sexta-feira, 1 de junho de 2012

Leituras da Semana

Frau Riefenstahl, I presume?
- Para ler quando bater um desânimo com Mantega e companhia: entrevista da ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, non, je ne regrette rien.


- Como desgraça gosta de companhia, o azeite de oliva, exportação importante de vários dos países mediterrâneos em crise, está no preço mais baixo dos últimos dez anos.


- John Kay sobre a estupidez de cancelar feriados para combater a crise.

- Carta mais recente da Greenlight Capital, de David Einhorn, com alguns insights interessantes sobre a Apple (ele acha a empresa barata).

- Mark Dow contra os paradigmas ideológicos em política econômica.

- Um guia argentino para a crise na Grécia (não, não pode ser bom).

- Muito boa entrevista da Time com o líder da esquerda radical grega (SYRIZA), Alexis Tsipras. Mesmo pesando o desconto que deve se dar a qualquer declaração de político, teria meu voto.

- Um gráfico importante sobre a crise do euro.

- O Paraguai vai ter uma bolsa de futuros.

- Países subvalorizados, para Tyler Cowen: Filipinas, Paquistão, México...

- Acemoglu e Robinson estão animados com a Bolívia de Evo Morales.

- Adam Smith e Barack Obama, socialistas.

- Pesquisa do ManpowerGroup sobre a dificuldade de encontrar profissionais em diversos países e áreas.

- Custo de uma noite a dois em várias cidades.

- O mercado antecipou a abolição da escravidão no Brasil?

- A sucessão do IPEA está pegando fogo no Mão Visível.

- Sherry Turkle, do MIT, sobre como usamos aparelhos eletrônicos para fugir de conversas e como isso nos atrapalha.

- Fabuloso artigo de Susan Sontag, de 1975, sobre a estética do fascismo e a fascinação que exerce (partindo de um livro de fotografias de Leni Riefenstahl). Alguém apontou no twitter, não consigo lembrar quem e fico devendo o agradecimento.

12 comentários:

Jorge Browne disse...

Que produção hein DK!? Cada vez mais difícil manter em dia a leitura (de qualidade) do blog.

Agora que tu andas pegando pesado com o Mantega tu andas. "Mentiroso compulsivo" (no twitter aí do lado) já é um exagero, ainda mais para um eleitor do Tsipras hehe...

Drunkeynesian disse...

Obrigado! Como dizia o Jesse Livermore, às vezes sentar sobre as mãos faz mais dinheiro do que fazer algo. Tenho sentado (e lido) bastante.

Ele é mentiroso - como disse, talvez seja exigência do cargo. Lembre que a "meta" de crescimento para este mandato era 5,9% aa - http://drunkeynesian.blogspot.com.br/2011/01/veja-o-que-escreveu-o-irlandes-colm.html

Jorge Browne disse...

Esperemos que esse período dure bastante.

O cargo é, digamos, intrinsicamente otimista (essa vai para o Bestiário Tucanês do Simão).
O W.I. Thomas disse lá em 1928: quando as pessoas definem uma situação como real, ela é real em suas consequências. Agora se o Ministro da Fazenda diz que a vaca pode ir para o brejo, alguns momentos depois ela já estará lá só com os chifres de fora.

Delfim Bisnetto disse...

O temerário não é que ele se mostre otimista, mas que ele acredite no otimismo que tenta mostrar...

Anônimo disse...

Interessante a leitura de Mark Dow porque abandona o conforto de posições pré-concebidas.

De forma e por razões diversas, acho que lá e cá essa discussão Estado x liberalismo está cada vez mais fora de prumo.

Somando isso às considerações que vêm sendo feitas por Martin Wolf, acabo concluindo que o mundo não está conseguindo se beneficiar dos conhecimentos econômicos adquiridos.

Liberalismo estérico lá e intervencionismo desorientado aqui.

Abraços,

Rafael

Jorge Browne disse...

Bisnetto, como diria um amigo meu, se ele acredita ou não é perfunctório e não podemos saber hehe...

Fabuloso o artigo da Sontag mesmo. Hoje em dia, qualquer indivíduo escreve umas barbaridades desqualificadas e preconceituosas contra o consenso estabelecido e se defende dizendo que é um espírito livre da "ditadura do politicamente correto".

