(este post é quase uma continuação do anterior)
A deterioração nas contas externas brasileiras começou a acelerar no final do ano passado, sobretudo pelo aumento na importação de gasolina. Gráficos de relatório recente da Nomura:
Imaginemos um cenário em que essa deterioração se aprofunde - por exemplo, se os preços de commodities caírem - e o déficit em conta corrente comece a preocupar o governo. Uma possível medida seria tentar conter o consumo de gasolina. Aumentar o preço parece impensável num ambiente em que a inflação deve seguir preocupando. O que poderia ser considerado, com alguma espécie de subsídio para o setor (que não está em tempos muito bons), é uma tentativa de baratear o preço do etanol e estimular seu consumo por quem tem carro flex. Das grandes variáveis macro, onde o Brasil encontra maior folga é nas contas fiscais, que devem continuar a ser usadas como válvula de escape para as demais (inflação, câmbio, crescimento).
Talvez o mercado já tenha antecipado algum movimento desse tipo, já que as ações das duas principais usinas de processamento de cana listadas - Cosan e São Martinho - operam com múltiplos altos e vêm de um período longo de valorização. A ver o que acontece nos próximos meses...
sexta-feira, 22 de março de 2013
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3 comentários:
Não consigo digerir bem uma certa aceitação da situação fiscal brasileira.
Talvez a aceitemos porque o resto do mundo está pior. Mas é fato também que o mundo está pagando caro por esse endividamento.
A dívida bruta já está bem pior do que a líquida. A carga tributária teria que reduzir para viabilizar um crescimento mais organizado. A situação demográfica tende a piorar no longo prazo. Fora disso, um estancamento do processo de crescimento tende a reduzir muito as receitas.
Sei lá!
PS: As refinarias de Pernambuco e do Maranhão custaram muito mais caro ao País do que pensávamos. Todo mundo pensava que o problema fosse exclusivamente dos acionistas minoritários da PETR ...
Abraços
DK, se os preços das commodities caírem, mas em compensação o US$ subir (conforme o post anterior), não haveria uma compensação nas contas do BP?
Talvez porque as importações provavelmente cairiam, mas a receita em dólares das exportações continuaria a mesma.
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