- Já juntou um time algo respeitável:
Marina tem em torno de si um grupo de economistas que vêm, desde a candidatura de 2010, ajudando a criar um plano para a anêmica economia brasileira. O capitão do time é Eduardo Giannetti da Fonseca, professor da escola de negócios Insper. Com ele estão Paulo Sandroni, da FGV, e Ricardo Abramovay, da USP. Mais recentemente, André Lara Resende, um dos formuladores do Plano Real, tem participado das discussões.
- Ao menos para fora, parece ter sido influenciada por uma visão ortodoxa que é bem distante do seu partido de origem (penso aqui no PT, não no PV):
A inflação está subindo. O topo da meta virou o centro. A preocupação, hoje, é não romper os 6,5%. O que está dando errado?
Eu dizia, em 2010, que o atraso na política ia acabar nos levando a perder as conquistas alcançadas a duras penas nos 16 anos anteriores: a estabilidade econômica e a inclusão social. Quando tivemos a crise financeira em 2008, foram tomadas medidas corretas para o estímulo do consumo. Quando o país voltou a crescer, a partir do segundo semestre de 2009, o governo teria de ir puxando o freio do intervencionismo, como agora está sendo feito nos Estados Unidos. Como se fez uma ginástica para chegar a um crescimento de 7,5% em 2010 por razões eleitorais, o governo brasileiro continuou dando os mesmos incentivos quando já não era mais necessário. Isso nos levou a um problema. Atualmente, o próprio tripé da estabilidade econômica está sendo comprometido, sobretudo em relação à inflação.
A senhora acha que a independência do Banco Central por lei ajudaria a consolidar nosso tripé macroeconômico?
Não é necessária uma lei para dizer que não devo comer açúcar de manhã, à tarde e à noite para não me tornar diabética. Não precisa da institucionalização. Até porque já tivemos experiências no governo de Fernando Henrique e no de Lula em que havia essa autonomia. Mas controlar a inflação por meio da elevação de juros é apenas um dos instrumentos. O gasto público também precisa ser controlado. Como se cria uma cultura de controle do gasto público se a governabilidade é feita da distribuição indiscriminada de mais e mais pedaços do Estado? Se há 39 ministérios?
- Não perde a chance de chutar a Geni favorita dos últimos meses:
...E também as surpresas na hora de explorar, porque nem sempre o que se apresenta como possibilidade se transforma em realidade. Eike Batista que o diga.
Marina para mim ainda é uma esfinge, e talvez ela tenha só aproveitado o momento em que a política econômica atual está em baixa para defender algo diferente. Ainda assim, é interessante ver o rumo que a discussão de política econômica para a campanha do ano que vem está começando a tomar.
22 comentários:
olha, eu fiquei surpreso também. nunca tinha prestado atenção no discurso dela quanto à economia. gostei dessas respostas. e esses nomes próximos dela estão realmente interessantes.
eu não sei, ainda não vou muito com a cara dela, pra mim é uma incógnita porque não parece ter perfil pra um cargo executivo. eu votaria nela pra senadora, mas presidente acho bem complicado. veremos, tomara que nos surpreenda bem.
porque dilma tá uma loucura e aécio neves não me convence tb...
"Com ele estão Paulo Sandroni, da FGV, e Ricardo Abramovay, da USP."
Não há risco de dar certo... Com esta conversinha sobre inflação e diabetes, mas sem autonomia menos ainda.
Interessante essa mudança de abordagem, mas não muito mais que isso em minha avaliação. Pra mim estamos muito mal de candidatos por todos os lados, nenhuma voz forte se manifestando com algo sólido em meio a uma gigantesca oportunidade. E enquanto isso acontecer, o assistencialismo via transferência de renda vai continuar ganhando.
Drunk,
Concordo com vc que a Marina ainda é uma incógnita.
Ela foi bastante coerente nesse trecho da entrevista q vc publicou, mas já vi entrevista dela defendendo o ensino do criacionismo nas escolas junto com a Teoria da Evolução.
Isso me dá arrepios só de pensar...
Vamos ver o q irá acontecer qdo a campanha realmente começar, mas acho q, se a Dilma ganhar, os próximos anos serão tenebrosos.
Ela quase não fala, mas quando fala...
Já deu para perceber que ela quer se posicionar na fatia do eleitorado do Aécio.
