Este ano o Monopoly, que deu origem ao nosso Banco Imobiliário, completa 75 anos de seu lançamento pela Parker Brothers. No livro The Ascent of Money (lançado aqui como A Ascensão do Dinheiro), o historiador britânico Niall Ferguson usa a história do jogo para ilustrar como os anglo-saxões desenvolveram o culto de adquirir imóveis. Segundo Ferguson, a primeira versão do jogo foi criada em 1903 por Lizzie Phillips, e tinha a intenção de "mostrar a desigualdade de um sistema social no qual uma pequena minoria de donos de terra lucravam com os aluguéis recolhidos de seus inquilinos". Essa versão mostrou-se complexa demais para o gosto do público, mas foi simplificada por dois professores (um de Wharton, outro de Columbia) e transformada de vez em um produto comercial por um engenheiro chamado Charles Darrow, que vendeu o jogo para a Parker Brothers. Ao contrário do que imaginava Lizzie Philips, a moral do jogo transformou-se em "quanto mais você tem [propriedades], mas dinheiro você ganha", e isso ajudou a formar a noção na sociedade (fortemente abalada nos últimos anos) de que não há melhor investimento que imóveis.
No Brasil, a Estrela deteve por muitos anos o licenciamento do jogo em Português (com os clássicos endereços do Rio e São Paulo -- naquele tempo, a avenida Faria Lima valia muito menos que Morumbi). Em 2008, a Hasbro (da qual a Parker Brothers é subsidiária) decidiu se instalar no Brasil e lançar o jogo com seu nome original, enquanto a Estrela seguiu produzindo o Banco Imobiliário em diferentes versões (com cartão de crédito, versão "sustentável", etc), não sei se ainda pagando royalties para a Hasbro.
O tabuleiro aí do lado está numa galeria de 50 versões do jogo que o Damn Cool Pics fez.
P.S. O Banco Imobiliário é o tema de uma crônica genial do Pedro Ivo Resende (O Amigo Socialista), que escrevia, pelos idos de 2000, o Loser, primeiro blog que me lembro de acompanhar.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
75 anos do Monopoly
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Um comentário:
Mto bom o texto do amigo socialista!!!
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