O interessante é que, na mesma matéria, nenhum dos economistas citados acha estranho o que há bem pouco tempo soaria como um grande absurdo. Para eles, os "fundamentos" e o crescimento superior do Brasil justificam uma taxa de câmbio apreciada e, como consequência, um dos Big Macs mais caros do mundo. O nível de euforia com o país é, de fato, imenso -- na mesma proporção que a desesperança com os EUA e a Inglaterra. Euforia num extremo, desilusão no outro: receita para grandes distorções nos preços relativos.
O real deve, de fato, tornar-se uma moeda mais forte no longo prazo, o que deve implicar em um Brasil mais caro -- o país está enriquecendo, e o efeito Balassa-Samuelson é bem estudado e suportado empiricamente. Isso não elimina, porém, a existência de exageros no caminho. No nosso exemplo, o Brasil ainda é um país pobre, e o Reino Unido ainda não consumiu seu grande estoque de riqueza. E o exemplo do Big Mac serve para ilustrar que, talvez, o real, como as ações de empresas nacionais, já esteja bastante caro.
3 comentários:
Imagina se alguem usou o tal do indice Mc Donald's pra alguma coisa....
hmmm, isso me da ideia de post (citando você, claro)...
mas deixa isso pra quando a France Télécom me permitir ter internet.
Não reclama muito com a France Telécom... arrisca a atendente ameaçar se suicidar.
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