros mais altos e uma desvalorização geral nos ativos do país. Acaba o subsídio cruzado de exportadores para importadores (via câmbio valorizado artificialmente), e a economia tem chances de se reerguer sobre bases mais realistas, enquanto a moeda única tem mais chances de sobreviver (e possivelmente terá de lidar com o risco de supervalorização). No segundo, a Alemanha ou outro país “forte” resolve não aceitar pagar a conta dos mais frágeis, deixa o euro, os membros restantes entram em um limbo e a moeda única é destruída. Acho muito remota a possibilidade de tudo continuar como está – dependeria de uma cooperação pouco usual entre países de interesses muito distintos e em situações extremas. Grandes mudanças devem aparecer na Europa em breve, com a história confirmando novamente que regimes de câmbio fixo sempre têm prazo limitado. As conseqüências não devem ser restritas à economia, mas o poder da minha bola de cristal (se é que existe) para por aqui.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #5, 6 e 7 (tirando o atraso do final de semana)

Entrando na semana do início da Copa, aí vão os dois devidos do final de semana, mais o de hoje:

Dennis Bergkamp - Holanda vs Argentina, 1998

Aos 44 do segundo tempo das quartas de final (Marseille, 4 de julho), o craque holandês recebe o lançamento de Frank de Boer e coloca a Holanda entre os quatro melhores daquele mundial.




Maxi Rodriguez - Argentina vs México, 2006

Na prorrogação das oitavas de final (Leipzig, 24 de junho), Maxi Rodriguez recebe o lançamento de Sorin e faz o gol da vitória da Argentina.




Ronaldo - Brasil vs Holanda, 1998

O maior artilheiro da história das Copas recebe o lançamento de Rivaldo, ganha de Frank de Boer e faz 1 a 0 para o Brasil, na semifinal (Marseille, 7 de julho). A tabela deste ano promete um Brasil vs Holanda nas quartas de final, torço para que seja tão espetacular quanto este ou o de 1994.

Frase(s) do dia - Paul Volcker sobre mercados

"One basic flaw running through much of the recent financial innovation is that thinking embedded in mathematics and physics could be directly adapted to markets. A search for repetitive patterns of behavior and computations of normal distribution curves are a big part of the physical sciences. However, financial markets are not driven by changes in natural forces but by human phenomena, with all their implications for herd behavior, for wide swings in emotion, and for political intervention and uncertainties."

Paul Volcker, ex-presidente do Fed e atual presidente do Economic Recovery Advisory Board, em um extenso e interessante artigo para a The New York Review of Books. Dá um certo alívio ver que alguém no governo dos EUA entende a natureza dos mercados; resta torcer para que ele seja ouvido (se é que há alguém querendo efetivamente mudar alguma coisa por lá).

Gráfico do dia - o mapa mundi da Gapminder



Via TheMoneyIllusion, o post original inclui uma boa digressão sobre o que o gráfico quer dizer.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #4, Owen

Então com 18 anos, Michael Owen recebe passe de Beckham e corre para virar o jogo contra a Argentina, nas oitavas de final do mundial de 1998 (St. Etienne, 30 de junho). Depois a Argentina empataria e passaria para a fase seguinte na disputa por pênaltis.

Som da Sexta - Clint Eastwood, 80

Talvez a maior personalidade viva do cinema, Clint Eastwood completou 80 anos na última segunda-feira. Aqui ele canta (ou resmunga), em parceria com Jamie Cullum, o belo tema de Gran Torino, filmaço que marcou sua despedida como ator (a carreira de diretor segue, felizmente).

Clique na imagem para ouvir, não consegui incorporar o vídeo.

Frase(s) do dia - katasztrófa!


Enquanto o mundo se preocupava com a Grécia...