Político bom é assim, como não há recall, fala o que precisa ser dito e depois de vencida a eleição é que se faz o que não foi dito.
Quem escutava ou lia entrevistas/discursos do Lula imaginava como seria seu mandato?
Já imaginou algum candidato dizendo: "Vou aumentar os juros, esfriar a economia e aumentar um pouco o desemprego. Assim, a inflação cai, o custo da mão de obra diminui e aumentamos a competitividade da indústria nacional. Depois, com a inflação em baixa, vou reduzir os juros, diminuir os gastos com servidores (salários) e abrir espaço para o investimento da iniciativa privada".
Quando que esse candidato venceria uma eleição?
Interessante é o rol de críticas. Criacionismo, evangélica; o Aécio cheirador, mulherengo. A Dilma é feia, sapatão.
O pior que no fundo é isso que decide as eleições.
A calma enigmática dela é sua melhor arma eleitoral. Mas poderá fazer mais que a Dilma, até porque o sarrafo está muito baixo.
Não gosto da Marina. Tenho que procurar suas conexões no mundo da política e da economia para entender se ela pode fazer algo, já que nem no PV ela conseguiu liderar. Ela no Senado me parece melhor que no campo minado do Executivo. Seu discurso de compaixão e solidariedade teriam que dar lugar ao planejamento, pragmatismo e a luta política para implementá-lo.
Dantas
Drunk,
Todos tem uma posição sólida em qualquer assunto como uma gelatina, muda-se de opinião facilmente por que sabem qualquer governo vai ser julgado pelo resultado das políticas sociais.
Por isso, para mim todos são uma incógnita, e vão depender para mudanças mais de crises do que convicções ideológicas
abraços,
Marcelo
Osmarina dos tempos de faculdade no Acre, quando liderava os grupos de contestação pelos "20 centavos do bandejão"...
Realmente grande mudança e grande incógnita...
E a diferença entre Paulo Sandroni e Ricardo Abramovay de Guido Mantega e Arno Augustin é ________ ?
nytimes.com/2013/07/23/world/americas/prices-fuel-outrage-in-brazil-home-of-the-30-cheese-pizza.html
oh my !!!!
NYT ?
congrats, mr. Sobral.
NYT! Congratulações!!
Parabéns! Também acabei de ler.
Drunk,
Ao ler o comentário abaixo do leitor em uma notícia no site do Estadão me acendeu a luz vermelha de preocupação com o mercado imobiliário!
antonio alves de souza
Comentado em: Corte no Orçamento de 2013 soma R$ 10 bilhões
23 de Julho de 2013 | 9h46
Não vamos deixar que governos atrapalhem nosso crescimento.Temos que mudar o nosso destino e poupar uma das formas de poupança é investir em Imóveis.Venha para Praia Grande garanta um apartamento em diversos lançamentos na cidade ajude o crescimento da economia nacional.Visite o site www.a7verimóveis.com.br aqui tem o seu investimento e lazer
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,corte-no-orcamento-de-2013-soma-r-10-bilhoes,159772,0.htm
Um abraço e parabéns pelo blog!
Eu acompanhei o discurso econômico da Marina ao longo da campanha de 2010 e achei muito sóbrio. Também vi ótimas entrevistas do Gianetti na época, e ele era o homem forte da campanha dela para estes assuntos.
Fosse meramente pelo discurso eu tinha votado nela com gosto. Meu medo é como alguém sem partido vai governar com o tipo de Congresso que temos - já vimos a fita com o Collor, e eu não gostaria de repetir a experiência.
Eu achava que por estar assessorada pelo Gianetti, ela teria um discurso mais firme principalmente quanto a autonomia do BC, mas esse papo de "Não precisa de institucionalização" foi um balde de água fria. Quem sabe até a eleição, acorde.
VPDB
PS: Já que está próxima do Insper, pode institucionalizar a independência do BC e chamar o Alex pra pilotar !!!
Independência do BC é um assunto espinhoso barbaridade. Fácil de bater e difícil de defender na política. Salvo no caso de uma improvável explosão da infla, duvido que algum candidato viável proponha isso com todas as letras.
O André marcou bem uma diferença da Marina e do Lula: o discurso sóbrio.
Dantas
Parabéns pelo NYT, hoje saiu traduzido no ESTADAO.
