quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A foto do avatar - caso encerrado

Desde o início deste blog, uso como avatar uma simpática foto do seu John Maynard Keynes de chapéu (esta). No fim do ano passado, vi uma versão que achei que fosse a imagem completa (aqui). Ontem, na New Yorker, vi a versão abaixo, com os devidos créditos e tudo mais:


A foto é de 1925 (Keynes aos 42 anos, portanto), e foi usada para ilustrar o anúncio do noivado entre Keynes e a bailarina russa Lydia Lopokova (nove anos mais jovem). Faz parte do célebre Arquivo Bettman.

Keynes e Lopokova casaram-se em 12 de agosto de 1925, em Londres:


Permaneceram casados até a morte de Keynes, em 1946. Lopokova morreu em 1981, aos 88 anos.

8 comentários:

Anônimo disse...

Legal as fotos. Casualmente, estava lendo o artigo de Keynes, "Am I a Liberal?" (1925). Fazendo-se os ajustes necessários, o texto ajuda a entender o quadro partidário brasileiro.

Drunkeynesian disse...

Não lembro desse artigo... o que ele diz?

Anônimo disse...

Ele se diz um liberal. Em termos ideológicos, o liberalismo com o qual ele se identifica é uma alternativa aos socialistas e aos libertários (defensores do laissez-faire). Ele também se afasta dos conversadores que lutam para manter o status quo. Ele se diz liberal porque não fica preso a dogmas e está preocupado com os problemas atuais. Defende o princípio democrático da soberania do Parlamento. Na economia, propõe que as forças econômicas sejam controladas e direcionadas no interesse da justiça social e da estabilidade social. Nas palavras dele: "we must find new policies e new instruments to adapt and control the working of economic forces". Claro que os socialistas vão tomar essa frase como justificativa para os seus inúmeros erros históricos, enquanto os libertários vão qualificá-lo como mero defensor do planejamento econômico e da intervenção do Estado. No quadro partidário brasileiro, o PSDB (leia-se, na linha do FHC, Gustavo Franco, Malan e Bacha) ainda é o partido que mais se aproxima do ideário de Keynes.

Drunkeynesian disse...

É o liberal clássico, né? Bastante liberal com costumes, mas com alguma preocupação com justiça social (por isso não tão liberal na condução da economia). Talvez ainda seja cedo pra dizer, mas acho que o legado dos anos PSDB no governo vai parecer algo mais liberal / conservador, na linha da Thatcher - reduzir o governo e aumentar o mercado.

Obrigado pela luz. Esse texto está no "Essays of Persuasion", não? Acho que vou procurar pra reler.

Anônimo disse...

A social-democracia, na versão brasileira, não pode ser confundida com o thatcherismo. Quem costuma fazer esta confusão, acusando o legado de FHC de "neoliberal", são os socialistas (pt, pcdob, etc.). Encontrei o artigo neste link:
http://espacioagon.blogspot.com/2010/12/john-maynard-keynes-am-i-liberal-1925.html

Drunkeynesian disse...

Tem semelhanças e diferenças, claro. Mas o fato é que venderam muito ativo do governo, pelo bem ou pelo mal.

Anônimo disse...

"O fato é que venderam muito ativo do governo, pelo bem ou pelo mal" Grande, me diz os casos do mal!

Drunkeynesian disse...

Se você mora em SP, há de concordar que o serviço da Eletropaulo não exatamente melhorou depois da privatização... Pra não contar os casos de ativos vendidos baratos com financiamento do próprio governo, para amigos da realeza, e por aí vai. Não discordo que privatização teve muitos benefícios, mas é ingênuo achar que foi tudo feito do melhor jeito possível.