Ainda não li o relatório completo, mas fiquei intrigado com resultado fiscal da Rússia que despencou de 100% do GDP para algo abaixo de 10% em 10 anos! Incrível!
Outro número interessante é a dívida da China na casa de 20% do GDP, a máquina vermelha ainda não começou a imprimir dívida.
Se puder elaborar um pouco sobre os números apresentados no estudo seria bacana.
Não conheço os específicos da Rússia para dar uma opinião decente, mas acho que tem a ver com o calote da dívida, em 1998.
Quanto a China, o endividamento da República Popular de fato é baixo, a alavancagem está no balanço dos bancos, e um dia isso acaba virando dívida soberana.
Acho precipitado falarmos em bolha de ativos imobiliarios Brasil.... Aqui não temos alavancagem, a securitização dos recebíveis ainda é baixa (onde estão nossos CMOs ?, credito imob/pib ridiculamente pequeno etc...
O que tivemos no Brasil foi um simplesmente um ajuste de preço relativo...
Concordo, já falei disso aqui. Era muito barato, ficou caro, mas acho difícil cair 30%, 40%... O que não faz de imóveis a esse preço um bom investimento, o valor de mercado parece estar parando de subir e o yield do aluguel ainda é baixo.
Mas se foi só um ajuste de preços relativos, foi um baita ajuste, não foi? Parece que embolhecimento ocorre. Muita agente comprou sem levar em conta o retorno que poderia ter o bem, ou na venda ou no aluguel. Encalhou, pelo aumento dos preços. Hoje pode estar nos colaterais para novps empréstimos, para compradores que não estão líquidos.
A dívida da Rússia era, em grande parte, dívida externa, de tal sorte que a desvalorização de 1998/1999 teve forte impacto sobre a relação dívida/PIB. Nos anos seguintes, a Rússia teve inflação elevada, mas a taxa de câmbio nominal se valorizou, o que diminuiu bastante a dívida. Além disso, a partir de 2002, houve uma reforma da tributação do petróleo, que elevou bastante a receita pública, que não foi acompanhada de aumento da despesa. A dívida pública da Rússia chegou a 6% do PIB em 2008, tendo aumentando um pouco depois.
É interessante observar a Irlanda,dando sinais razoáveis de melhora. Se der certo,vai ser vista como o sucesso da austeridade e por consequência determinar o approach seguido por Espanha e Itália
Bolha ou não, eu voltei a morar com meus pais hehehe...Tenho 31 anos, meu redimento duplicou nos últimos 5 anos, porém não consigo mais bancar uma moradia decente próxima ao centro, onde trabalho. Duas corretoras já me disseram que nessa idade só dá mulher procurando quarto e sala para alugar. Acredito que devido ao custo social de morar com o pais. Afinal, filha em casa ainda não tem a mesma liberdade que os homens.
Falar em correção de preços na área imobiliário significa dizer que os bens têm um valor intrínseco.Tenho minhas dúvidas.
Para mim o que houve foi uma expansão quase irresponsável do crédito imobiliário, tendo em vista a baixa capacidade de oferta do setor de 2004/07. Foi criada uma demanda excessiva de uma hora para outra.
De concreto mesmo, vejo só queda dos juros e o aumento da renda como fatores de sustentação dos preços.
Para o futuro, a dúvida para mim é sobre o impacto do crédito nos preços em uma situação de grande oferta de imóveis e empresas prontas para ofertar mais.
O trânsito do Rio de Janeiro é um inferno. Ninguém quer morar longe. Não tem oferta na ZS para morar. A Petrobras faz 2 concursos por ano. Tem uns 20 prédio só no Centro. Juros baixo, crédito a rodo.
Anônimo-28 de junho de 2012 11:58, em situações de inflação elevada, ativos reais tem seus preços elevados, como no caso dos imóveis. Mas, como em tese, a inflação brasileira estaria sob controle, tanta procura por imóveis por quê?
Sobre a demanda futura, como entender que com PIB cadente, o desemprego também esteja caindo?
Posso estar falando besteira, mas sendo o valor do imóvel obtido pelo valor presente de seus rendimentos futuros, a partir de uma taxa de juros i, reduzindo-se a taxa, aumenta-se o valor do bem, sendo dado o aluguel.
Vendo de outra forma, com juros baixos, as pessoas correm para outros ativos, sendo imóveis o mais usual.
Sou economista, em pausa numa carreira no mercado financeiro para um mestrado. Vivo entre Cambridge, MA e São Paulo.
Moto do blog: "If economists could manage to get themselves thought of as humble, competent people on a level with dentists, that would be splendid." - John Maynard Keynes
ou
"It is generally admitted that most grown up people, however regrettably, will try to have a good time." - Bertrand Russell
16 comentários:
Ainda não li o relatório completo, mas fiquei intrigado com resultado fiscal da Rússia que despencou de 100% do GDP para algo abaixo de 10% em 10 anos! Incrível!
