terça-feira, 28 de agosto de 2012

Leituras da Semana

Legítimo representante do "nobre povo"
- Um caveat emptor para os compradores de ações no México.

- Pastore, Gazzano e Pinotti sobre a estagnação da produção industrial no Brasil.

- Dilma na capa da edição da Forbes com as mulheres mais poderosas do mundo.

- A Bloomberg descobriu a mulher mais rica do Brasil.

- PIMCO sobre a "japanização" do mundo desenvolvido.

- Timothy Garton Ash na Foreign Affairs sobre a história do euro.

- Uma história dos regimes de câmbio no mundo.

- O FRED, ótima base de dados do Fed de St. Louis, agora tem versões para tablets e celulares (sei lá, deve ter um tipo de pessoa que sente uma vontade incontrolável, durante um jantar, de checar como anda a criação de empregos nos EUA).

- Algumas coisas que é bom estudar caso queira discutir política externa a sério.

- Uma lista de leitura sobre economia comportamental, por Michael Mauboussin, da Legg Mason.

- Como se explica o sucesso da The Economist.

- Por que estudar Ayn Rand?

- Virou filme a história do ilustre desconhecido Aristides de Sousa Mendes: cônsul de Portugal em Bordeaux durante a Segunda Guerra, emitiu cerca de 30 mil vistos para refugiados (10 mil judeus, entre eles).

- Baroque Yo' Mama, judeu, nascido em Oslo, presidente dos EUA.

28 comentários:

Anônimo disse...

Se há japanização no sentido salientado no texto da PIMCO é o fim do caminho para o ouro? Jim Rogers continua defendendo o metal, sem negar que ele não tem realmente muito valor intrínseco, mas argumentando que alguns milhares de anos de tradição estão longe de ser nada.

Drunkeynesian disse...

Acho que a maioria dos que compram ouro acredita no caos monetário, nos governos sendo desacreditados e a moeda fiduciária perdendo a função. Nesse sentido, de fato a "japanização" é a derrota dessa ideia, um governo que há 20 anos imprime dinheiro, aumenta a dívida e vê sua moeda se valorizar.

Anônimo disse...

Eu me interesso e leio bastante sobre o Japão, armadilhas de liquidez do Keynes e a atual situação européia. Gostaria de sentar em uma mesa de bar e saber o que o Ben Bernanke teria a dizer caso não fosse do FED.

Anônimo disse...

Drunk, estou fazendo meu tcc do curso de Ciências Econômicas da UFSC, cujo tema é "Políticas Econômicas pós crise de 2008, em uma análise pós keyneziana" Estou sempre lendo esse e outros blogs e aliando com a teoria dos livros, aqui ja consegui muita informação interessante, talvez as melhores. Tens algo a mais que possa sugerir? Não estou me prendendo as causas da crise e sim em uma análise das políticas dos governos, principalmente europeus e norte americano.

Drunkeynesian disse...

Tem muita produção sobre o que foi feito depois da crise. Não sei se você está dando um enfoque mais teórico ou histórico, mas eu olharia a produção do Eichengreen - http://emlab.berkeley.edu/~eichengr/research.html . Dá uma olhada também no que foi produzido até agora no INET, que foi criado justamente para tentar responder as perguntas trazidas pela crise - http://ineteconomics.org/ . Acompanho pouco os pós-keynesianos, vi uma vez uma apresentação do Randall Wray e gostei, mas não fui mais fundo - http://cas.umkc.edu/econ/economics/faculty/wray/papers/paperswray.html .

Isso é o que me veio à mente, estou muito distante da academia pra saber o que é ou não relevante...

Anônimo disse...

Por que diabos o yen não desvaloriza???

Anônimo disse...

Muito Obrigado, ja estou vendo todos! Uma dúvida, se não acompanha muito os pós keynesianos, a quem acompanha?

Drunkeynesian disse...

