Não sei o que o professor Bresser Pereira, que até bem pouco tempo atrás defendia a política econômica dos hermanos, acha disso. Mas eu acredito que essa taxa de câmbio é um reflexo muito claro da diferença entre os caminhos que os dois países adotaram: a Argentina continua patinando num populismo que agrada a cada vez menos gente, faz-se cada vez mais hostil para o investidor estrangeiro e, com suas proibições de importações e outras medidas protecionistas, está matando o agronegócio por lá, como já observei aqui. Como esta é uma das poucas fontes de entradas de moeda forte para o país, não há como o câmbio não sofrer. Já o Brasil, por mais que possamos criticar vários detalhes (alguns não tão "detalhes" assim), tem conseguido manter uma moeda forte e relativamente competitiva, além de conseguir parecer aos olhos dos investidores globais como uma grande oportunidade.
Mantidas esssa tendências, deve chegar uma hora em que a Argentina vai ser uma extraordinária oportunidade de investimento -- talvez em breve, mas não agora. Como prega o grande Jim Rogers, devemos esperar até que os ativos do país tenham se tornado párias. Por enquanto, podemos aproveitar (gripe suína à parte) para encher a cara de vinho "nacional" em Buenos Aires e Mendoza (falando nisso, as Aerolineas Argentinas estão com uma promoção na qual o acompanhante paga só metade da passagem).
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