Sap
Discursos... discursos... muita hype em função da Marina isso sim.
Olha, para blindar o governo e seu partido, algum grupo de gênios, criou o tal de "fla x flu". Ou seja a fórmula mágica que serviu de apoio para liberar geral as pauladas no período de 1994/2002.
A verdade deixou de ser absoluta. Passaram a relativizar tudo. Assim, existiriam várias verdades e não verdade absoluta.
Ou seja, liquidar com qualquer lembrança do governo FHC e do próprio. Pois a verdade de 1994/2002, não era verdade. Mas, várias verdades e todas contrárias ao que ocorrera naquele período.
O "fla x flu" aceitava tudo o que se falava de 2003 para a frente. Logicamente, nada do que ocorrera de bom antes. Pois, antes era o caos. E fiat lux em 2002.
Deu no que deu.
Agora, ainda está-se cheio de dedos para criticar fortemente o fracasso do governo de 2010 até hoje. Ainda não estamos em 2014. Muito menos dos arroubos de 2002/2010.
Assim, que os deuses das florestas estejam vigilantes: o "fla x flu", ainda, não permite sequer que Marina Silva fale, de forma clara, o que pretende fazer. Nem o que alguém fez. Ou o que faria se fosse presidente. Ou se o que alguém fez teve alguma valia ou não.
Esfinge é pouco para definir o estilo da possível candidata.
Seria muito uma sequência dessas: de Dilma para Marina. O mundo não aguentaria.
Olha, eu nao acredito muito em Economistas, a menos que sejam os seguintes: Henry C. K. Liu (http://www.atimes.com/atimes/Others/Henry.html), Dr. Michael Hudson (http://michael-hudson.com/), Nouriel Roubine from NYU(http://www.roubini.com/), Ellen Brown (http://www.webofdebt.com/), Catherine Austin Fitts (http://solari.com/blog/), some of the names that actually have something sane to say about the situation world wide, which affects us here in Brazil as well.
O nome desses figuras que estao dando conselhos para Marina, sao nomes irrelevantes fora da cena nacional. Eles sao relevantes aqui por que eles teem o seus interesses proprios na situacao. Eles querem continuar a ganhar a qualquer custo.
Integridade? Nao sei nao!
Para te dizer a verdade, economista brasileiro, com muito poucas excecoes, Celso Furtado sendo um deles... nao sei nao. quem pode se distinguir hoje?
Quem tomou o lugar do Celso furtado?
Olha na minha opiniao, quem estiver aconselhando Marina, ja esta fazendo besteira e nao merece respeito, porque nos precisamos de um(a) presidente que tenha cabedal. que saiba realmente sobre economia e nao esta dependendo de "economistas" para fazer politica economica. Marina deveria fazer-nos um favor e se involver com evangelizacao e o meio ambiente e se tornar presidenta de uma NGO evangelica lidando com meio ambiente. Final da estoria. Ja basta de gente incompetente.
No dia 22 de julho Anonymo disse:
"Já imaginou algum candidato dizendo: "Vou aumentar os juros, esfriar a economia e aumentar um pouco o desemprego. Assim, a inflação cai, o custo da mão de obra diminui e aumentamos a competitividade da indústria nacional. Depois, com a inflação em baixa, vou reduzir os juros, diminuir os gastos com servidores (salários) e abrir espaço para o investimento da iniciativa privada".
Quando que esse candidato venceria uma eleição?"
Por que nao dizer algo differente:
Vou usar os impostos para dar ao povo os servicos que o povo merece por que paga impostos para isso. Vou colocar um Presidente do Banco Central que nunca trabalhou para Goldman and Sachs. O presidente do Banco Central sera um que realmente fara uma politica para o Brasil e nao para o IMF or World Bank.
Vou diminuir os Ministerios para o essencial. Vou fazer um Departamento do Comsumidor que realmente vai ajudar ao povo a nao gastar tanto com coisas inuteis como o custo absurdo de celular e internet (que nao valem nada, so custa muito).
Vou exigir que os estados gastem o dinheorp da educacao com a educacao, o dinheiro da saude com a saude etc.
Vou dar exemplo e cortar meu salario pela metade e morar na minha casa em Brasilia, em vez de palacio e outras mordomias.
Bom nesse(a) candidat(o,a) eu votaria.
Marina e os outros estao so "posturing" nada mais.
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