Eu sempre achei que o conceito de superávit primário -- excluir das contas fiscais as despesas com o serviço da dívida corrente -- fosse um "me-engana-que-eu-gosto": as Bananalândias da vida pediam dinheiro ao FMI e mediam assim o "esforço fiscal", mesmo que o gasto com juros fosse grande o bastante para enterrar qualquer possibilidade da dívida se tornar sustentável antes da próxima passagem do cometa Halley. Países "sérios", além de não precisarem recorrer à turma de Washington, olhavam para o resultado nominal, que, no fim das contas, é o que determina a qualidade do crédito. Pois bem: semana passada seu Bernanke apareceu com
essa:
How much adjustment is needed to restore fiscal sustainability in the United States? To help answer this question, it is useful to apply the concept of the primary budget deficit, which is the government budget deficit excluding interest payments on the national debt. To stabilize the ratio of federal debt to the GDP--a convenient benchmark for assessing fiscal sustainability--the primary budget deficit must be reduced to zero.
As Bananalândias emergiram ou os EUA submergiram? Ou tudo ao mesmo tempo agora (minha exposição ao pop brasileiro deixou sequelas até hoje)?
Um comentário:
Você está coberto de razão, países sérios não usam essa contabilidade criativa.
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