Difícil a pergunta, todas as respostas tem o viés de já ter visto o acontecido... mas deve ser uma combinação de muita poupança interna + muito tempo de superávits em conta corrente + qualquer coisa na psique japonesa que faz com que eles achem OK deixar o dinheiro em ienes e não receber nada por isso, ao invés de aplicar em qq outro lugar do mundo.

Drunkeynesian disse...

Putz, um monte de coisa meio por cima e nada muito a fundo, é o bem e o mal do meu trabalho. Se tiver tempo / paciência, vai clicando nos links aí do lado (principalmente o que está embaixo de "mundo econômico"), grosso modo é o que eu acompanho.

Anônimo disse...

Entendo, bastante coisa interessante. Obrigado, abraço.

Anônimo disse...

Os empresários não investem, a população não consome, existe pouca oportunidade de investimento em infraestrutura dada o desenvolvimento do país, a concorrência internacional sobre as exportações cresceram, a bolsa não sobe em 4 anos, juros negativos, isso não deveria desvalorizar a moeda?

Anonim

Drunkeynesian disse...

Pois é, pra você ver como esse negócio de prever movimento de taxa de câmbio é complicado.

Anônimo disse...

Pois é, o caso do Japão é muito complicado, o Governo imprime dinheiro e gasta como quer, aumenta dívida interna, mas que é totalmente sustentável dado o fato dos juros baixos, certo? E ainda não causa inflação, pelo contrário, lutam contra deflação? E mesmo assim a moeda valoriza... O sonho economico virou pesadelo?

Anonim

Drunkeynesian disse...

O país segue sendo rico. Acho que o contrato social implícito por lá é o povo financiar o estado e não exigir crescimento ou mobilidade, tem funcionado bem, aparentemente. O pesadelo de lá é a demografia, mas isso não entra no planejamento de nenhum mandato de político.

Anônimo disse...

Vendo dessa forma, é verdade, a cultura do povo Japonês supera a economia. Rico e desenvolvido como pouquissimos. Mas esse quadro de moeda valorizada e demografia não favorável (economicamente), não cria aspectos negativos como desemprego, perda de renda e qualidade de vida? Acho que não né? Eles competem e mantem os lucros das empresas via produtividade, inovação e alto valor agregado?

Drunkeynesian disse...

A economia, de algum jeito muito torto, funciona. Só cultura não enriquece ninguém.

Desemprego é 4,5%, já foi mais baixo, mas ainda é pequeno por qualquer parâmetro objetivo. A grande maioria das empresas não dá lucro pro acionista, são zumbis. O Nikkei hoje vale, em termos nominais, o que valia em 1983. Imagino que, no agregado, a economia seja muito produtiva e o estado tenha grande capacidade de arrecadação e redistribuição, só assim a conta fecha em favor dos empregados.

Anônimo disse...

Nessa nossa análise rápida e não de elevador, mas de blog, ja me faz parecer fazer algum sentido. Eu chutaria que as empresas não dão lucro aos acionistas, primeiro porque não necessitam tanto deles para se financiarem, e segundo porque não deve ter um crescimento das expectativas de lucratividade das empresas, dado o moderado crescimento da economia como um todo (mero chute pra saber sua opinião). Diante disso não me parece nada deprimente ou assustadora a situação economica do Japão, prefiro mil vezes crescer 0,1% e ser Yen, do que crescer 15% e ser China.

Anônimo disse...

Continuando, é um cenário ruim para a valorização do capital liquido, especulativo, estrangeiro, de curto prazo. Mas bom para a população e governo na minha opinião. Apesar claro, de que existem problemas e eles mesmo tentam mudar a tanto tempo.

Drunkeynesian disse...

Em parte não dão lucro porque ainda pagam pelos excessos da bolha; fora isso, de fato o agregado não cresce e a produtividade já é muito alta, tem pouco espaço para as empresas crescerem (e, chuto, o governo faz o papel de equalizar e capturar o que daria lucro). A foto atual não é nada deprimente, a pergunta relevante (e cuja resposta não é tão óbvia) é se, se você fosse nascer hoje e pudesse escolher onde, escolheria Japão ou China.