Outro número interessante é a dívida da China na casa de 20% do GDP, a máquina vermelha ainda não começou a imprimir dívida.
Se puder elaborar um pouco sobre os números apresentados no estudo seria bacana.
Abs, Gil
Não conheço os específicos da Rússia para dar uma opinião decente, mas acho que tem a ver com o calote da dívida, em 1998.
Quanto a China, o endividamento da República Popular de fato é baixo, a alavancagem está no balanço dos bancos, e um dia isso acaba virando dívida soberana.
Acho precipitado falarmos em bolha de ativos imobiliarios Brasil.... Aqui não temos alavancagem, a securitização dos recebíveis ainda é baixa (onde estão nossos CMOs ?, credito imob/pib ridiculamente pequeno etc...
O que tivemos no Brasil foi um simplesmente um ajuste de preço relativo...
Concordo, já falei disso aqui. Era muito barato, ficou caro, mas acho difícil cair 30%, 40%... O que não faz de imóveis a esse preço um bom investimento, o valor de mercado parece estar parando de subir e o yield do aluguel ainda é baixo.
Mas se foi só um ajuste de preços relativos, foi um baita ajuste, não foi?
Parece que embolhecimento ocorre.
Muita agente comprou sem levar em conta o retorno que poderia ter o bem, ou na venda ou no aluguel.
Encalhou, pelo aumento dos preços. Hoje pode estar nos colaterais para novps empréstimos, para compradores que não estão líquidos.
A dívida brasileira nao é menor?
Essa é dívida bruta, você deve estar pensando na líquida, que é uns 40% do PIB.
A dívida da Rússia era, em grande parte, dívida externa, de tal sorte que a desvalorização de 1998/1999 teve forte impacto sobre a relação dívida/PIB. Nos anos seguintes, a Rússia teve inflação elevada, mas a taxa de câmbio nominal se valorizou, o que diminuiu bastante a dívida. Além disso, a partir de 2002, houve uma reforma da tributação do petróleo, que elevou bastante a receita pública, que não foi acompanhada de aumento da despesa. A dívida pública da Rússia chegou a 6% do PIB em 2008, tendo aumentando um pouco depois.
É interessante observar a Irlanda,dando sinais razoáveis de melhora. Se der certo,vai ser vista como o sucesso da austeridade e por consequência determinar o approach seguido por Espanha e Itália
Na torcida
Irlanda sucesso? Está vendo outro gráfico...
Explicado está. Obrigado, André.
Irlanda de fato não parece ser exemplo de sucesso pra muita coisa... tem se falado do caso da Letônia, mas também é controverso.
Bolha ou não, eu voltei a morar com meus pais hehehe...Tenho 31 anos, meu redimento duplicou nos últimos 5 anos, porém não consigo mais bancar uma moradia decente próxima ao centro, onde trabalho. Duas corretoras já me disseram que nessa idade só dá mulher procurando quarto e sala para alugar. Acredito que devido ao custo social de morar com o pais. Afinal, filha em casa ainda não tem a mesma liberdade que os homens.
Falar em correção de preços na área imobiliário significa dizer que os bens têm um valor intrínseco.Tenho minhas dúvidas.
Para mim o que houve foi uma expansão quase irresponsável do crédito imobiliário, tendo em vista a baixa capacidade de oferta do setor de 2004/07. Foi criada uma demanda excessiva de uma hora para outra.
De concreto mesmo, vejo só queda dos juros e o aumento da renda como fatores de sustentação dos preços.
Para o futuro, a dúvida para mim é sobre o impacto do crédito nos preços em uma situação de grande oferta de imóveis e empresas prontas para ofertar mais.
Abraços
O trânsito do Rio de Janeiro é um inferno. Ninguém quer morar longe. Não tem oferta na ZS para morar. A Petrobras faz 2 concursos por ano. Tem uns 20 prédio só no Centro. Juros baixo, crédito a rodo.
Anônimo-28 de junho de 2012 11:58, em situações de inflação elevada, ativos reais tem seus preços elevados, como no caso dos imóveis.
Mas, como em tese, a inflação brasileira estaria sob controle, tanta procura por imóveis por quê?
Sobre a demanda futura, como entender que com PIB cadente, o desemprego também esteja caindo?
Se isso não for sustentável, o mercado desabará.
Dawran,
Posso estar falando besteira, mas sendo o valor do imóvel obtido pelo valor presente de seus rendimentos futuros, a partir de uma taxa de juros i, reduzindo-se a taxa, aumenta-se o valor do bem, sendo dado o aluguel.
Vendo de outra forma, com juros baixos, as pessoas correm para outros ativos, sendo imóveis o mais usual.
É assim que vejo este aspecto da questão.
Abraços
Postar um comentário