O Banco Central divulgou que gastou R$ 26,6 bilhões com as reservas internacionais em 2010. O custo de comprar e manter essa poupança internacional é uma das principais críticas à estratégia da equipe econômica de ampliá-la desde 2004.
O custo divulgado pelo BC representa em torno de 5% do valor das reservas, mas significa um pouco mais da metade dos cortes que o governo terá que fazer no Orçamento deste ano.
Há duas semanas, as reservas atingiram a marca histórica de US$ 300 bilhões.
O gasto com a poupança estrangeira do governo foi divulgado ontem pela primeira vez pelo Banco Central. A instituição sempre evitou torná-lo público, sob a alegação de que o número vem de um cálculo complexo e poderia ser submetido a diversas metodologias.
A conta apresentada ontem, porém, era bem simples. O gasto com as reservas foi calculado pelo custo de captação do BC, de 7,7%, menos o rendimento médio de aplicar esse dinheiro no exterior, de 1,88%. Assim, o gasto é de 5,8% do valor total das reservas no ano.
Talvez agora o ministro Mantega reconheça que há "gasto" na "compra de real por dólar".
P.S. Aqui, minha crítica não é às reservas como instrumento de política econômica (no geral, acho a política boa, ainda que a discussão sobre o tamanho adequado ainda esteja longe de ser conclusiva); só acredito que, quando uma determinada decisão de governo tem custos para a sociedade, esses custos devem ser apresentados de forma transparente.
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