Estava devendo este post há um tempo: o Jorge Browne me mandou, no começo do mês, esse gráfico, que compara uma medida de produtividade (PIB por unidade de energia) de Brasil e Argentina com América Latina / Caribe e o mundo todo. As produtividades do Brasil e da América Latina / Caribe são praticamente estáveis há muitos anos, enquanto o mundo tem se tornado mais eficiente. Conhecendo o caso da Argentina, ou aceitamos que eles conseguiram aumentar essa medida de eficiência em 24% desde 2004, ou podemos especular que a medida do PIB é superestimada, enquanto o uso de energia é medido corretamente. O Alexandre Schwartsman comentou há algum tempo que estava olhando dados desse tipo, provavelmente vai aparecer com uma conclusão mais fundamentada.
Obrigado ao Jorge pelos dados e pela ideia.
terça-feira, 22 de maio de 2012
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5 comentários:
Esse aí é KO.
Um pouco de advogado do diabo: talvez parte do crescimento da produtividade Argentina seja verossímil se lembrarmos que no começo dos anos 2000 o país enfrentou uma recessão brava. Se supusermos que o consumo de energia não cai tanto quanto o PIB, parte da recuperação da produtividade se deve apenas à recuperação do produto pós-crise.
Agora que a tendência tenha se mantido muito tempo após a a recuperação remete à mesma dúvida sobre o PIB ser crível ou não. Eu particularmente não acho que os números da Argentina são muito puxados para cima, acho que os economistas, sim, deveriam se preocupar mais com aspectos mais qualitativos do crescimento, como bem estar gerado, estabilidade macro, capacidade de exportação etc.
É verdade que crescimento é importante, mas acho que nenhum país desenvolvido chegou aonde está com muitos crescimentos suscessivos da ordem de 8-10%...
Sem dúvida esses números precisam ser acompanhados de algum aspecto qualitativo. Quanto ao crescimento alto, acho que todos os desenvolvidos passaram, sim, por muitos anos de crescimento acelerado - quando os retornos marginais sobre o capital ainda não tinham crescido. Esse dado é relativamente fácil de olhar, uma hora faço um post a respeito.
Estou olhando especificamente para 2008/2009, quando uma onda de calor provocou um apagões generalizados e fábricas tiveram que reduzir jornada. Estou chegando a conclusão que essa eficiência de 24% é igual aquela piada: Compre pelo valor real e venda pelo que acham que vale.
Essa questão da velocidade do crescimento acho que é polêmica. Olhando por alto 3 países que se desenvolveram na segunda metade do século XX (sob pontos de partida e condições bem diferentes), Alemanha, Coreia do Sul e Austrália, os dois primeiros têm crescimentos "milagrosos" por muito tempo, já a Austrália tem uma trajetória bem mais moderada (mas para esta só vi dados a partir de 1960).
Mas uma coisa é certa: todos os "milagres" da América Latina acabaram dando com os burros n'água,
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