segunda-feira, 15 de junho de 2009

Notas de viagem - aeroportos

É sabido que a Infraero cobra, nos aeroportos brasileiros, uma das tarifas de embarque mais altas do mundo. Ainda assim, os principais aeroportos internacionais daqui - Cumbica e Galeão - estão entre os piores das dezenas em que já estive. No feriado, viajei para Quito, com escala em Lima. Apesar da pobreza dos países, ambos os aeroportos estão tinindo de novos, com salas de embarque confortáveis, internet wi-fi grátis, várias opções de lojas e restaurantes, saguões de check-in espaçosos... A cada governo que passa, o titular do Ministério do Turismo sempre coloca como prioridade atrair mais visitantes estrangeiros, mas não é capaz de, como começo, coordenar uma renovação no primeiro cartão de visitas para quem chega.

Cumbica é um pesadelo. A começar pelo acesso -- já tive amigos perdendo vôo em véspera de feriado tendo saído da capital cinco (CINCO!!!) horas antes do horário de decolagem. Supondo que isso seja resolvido com um trem, outros problemas ainda são gritantes. O passageiro que consegue chegar em Guarulhos faz check-in num saguão pequeno, projetado para um movimento algumas vezes menor que o atual. Se quiser comer, tem que se contentar com poucas, lotadas e caras opções. O turista que tenta levar algum souvenir de última hora encontra apenas clichês -- tamborins, camisas da seleção de futebol, caixas de bombom Garoto -- e nada de muitas marcas brasileiras que já são ou poderiam ser sucesso no exterior. As cadeiras das salas de embarque são desconfortáveis, a programação visual é horrorosa (placas pretas com letras brancas em caixa alta, lembram mais um presídio), dentro da área de embarque as opções de comida são ainda piores. A maioria dos que rumam para outros destinos tem que retirar toda a bagagem em São Paulo e fazer outro check-in, já que são poucos os aeroportos que têm estrutura para os procedimentos de alfândega internacional.

Talvez o Mundial de Futebol de 2014 ajude a criar algum incentivo para uma melhora significativa dessa situação; talvez tudo continue igual e passemos vergonha. Creio que a visão atual do tema seja algo do tipo "a-maioria-do-eleitorado-não-pisa-em-aeroporto-então-que-se-lixem-as-elites-e-os-gringos". Espero estar errado.

Um comentário:

Danilo Balu disse...

Sempre mto sensato! Parabéns!
Abrax