quarta-feira, 26 de junho de 2013

Leituras da Semana

Damn It Feels Good to Be a Gangsta
- Juros desde 1730

- Marc Rich, o lendário negociante de commodities que furou o embargo ao petróleo iraniano e foi perdoado por Bill Clinton (em seu último dia de mandato) morreu hoje, aos 78.

- Faltam médicos no Brasil? (resposta: sim e não)

- Um jornalista da The Economist visita a Coreia do Norte

- Malcolm Gladwell sobre Albert O. Hirschman

- Dani Rodrik sobre crescimento econômico

- Entrevista de Marcos Nobre ao Valor

- Sobre a moralidade da meritocracia

- Onde se bebe mais uísque, rum, gim e tequila.

- Porque as cozinhas chinesa e mexicana dominam o mundo.

- A estranha fronteira entre EUA e Canadá

- Fui procurar sobre procrastinação estruturada depois de ler o livro do Leo Monasterio. Este blog é produto disso, em certa medida.

- As bandeiras mais legais da história

- Avós pelo mundo e a comida que fazem.

4 comentários:

paulo araujo disse...

Drunkeinesian

O ensaio do Marcos Nobre na Piauí faz mais justiça ao pensamento dele do que a entrevista. Principalmente para o entendimento de um elemento chave na análise do Nobre, que é "essa cultura política herdada dos anos 80 [à qual ele deu] o nome de ‘pemedebismo’”.

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-51/ensaio/o-fim-da-polarizacao

Na entrevista, concordo com a crítica às interpretações economicistas e que as manifestações constituem "susto da ordem", o que retoma, por outras palavras, uma ideia que ressurgiu com muita força no século XVIII: "nada seria estável, o estilhaçamento domina o núcleo do universo: 'Qu’est-ce que ce monde, monsieur Holmes? Un composé sujet à des révolutions, qui toutes indiquent une tendance continuelle à la destruction; une succession rapide d’êtres qui s’entre-suivent, se poussent et disparaissent: une symétrie passagère; un ordre momentané' [Diderot. Lettre sur les aveugles.]. Quem desejar definir este pensamento como ”racionalismo”, esteja à vontade. “Rira bien qui rira le dernier”. [R. Romano. Diderot: Penélope da Revolução].

Não concordo que “Maio de 68 resultou numa mudança radical de cultura política nas democracias avançadas”. Essa é uma visada romântica muito afirmada e não demonstrada.

Estou entre os que veem as manifestações como sinais de fratura (em política, fratura não sinônimo de ruptura) do Estado autocrático no Brasil. E aí a questão ainda sem resposta é saber se a internet foi de fato um dos instrumentos. Eu tendo a achar que sim. Tendo a achar que a população está aprendendo a utilizar politicamente a internet como ferramenta de ação política.

Tenho restrições à periodização do Nobre no ensaio para o que seria uma novidade na história política brasileira: “o pemedebismo significa uma lógica, portanto. Lógica que, sim, se formou e se consolidou a partir da configuração concreta do PMDB na década de 80, nas condições específicas em que se deu a redemocratização”.[ensaio Piauí].

A meu ver, a periodização que melhor explica é a que remete para o golpe que instaurou o Estado no Brasil: a Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro. Nela, Poder Moderador, que em Benjamin Constant coordenaria os demais, e que foi pensado como um anteparo aos excessos da revolução francesa no Legislativo (terror jacobino) e no executivo (ditadura termidoriana), transformou-se em golpe contra o Parlamento e a soberania popular, seguindo a contrarrevolução europeia.

A Constituição de 1824 promoveu uma hierarquia entre os poderes, a qual centralizou o poder na figura do chefe do executivo (1) (ou efetivou um aggiornamento da herança absolutista portuguesa).

A narrativa da história do Estado no Brasil tem como protagonista o excesso de força ativada pelos poderes para controlar a sociedade e indeferir as manifestações de autonomia política dos “simples caseiros”. Nesse sentido, o “pemedebismo” tem uma origem histórica que antecede os anos 80, remontando a 1824. O primeiro Império instaurou o modus operandi que é mantido até hoje, e no qual os operadores do Estado (nos três poderes) não são responsáveis (não devem accountability ao povo soberano) e se julgam por “direito divino” acima dos cidadãos comuns, os pagadores de impostos.

(1)Título 5º. Do Imperador. Capítulo I. Do Poder Moderador. Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolavel, e Sagrada: Elle não está sujeito a responsabilidade alguma

PS: O Senado aprovou a lei da corrupção como crime hediondo. Ainda terá de passar pela Câmara. Eu, tantas vezes ridicularizado e chamado de udenista, exulto. O deputado corrupto Donadon vai ser cassado e preso. Desejo o mesmo para os mensaleiros, que devem estar com orifício anal na mão.

Jorge Browne disse...

Muito bom o infográfico dos médicos. Em que pese eles não terem um plano de carreira, i.e. o(a) cara trabalha numa cidade nos cafundós e lá ficará, lembra a máxima do meu orientador: "Liberal de morder pé de mesa só existe na academia. Na prática é: sou liberal, mas nesse caso em particular..."

rodrigo disse...

Mas que imenso papo furado essa entrevista e o livro desse iluminado marcos nobre!
Qualquer toupeira sabe que essas manifestações são pró: socialismo(alguém para pagar minhas contas!), pró "vou pra rua soltar meu frango difuso de idéias edificantes" pró -bagunça e depredação e o mais importante, pró Zuckerberg!!! O PMDB é um lixo mas o PT é o estado-da-arte da excrescência Dr Nobre! Pq vc não vai ver se estamos lá na esquina fazendo algum protesto??? Vai alugar os outros na pqp.

Jorge Browne disse...

Olha Rodrigo, tem um movimento para mudar a constituição e retirar a necessidade de o presidente ser brasileiro nato. Tudo pró Zuckerberg!!!!