O último texto de Paul Krugman no New York Times fala da diferença entre a performance dos bancos americanos que estão no negócio de conceder empréstimos e dos que tiram a maior parte dos seus resultados de especulação (trading): enquanto a Goldman Sachs voltou a ter lucros espetaculares e provavelmente pagará os maiores bônus da sua história, o Citi e o Bank of America seguem com dificuldades e reportaram prejuízos no terceiro semestre. Todos iguais, todos iguais...
Não tenho absolutamente nada contra especulação: sempre fez parte do mercado, e deve continuar fazendo. O problema é que especulação é um negócio, por natureza, de alto risco -- principalmente quando feita com o nível brutal de alavancagem que a Goldman e outros bancos operam (e assumindo, claro, que eles não contam com a ajuda informações privilegiadas e manipulações de preços). Mesmo argumentando que a Goldman Sachs já devolveu o dinheiro da ajuda federal, o incentivo para o sistema continua sendo totalmente perverso: os outros bancos não demorarão a chegar a conclusão que o que devem fazer para lucrar é usar todo o capital possível para especular; e, mesmo no caso da Goldman, caso algo errado aconteça, a indicação é de que, novamente, não faltará dinheiro público para salvá-los. Fazer com que o dinheiro do contribuinte assuma esses riscos é algo que -- palavras de Krugman com as quais concordo integralmente -- os EUA deveriam evitar desesperadamente.
O gráfico ao lado ajuda a reforçar o ponto de Krugman -- ver no original, "The Chart That Cost John Mack His Job".
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