O governo federal anunciou hoje mais um festival de bondades para alguns setores que têm a sorte de contar com bons lobbies no governo. Foram mantidos os cortes no IPI para automóveis, eletrodomésticos e material de construção. Além disso, na prática, os juros praticados pelo BNDES para seus empréstimos foram cortados em quase 3% ao ano (para 6%), e juros para alguns setores específicos caíram ainda mais. Agora, por exemplo, pode-se financiar a compra de um caminhão a um juro de 4,5% ao ano, por até oito anos -- uma verdadeira moleza, comparando-se aos juros de mercado.
É claro que alguém tem que pagar a conta dos subsídios -- por conta disso, e de rumores que Lula teria apertado aquela grande tecla "F" para o superávit primário no ano que vem, os juros no mercado interbancário estão em forte alta (o juro de dez anos sobe 0,3% e já chega a 12,56% ao ano). Essas taxas são, grosso modo, as que o Tesouro é cobrado para financiar seus déficits, que, entre outras despesas, cobrem o capital do BNDES. E quem paga a conta do Tesouro, no fim das contas, são todos os contribuintes, dos quais uma ínfima parcela consegue tomar dinheiro no BNDES, a qualquer custo.
A injustiça pareceria menor se soubéssemos que o dinheiro está de fato sendo aplicado em setores importantes para o desenvolvimento do país, mas, comos temos visto, os recursos acabam indo parar na mão de usineiros, frigoríficos, montadoras quebradas, e por aí vai... Torço para que a imprensa se esforce também para mostrar esse lado, e não só o da "boa notícia da desoneração".
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Alguém quer comprar um caminhão?
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