quinta-feira, 4 de abril de 2013

William Shakespeare, especulador, sonegador

Neither a borrower nor a lender be
Do Telegraph:


Court and tax records show that over a 15-year period Shakespeare purchased grain, malt and barley to store and resell for inflated prices, according to a paper by Aberystwyth University academics Dr Jayne Archer, Professor Richard Marggraf Turley and Professor Howard Thomas.
The study notes: "By combining both illegal and legal activities, Shakespeare was able to retire in 1613 as the largest property owner in his home town, Stratford-upon-Avon. His profits - minus a few fines for illegal hoarding and tax evasion - meant he had a working life of just 24 years."


Lembra um pouco a história (supostamente apócrifa) de Tales de Mileto contada por Aristóteles.

7 comentários:

JGould disse...

hum! Por falar em especulação...DK, estou precisando de uma consultoria, sei lá, USD/JPY. Você aceita OGXP como forma de pagamento? rs!

Drunkeynesian disse...

Na linha de que não existe negócio ruim, e sim negócio a preço errado, podemos conversar :)

Jorge Browne disse...

Mais um que gostava de cerveja...

paulo araujo disse...

Legal essa, Drunkeinesian.

Fui atrás para saber mais. Por enquanto é só notícia de um prêmio que eles ganharam. A leitura do paper vai ser em maio.

Achei o blog de um dos autores (Marggraf) comentando a repercussão da notícia do prêmio na imprensa. Começou no Sunday Times após entrevista. Aí, rastilhou: Daily Mail, Mirror, Huffington Post, Telegraph, Independent, Yahoo! OMG, Der Tagesspiegel, Spiegel Online, LA Times, MSN News and Forbes

Gostei do Margraff comentando a repercussão.

"Reactions, inevitably – and rightly – have been mixed, ranging from “this story makes Shakespeare seem more human and accessible” to “Welshski kommies knock England’s national hero”. The comments at the end of Daily Mail’s online coverage provide a good spread of public views in this regard. Huffington Post's online comments section is also heaving (over 500 views expressed so far) – with some excellent engagement with the political angles. Patt Morrison has written a very good opinion piece in LA Times in response to the research, with a great punch-line, ditto Alexander Lee in History Today.

"Patt Morrison has written a very good opinion"

Concordo:

In Tudor England, where he was investigated for his laconic tax observances and once prosecuted for his hoarding practices, it’s a surprise that he didn’t end up swinging from a gibbet “for daws to peck at” [“Othello”]. No wonder he vigorously wrote, in “Henry VI part 2,” “The first thing we do, let’s kill all the lawyers.”

O link para o post do Margraff com todos os outros links

http://richardmarggrafturley.weebly.com/1/post/2013/04/the-bankster-bard.html

paulo araujo disse...

Prof. Roberto Romano escreveu um artigo sobre tiranicídio.

Eu me pergunto se Shakespeare estaria alheio a esse debate.

"As duas fontes éticas do Ocidente —judaica e grega— trazem aos nossos tempos o problema do tiranicídio. No Antigo Testamento Moisés mata um egípcio e começa a libertação do povo hebreu." [...]

"Na experiência grega, o tirano é chamado lobo sanguinário por Platão (2) que prevê a sua morte nas mãos dos adversários. Aristóteles define o tirano como pernicioso ao coletivo. (3) Cicero discute a tirania, e afirma que o tirano gera ódio e sempre acaba morto de maneira violenta.(4) O escritor discute o peso do tiranicídio, em relação aos valores éticos : “Com frequência as circunstâncias tornam o que se costuma considerar torpe, como não torpe. Crime maior existe do que matar um homem, ou um amigo? No entanto, seria mesmo um criminoso quem matou um tirano, mesmo sendo ele amigo? Tal não é a opinião do povo romano. Entre as belas ações, ele considera aquele ato como o mais belo”. "

Romano segue o tema nos primeiros cristãos, idade média e chega até o séc XVII.

Ele procura mostrar como alguns monarcômacos formulam o entendimento de que o indivíduo pode ter prerrogativas perante a massa.

"O ponto crucial do problema inteiro (do tiranicídio) gira ao redor do estatuto da indivíduo no campo coletivo. Quais os limites do primeiro e do segundo? Quem é fonte dos direitos e da ação política? Quando a tirania do Todo suscita a resistência legítima ? Todas essas questões, suscitadas pelos monarcômacos protestantes, são refletidas de maneira inversa nos monarcômacos do catolicismo. O ponto mais grave, no meu entender, reside na tese de que não raro os átomos sociais e políticos, os indivíduos, podem estar na posse do direito efetivo, quando a maioria se deixa controlar por tiranias mentirosas e anti-jurídicas. Basta recordar os totalitarismos do século 20 : quem tinha razão e estava na verdade, as massas animalizadas pela propaganda nazista, estalinista, fascista, ou os poucos cidadãos que aceitaram ir para a morte, sem disto precisar por eram “arianos” ou porque simplesmente poderiam calar e cooperar com o Estado?"

Traduzindo em miúdos, será que Shakespeare não representava, como em uma peça, o papel do crápula para, desse modo, acirrar as contradições de classe? Será que isso não era uma tática para levar por via "leninista" o povo à revolução?

Acho que não. Mais provável é que ele pensasse e agisse mais ou menos assim: "E essa bosta de povinho de merda que aceita bovinamente ser escorchado por um bando de vagabundos de sangue azul vem reclamar dos meus preços? Que se fodam".

Se interessar, o artigo do Prof Romano, Os monarcômacos, aqui

http://filosofiaunicamp.blogspot.com.br/2008/04/os-monarcmacos.html

Abs.

Drunkeynesian disse...

Comentários 10x melhores que o post. Obrigado :)

PJ disse...

Não esqueça do post especial para isso:

http://www.zerohedge.com/news/2013-04-04/eric-holder-gets-busy-enrons-skilling-may-be-released-prison-over-decade-early

"What's he building in there?
What the hell is he building
In there?!