- A Bloomberg recolheu 62 palpites de economistas do mercado antes da reunião, e nenhum previa sequer um corte de 0.25 p.p. A curva de juros ao menos precificava algo como 50% de probabilidade de um corte desse tamanho. Como bem disse o sábio Yogi Berra, "it's tough to make predictions, especially about the future."
- Tem mais alguns pitacos aleatórios no twitter.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
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6 comentários:
Sem querer dar uma de advogado do diabo, mas apenas sugerindo outro pecado, não acho que a redução dos juros seja totalmente infundada, embora eu teria preferido esperar mais desdobramentos, tanto internos como externos.
Acho que o BC "ressuscitou" o dilema entre inflação e crescimento ao errar o timing dos juros por causa das eleições e da papagaiada "macroprudencial" do começo do ano. Em razão desse erro, o "pico" da inflação acabou coincidindo com um momento de "vale" de crescimento (não é bem um vale, mas uma desaceleração).
De fato, acabou-se produzindo um cenário de alta inflação (acima do teto da meta) e crescimento insuficiente (baseio-me no ICB-Br e nos recuos do discurso do governo quanto à previsão de crescimento). Parece-me que esse é um cenário típico de dilema, onde a recuperação da trajetória de metas geraria um custo de crescimento maior do que o governo eleito (a "sociedade") está disposto a ceder.
Acho que esse cavalo de pau tem mais que ver com uma suposta reversão do ambiente interno do que com o cenário externo, embora o comunicado de ontem diga o contrário.
Também não acho totalmente infundada, ainda que o timing tenha a pouco a ver com qualquer mudança nos fundamentos - não mudou tanta coisa da última reunião pra ontem, ainda que tenham colocado todo o peso no cenário externo, como você disse. O mundo não é mais desinflacionário, eu diria o contrário: a política monetária global ficou mais frouxa e commodities caíram relativamente pouco (ou até subiram, no caso das agrícolas).
Eu acho que, no fim do processo, muita gente vai ficar surpresa ao ver que (1) a inflação tinha pouco a ver com o nível da Selic (seja porque a maior parte da inflação é rígida ou porque chegaremos no tal equilíbrio benigno do Blanchard) e (2) os juros não eram entrave para crescimento, só geravam um problema de distribuição. Palpites meio levianos, mas apostaria neles.
[off]
Interessante artigo:
"Boomer Retirement: Headwinds for U.S. Equity Markets?"
http://www.frbsf.org/publications/economics/letter/2011/el2011-26.html?utm_source=home
Abs
Tks Andre!
Se realmente o BC quis preservar o crescimento então devemos esperar algum dado que corrobore esta visão nas próximas semanas para justificar o corte. A explicação do BC ter ficado atrás da curva por ter sido atrapalhado pela eleição e superestimado o efeito das macroprudenciais fica menos provável pela atual decisão de cortar os juros agora. Concordo sobre a prevalença (??) de parâmetros internos na decisão. Mas como parece existir um padrão de atuação, pode ser que o BC esteja testando a possibilidade de uma certa rigidez inflacionária. E vamos ver se ele está certo. Ou se o cenário externo vira desinflacionário conforme a desculpa no comunicado.
Abraço
Fernando A.
Apenas fazendo um "mea culpa", tinha na cabeça que o timing havia sido mais defasado do que de fato foi.
Vendo a trajetória dos juros ao longo dos últimos 2 anos, não me parece que tenha sido tão relevante mesmo!
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