You suggested that the supply of Somali shillings is fairly fixed despite a number of forgeries (“Hard to kill”, March 31st). In fact, it was the introduction of forged notes that ultimately removed the incentive to increase the supply of shillings in circulation.
The 1,000 shillings note exchanged for roughly $0.13 when General Muhammad Aideed employed a printing firm to reproduce the note in 1996. As the number of notes in circulation grew, the exchange value fell to just $0.03, which is the cost of producing an additional note. Since the exchange value equals the cost of production, forgers can no longer profit by increasing the supply. Today, the Somali shilling is a commodity money. Its supply is governed by the cost of ink and paper required to produce a note.
William Luther
Fairfax, Virginia
Se o senhor Luther está correto, está aí, documentado, o primeiro caso de padrão-papel da história (me corrijam se souberem de algum precedente).
12 comentários:
Curioso isso. Considerando que há uma diferença entre as notas oficiais e as forjadas, e Indo pela explicação do leitor, essa história lembra um pouco a ideia do Hayek de dinheiro impresso privadamente.
Bem, não deixa de ser interessante ter moeda mas, não ter país...
As antigas moedas cunhadas em ouro, ao longo do tempo tinham o valor deteriorado pelo desgaste do metal.
O shilling somali (somaliano), valer pela tinta e pelo papel utilizado...
Na realidade se ainda for "moeda", só o seria por alguém aceitar como.
Tentando responder à pergunta sobre o padrão-papel, que tal, por datas aproximadas, o Ncr$ (1967), o CZ$ (1986), o NCZ$ (1987), o cr$ (1990/1992), o CR$ (1993/1994)?
Resposta, não seriam tal qual o shilling somali, pois, eram todos inflacionados.
O R$ (1994) já era padrão-instituições de estabilidade (fidúcia?).
Hoje, o R$ periga. Apesar de ter layout parecido com o do euro, o lastro é gogó.
Real, euro, dólar, libra, franco suíço... tudo "gogó".
Eu costumo, pra isso, adaptar a frase do Niels Bohr: se os sistema de moeda fiduciária não te chocou profundamente, você ainda não o entendeu.
Ola
no fim dos anos 80 do seculo XX, estive no Peru e vivi a mesma situacao com a entao moeda "SOL". Trocava dolar por soles, e percebi que as notas pareciam falsas, manchadas, e desfocadas. Me preocupei nas primeiras vezes, mas ai percebi que do mesmo jeito que me davam estas notas, as pessoas que faziam o cambio tbem as aceitavam, ou seja, chegaram a situacao de "nivelar" a real e a falsa, talvez ate por motivos de custo, tamanha a desvalorizacao. Este periodo se refere ao fim do governo de Alan Garcia, com o Sendero Luminoso em seu pico de agressividade
Alan Garcia, o homem que "levou o Peru ao investment grade". Incrível.
"essa história lembra um pouco a ideia do Hayek de dinheiro impresso privadamente"
Lembra um pouco... Bem pouco...
Mas história legal!
Se estamos pensando que os ganhos de senhoriagem por impressores privados (imaginemos esse dinheiro como um produto bastante homogêneo, como é o caso da falsificação) são similares aos ganhos de forjar a moeda no caso descrito, eu acho que o ocorrido aí se parece com a ideia do Hayek. Extendendo isso a um futuro fim do papel-moeda em troca de uma moeda mais virtual, é engraçado pensar num caso onde dinheiro se igualaria, talvez até menos, ao custo de que eu digite "R$ 5000".
Mas dinheiro é algo em que se precisa confiar. Eu acho que a maioria dos leitores deste blog compreendem o que poderia acarretar com a existência de moedas competidoras sob um mesmo ambiente institucional, especialmente sob um regime bancário de reservas fracionalizadas (as várias corridas aos bancos, por exemplo). Ou a complicação dos vários preços, várias valorações do PIB... Mas, apesar do pouco que eu sei -- e sei pouco também da ideia do Hayek --, foi o que me ocorreu assim que li o post. Até por isso, por saber pouco, o Bisnetto poderia me explicar porque ele achou que o evento descrito no post lembra "bem pouco" a história de imprimir dinheiro privadamente.
bom, isso só deve ocorrer se o valor relativo de tiver algums significancia vis-a-vis as trocas típicas de subsistência na economia somali.
tipo: 1kg de feijão na somália = 10 g de papel + tinta (1 nota de 1.000 shillings)
enquanto no BR, por exemplo, 1 kg de feijão deve corresponder a 10 kg de (papel + tinta).
Mas o somali não aceita o papel porque ele acha que tem mais valor intrínseco que o feijão - aceita porque outros estão dispostos a trocar mercadorias por papel a uma razão mais ou menos estável.
Aí dá pra ser monetarista e achar que o valor do papel é mais ou menos estável porque a oferta é limitada pelo preço pra produzir as notas (essa é a explicação que a matéria abraçou).
Fazem mta confusão em cima da idéia do Hayek. Ela está viva hoje ! CDB's que bancos emitem são moedas emitida privadamente ! Não é difícil transportar isto p/ um nível inferior (papel-moeda). Sim, isto nunca irá acontecer...
Ao que possa parecer, o padrão somali poderá ter alguma validade e diminuir o sequestro de navios.
Ou aumentar, por aqui, o consumo de aspirinas ou estatinas.
Pois, temos Copom, BC, Parlamento, CEF, BB, SBDC...sistema financeiro privado, spread...
Assim, o custo de produção, impressão, de moeda ainda seria negligível?
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