Da Bloomberg:

Hungary’s economy is in a “very grave situation” because the previous government manipulated figures and lied about the state of the economy, Orban’s spokesman Peter Szijjarto said at a press conference in Budapest today. Talk of a default is “not an exaggeration,” Szijjarto said. European equities and U.S. stock-index futures fell after the comments.
Nenhuma novidade -- e nenhuma mentira. Ainda assim, a candura do senhor Szijjarto mandou o euro e o forint húngaro para as mínimas do ano, e ajudou a provocar uma queda de mais de 7% na bolsa de Budapeste. A Europa de hoje parece cada vez mais com o sudeste asiático de 1997...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #3, Rivaldo

Quartas de final do mundial de 2002, no último lance do primeiro tempo de Brasil x Inglaterra (Shizuoka, 21 de junho), Roque Júnior ganha uma dividida de Scholes, Ronaldinho dá um pique de quarenta metros com a bola dominada, leva toda a defesa inglesa e passa para Rivaldo bater de canhota. Era o gol de empate do Brasil -- no segundo tempo, Ronaldinho faria o gol da vitória e o Brasil avançaria para o penta.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Os melhores gols das Copas de 1990 a 2006 - #2, Hagi

Continuando a série iniciada ontem, mais um golaço da Copa de 1994. O romeno Gheorghe Hagi justificou o apelido de "Maradona dos Cárpatos" com, entre outras jogadas, esse chute no jogo de estréia da primeira fase, contra a Colômbia (no Rose Bowl, dia 18 de junho). A Romênia venceu por 3 a 1 o time que Pelé considerava um dos favoritos para aquele mundial (que contava com Valderrama, Rincon e Asprilla) e iniciou sua caminhada para ser uma das sensações da Copa -- eliminaria a Argentina nas oitavas de final (com mais um golaço de Hagi) e cairia para a Suécia na fase seguinte, na decisão por pênaltis.

Frase do dia - Guerra de Gerações

"Since no such reforms are ever likely, I look forward to the Greek Government being forced to sell the Parthenon — and to Oxford and Cambridge being turned into luxury old people’s homes."

Da interessante coluna de hoje de Anatole Kaletsky, editor do Times londrino.

BP, vítima de um cisne negro

£ 44 bilhões (e contando) em valor de mercado explodiram junto com o poço Deepwater Horizon. Mais uma lembrança de como esse negócio de petróleo em alto mar é arriscado.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Febre da Copa chegando de vez...

Faltam 10 dias para a abertura do mundial de futebol. Como eu não consigo fugir da doença quadrienal que atinge boa parte da população mundial nesses dias, decidi contaminar também este blog. Daqui até o dia 11, no final dos dias, colocarei aqui a seleção dos dez melhores gols que vi ao vivo nas Copas - ou seja, de 1990 para cá (infelizmente eu era muito novo para lembrar de 1982 e 1986). Sem ordem, sem critério, só os dez que me vieram primeiro à cabeça.

Para começar a série, o último gol de Maradona num mundial de futebol, no jogo de 21 de junho de 1994, no Foxboro Stadium (Boston), contra a Grécia. A Argentina venceu por 4 a 0, Maradona saiu de mão dadas com uma enfermeira para o exame antidoping e ali, de forma triste, se encerrava sua estupenda carreira nas Copas.

Quem me acha pessimista...

... veja o que se escreve por aí:



(minha favorita é "Malaria will return to the U.S". Mas tantas outras dariam bons filmes.)

A volta do "Sell in May and Go Away"

Uma das lendas urbanas sobre o mercado americano é que deve-se vender ações no final do primeiro quarto do ano, já que maio costuma ser um mês ruim (daí o "Sell in May and Go Away", venda em maio e vá embora). O The Big Picture mostrou ontem, ao final do pior mês para as ações desde fevereiro de 2009, um gráfico com o retorno médio mensal do índice S&P500. De fato maio, historicamente, não é um mês bom, mas está longe de ser o pior (OK, Sell in September and Go Away não teria o mesmo apelo):



Para o nosso Ibovespa, o mesmo estudo (feito por mim) ficou assim (desde o ano pós estabilização da inflação):



Por aqui, como diria minha mãe, agosto é o mês do desgosto (ou do cachorro louco). Compre (ou venda) quem quiser.