quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Gerenciando expectativas, na prática

Semana que vem o Copom se reúne pela segunda vez no ano para reavaliar a política monetária. Até o começo da semana, o consenso, tanto do mercado de juros futuros quanto dos 'especialistas', apontava para mais uma alta de meio ponto percentual na taxa Selic. Ontem o cenário começou a mudar:

1 - Apareceram os insiders - veja a movimentação de pessoas físicas nos contratos da BM&F ontem (vender o contrato significa receber um rendimento pós-fixado - o CDI - e pagar uma taxa pré-fixada, de forma que o vendedor lucra caso o CDI acumulado até o vencimento do contrato seja maior do que a taxa pré paga. Na prática, isso ocorre quando o banco central sobe os juros básicos mais do que o mercado esperava.):


2 - As fontes da imprensa começam a se manifestar. Uma das matérias de capa do Valor de hoje:


3 - O mercado se ajusta às novas expectativas. Preço do contrato futuro de DI com vencimento em 1º de abril:


(esse preço já embute uma probabilidade de 50% de uma alta de 0.75 ponto percentual nos juros)

A reunião do Copom é na próxima quarta-feira. Ainda faltam os passos: (4) alguns economistas do mercado mudam de opinião e passam a 'prever' uma alta de 0.75% e (5) o banco central confirma as novas opiniões do mercado. Aguardemos os próximos dias, alguma mudança de curso parece estar acontecendo.

3 comentários:

Veiga disse...

"The most valuable commodity I know is information" - legenday Gordon Gekko

Anônimo disse...

so uma duvida, quando vc vende o contrato vc compra o
PU e fica pré-fixado nao? Uma vende do contrato de DI eh lucrativa quando o CDI acumulado eh menor do que a taxa que vc vendeu...

Drunkeynesian disse...

Muito bem colocado. No mercado, na prática, você tem total razão. Só que, por algum motivo, a BM&F ainda reporta as movimentações de posições em aberto com visão de PU, como era negociado há uns 10 anos - então o que aparece como venda nesses relatórios equivale, na verdade, a uma compra de contratos no mercado.