O texto mostra que é possível fazer isso (em 75 a Leni Riefenstahl era uma vaca sagrada) com erudição e coerência de forma elegante e incisiva. Uma das leituras que nos deixam, ao final, mais inteligentes.

Dionísio disse...

Drunk, na esteira da discussao sobre o IPEA (os comentarios me pareceram enviesados e um pouco preconceituoso apesar do grafico cretino mesmo) gostaria de saber sua opiniáo sobre o instituto. Eh positivo, tem um bom corpo tecnico, suas pesquisas sao boas? o que achou da gestao Pochmann? o que acha dos postulantes.

Abraco

PS> teu blog realmente precisa de um captcha tao elaborado? O skynet esta tentando mandar spam aqui?

Anônimo disse...

A Zélia parece não ter aprendido nada após todos esses anos! Li outras entrevistas dela, e a ladainha é sempre a mesma.

Alfred disse...

É sério o que vc falou do Tspiras, DK?

O que me pareceu pela entrevista é que ele é mais um radical imbecil tentando culpar o mercado por todos os problemas estruturais acumulados na Europa desde a criação do Euro

"O" Anonimo disse...

O que a Leni está fazendo com o Kevin Garnett?

Drunkeynesian disse...

Jorge, eu juro que preferiria um ministro meio grumpy, pessimistão... o mercado já tem bastante cheerleader por crescimento, não precisa de mais um oficial.

O artigo da Sontag, depois fui ver, é um clássico. Bom descobrir essas coisas.

Dionisio, minhas opiniões sobre o IPEA são meio impressionistas, pois não acompanham tão de perto. Não tenho dúvida alguma que tem bastante gente boa no corpo técnico (pra pegar dois que escrevem blog, o Mansueto Almeida e o Leonardo Monasterio), mas não sei o quanto isso é diluído. Também já vi muita pesquisa boa saindo de lá, mas, de novo, não acompanho toda a produção para saber o quanto isso é regra ou exceção.

Também não saberia dizer se a gestão Pochmann foi boa. Ele se meteu numas polêmicas meio bestas, como afastar o Fabio Giambiagi e outros três economistas de orientação ideológica distinta da dele, e acho que a gestão ficou marcada por isso - também não saberia dizer o quanto esse tipo de postura intimidou ou enviesou a pesquisa.

Dos postulantes, também acho o Oreiro muito fraco (as discussões no post do Mão Visível fugiram um pouco da racionalidade, mas dá pra filtrar opiniões boas por lá - o Oreiro me parece o tipo de pesquisador que faz de tudo para ter produtividade máxima no Cnpq e deixa a qualidade de lado), e partindo de uma visão geral que talvez não seja tão aplicável no setor público, acho difícil um chefe fraco ser inspirador para quem fica embaixo dele. A Leda foi minha professora na FEA, e ela não consegue ser minimamente política nem no departamento de economia, acho que não duraria muito em Brasília. Não conheço os demais.

O captcha é padrão do blogger... Quando deixava totalmente liberados, aparecia muito spam, tinha que ficar apagando uns 20 por dia. Vou ver se faço uma experiência, talvez tenham melhorado os filtros.

Alfred, não achei o discurso dele marcadamente anti-mercado. O tipo de questionamento que ele faz é o mesmo que está fazendo o Michael Sandel, que acho legítimo e natural depois de tanto tempo de pouco questionamento das virtudes e defeitos do mercado. Achei o discurso surpreendentemente lúcido para um cara de partido radical; e, pensando com a cabeça de um grego que está há anos sendo enganado pela coligação centrista, não veria porque não fazer uma tentativa. Talvez dê tudo errado, etc, mas continuar fazendo o que foi feito no passado é garantia de fracasso continuado.

Jorge Browne disse...

Interessante a informação sobre a Leda DK. Se é assim nem pensar.
Como disse o Weber, no topo da burocracia não se tem técnicos (burocratas) e sim políticos.
A Dilma foi presidente da FEE, uma espécie de IBGE/IPEA gaúcho. E foi uma boa presidente, em que pese a pesquisa não ser o forte dela.
Francamente, tem que ser alguém capaz de mediar os interesses do corpo técnico com os do governo. Entender de pesquisa? O suficiente para não ser enrolado. Mas não é concurso de CVs.
O Márcio comprou muita briga lá no IPEA, mas em compensação nunca se produziu tanta economia aplicada. Nestas instituições tem sempre um pessoal que pensa que está na academia e não faz muita coisa útil...