Anônimo disse...

Qual probabilidade de você nascer em uma família com boa renda e qualidade de vida no Japão, e a mesma situação em uma China de 1,3 bilhões? Eu não tenho dúvidas que iria preferir no Japão haha. Até porque a China vai demorar muitos e muitos anos pra dar uma condição de vida razoavelmente descente pro seu trabalhador (se isso acontecer um dia). Prefiro um empreguinho qualquer ou até ser desempregado no Japão.

Delfim Bisnetto disse...

Ok que baixíssimo crescimento com emprego e inflação estáveis e emissões homéricas de moeda possa funcionar em um único país com características peculiares, como a tolerância a manter altos níveis de poupança interna com baixas taxas de retorno.

Mas isso pode funcionar em escala global?

Não implicaria, no mínimo, uma enorme alteração nos fluxos financeiros internacionais?

Frank disse...

sobre o Souza Mendes, impressionante.

um cara q peitou Hitler e Salazar merece respeito.

o diplomata brasileiro Souza Dantas (conincidência, ambos Souza), em muito menor escala (q me lembre) tb andou concedendo vistos à revelia de Vargas.

em Israel existe um memorial com o nome desses heróis, nunca tinha ouvido falar desse diplomata português.

a matéria não menciona, mas imagino q, com uma performance dessas (10K judeus), o cara faça juz a alguma menção honrosa em Israel.

Drunkeynesian disse...

Muito boa a história, fiquei curioso pra ver o filme. Também não sei se Israel reconheceu.

Delfim, acho que a chave pro Japão não cair aos pedaços é os poupadores locais estarem dispostos a financiar volumes enormes de dívida pública a juros muito baixos. Pelo jeito isso está valendo para EUA e boa parte da Europa, resta saber até quando.

Dawran Numida disse...

Drunkeynesian, o Japão deve ainda estar deflacionário, salvo engano. E estagnado, salvo engano.
Mas, depois que passou a fase do "milagre", nos 70s, onde era dito que só copiava e não criava, a economia passou a rolar já rolava com alta tecnologia desenvolvida internamente e tal ativo não deve ter sido deteriorado.
Já a China, especulando, ainda não chegou na fase de criação e desenvolvimento de tecnologia. Se bem que, no plano militar, já teria ou estaria prestes a dominar a tecnologia "stealth" para sua força aérea. Além do que já teria um poderio naval a ponto de confrontar, estrategicamente, os EUA no Pacífico Sul.
Ainda sobre a China, pode ser que a pressão enorme sobre os recursos naturais, com as incorporações de milhões de pessoas à economia formal, pode ter motivado a certa desaceleração na economia a que aludem notícias.

Anônimo disse...

No caso do ouro, se houver corrida ao ouro físico, não haveria para todo mundo.
Se forem papéis lastreados em ouro, cautelas, estas teriam preços chegando às nuvens.
Derivativos de produtos referenciados em ouro, idem.
E o ouro, referenciado em U$, colocaria este também em alta, sufocando devedores na moeda norte-americana.
Mas, é de crer-se que o caos não seria o alvo de ninguém. É de crer-se.

Drunkeynesian disse...

Há não muito tempo estavam fazendo certo sucesso companhias que se propunham a armazenar barras de ouro em cofres nominais, não sei como andaram...

Alex disse...

Putz. Eu baixei o Fred para iPad. Agora entendo porque minha vida social anda tão parada.

Anônimo disse...

Drunk, Aristides de Sousa Mendes é pouco conhecido somente no Brasil (o que é uma pena).

Em Portugal sua história é bastante conhecida, e foi recentemente eleito em um programa de TV o terceiro maior portugês "de sempre", como falam os nossos patrícios.