Stephen King, economista-chefe do HSBC, em um interessante relatório sobre política econômica publicado esta semana (a íntegra está aqui). Talvez o escritor de terror esteja mais otimista.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Frase do dia - Stephen King
"The sad truth is that, having lived beyond its means, the Western world will now have to put up with many years of austerity."
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5 comentários:
Escrevi um longo comentário a esse post, mas quando cliquei para "visualizar" sumiu tudo! Fiquei com preguiça de rescrever!
Maldito blogger...
Não se irrite! Foi mais ou menos isso que escrevi: O Stephen King (o do HSBC) está em nota de rodapé na página 274 do meu livro (O vôo da águia)em artigo de 1999. Lá diz que no relatório de julho de 99, SK escreve que "um ambiente de baixa inflação (que pode ser somente o resultado de fatores temporários) é propício ao aparecimento de "bolhas" porque permite uma expansão excessiva da oferta monetária".
11 anos depois, older and wiser, entendo que o regime de meta para a inflação (mesmo que implícito no caso dos EUA) não é ideal quando a inflação foi "domada". Naquela época, dois choque tinham ocorrido simultaneamente. Um choque nominal negativo (de DA) proveniente da crise da Ásia e um choque de oferta positivo (aumento do crescimento da produtividade). A combinação dos dois choques reduziu a inflação. Como a DA não se reduziu, imagino que para os EUA, o choque de DA foi inócuo. Como a inflação caiu abaixo da "meta", a PM teria que ser expansionista. Mas nesse caso isso é desestabilizador. O próprio SK no relatório ao qual vc linca diz que os BCs agora devem ter uma meta para o "nível de preços" entendido como "manter o nível de preços evoluindo ao longo de uma trajetória dada (se cair abaixo, a inflação tem que subir temporariamente para levá-lo de volta à trajetória).É algo melhor do que "meta para a inflação" mas defeitos de base permanecem (por ex. qual índice de preços? Se for o índice "cheio" vai ter os mesmos problemas do sistema atual se o choque for de oferta). Por esta e outras razões,nosso amigo Scott Sumner sugere que os BCs trabalhem no sentido de manter a DA (P*Q) evoluindo ao longo da sua trajetória de longo prazo. Aquelas oscilações de 1998/99 e novamente em 2002/04 quando a inflação também caiu abaixo da "meta" (Bernanke escreveu o famoso texto "Deflation, making sure IT doesn´t happen here") ocorreram por causa do regime de metas. Na tentativa de evitar que isso ocorresse novamente, em 2008 Bernanke "errou a mão" e deixou a DA despencar. Essa é a razão fundamental para a gravidade da crise. E parece que vão deixar o "barco correr"!
É, não está fácil ser banqueiro central... é esperado deles reavivar a economia, evitar a inflação, não deixar o câmbio se apreciar...
Eu tenho a impressão de que o choque deflacionário do excesso de capacidade que a China vem construindo é tão grande que faz com que o trabalho dos bancos centrais seja cada vez mais ineficiente. Juntando isso com a desalavancagem do consumidor depois do estouro da bolha, fica muito difícil não ter um quadro onde os bancos centrais tem que fazer todo o esforço do mundo para evitar queda de preços nominais. Todo o resto acho que não está ao alcance deles, vai depender da vontade dos formuladores de política econômica.
O HSBC tem o meu respeito, até onde li, foi um dos poucos grandes bancos ingleses que recusaram ajuda do governo.
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