segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O que perdi semana passada

- O Fed agora tem uma meta explícita de inflação - e, ao mesmo tempo, se comprometeu a deixar os juros de um dia a zero até o final de 2014. Na terra de Bernanke, isso é compatível, partindo do princípio de que o risco de deflação ainda existe (a inflação esperada está abaixo dos 2%) e o mandato do Fed também cobre estimular a atividade. O outro lado disso é que provavelmente os juros reais vão ficar negativos por bastante tempo, o que também ajuda o Tesouro americano a lidar com a dívida; além disso, vai seguir sendo interessante para os bancos carregar dívida pública longa, desde que a inflação não se mexa muito nesse tempo. Intencionalmente ou não, os EUA entram de vez na era de financial repression.

- A Apple reportou o melhor trimestre de sua história - de que crise estamos falando? As ações já subiram mais que 10% este ano, o que reduz a probabilidade de eu acertar uma das minhas previsões irresponsáveis de 2012.

- Os juros de 10 anos na Itália chegaram a cair abaixo de 6% (já voltaram hoje, a 6,11%). Na Espanha, chegaram a operar abaixo de 5%. Sigo achando que uma linha foi traçada para a dívida européia: Grécia e Portugal podem ter que renegociar, mas a crise para por aí.

- O Banco Central do Brasil reafirmou a disposição em seguir cortando juros. Lembrem-se que das primeiras coisas que Dilma disse depois de eleita foi que ia tentar baixar os juros reais para 2%, estamos nesse caminho (ainda que promessas de políticos não possam exatamente ser tomadas ao pé da letra).

Esqueci de alguma coisa? De qualquer forma, acho que perdi pouca coisa e ganhei o privilégio de, pela primeira vez na vida, contemplar esta vista:


P.S. Parece que a festinha de começo de ano nos mercados está perdendo o gás. Hora dos búfalos recolherem os chifres.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mercado terrorista há 1 mês, e agora quer subir sem parar...rsrs

Drunkeynesian disse...

Fear & Greed...