sexta-feira, 12 de abril de 2013

Gráficos do Dia - o tamanho do BNDES

Da ótima matéria do caderno de final de semana do Valor:


20 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria de saber o que aconteceria com as diretorias dos bancos estatais se toda essa "emprestação" desse errado e os bancos enfrentassem forte inadimplência. Nada como brincar com o dinheiro do contribuinte em um País cujo congresso é dominado pelo governo e o judiciário dominado pela morosidade processual.

Drunkeynesian disse...

O mesmo que aconteceu com todos os diretores de estatais incompetentes no Brasil até hoje (e não foram poucos).

Anônimo disse...

Caro Drunk,
Também não me lembro que tenha acontecido alguma coisa com os dirigentes de bancos privados que foram para o espaço...

Jorge Browne disse...

Muito boa Anon.

Chama atenção a grande proporção do BNDES no crédito total. A velha dúvida, é grande porque o setor privado não empresta ou o setor privado não empresta porque é grande...

Anônimo disse...

Caro Jorge, os bancos emprestam o que captam. Quem fornece matéria prima (clientes com $) aos bancos desde sempre consideraram 1 ano longuíssimo prazo (já foi 1 semana, antes de 94), então como emprestar para prazos muito maiores sem tomar um risco excessivo de descasamento? Você conhece algum cara com grana que tem um papel de banco, pré em reais, com vencimento em 30 anos? O BNDES entra aí, mas além do prazo longo empresta com juros mais baixos que o curto prazo! Então temos hoje uma situação de que o setor privado bancário está fora por definição. O BNDES limpa todos os tomadores AAA em reais. O Armínio, querendo fazer negócios é óbvio , argumenta com razão que o mercado de capitais para equities no Brasil funciona mas para dívida está obstruído. Não existe o bonzinho e o ganacioso. Com um ambiente macro equilibrado o BNDES deveria estar cada vez menor.
Maradona

Jorge Browne disse...

Maradona, se entendi dissestes que 1 ano é longo prazo para os bancos e o BNDES ao emprestar a taxas mais baixas toma todo o mercado. Pensando bem, acho que não entendi...

Anônimo disse...

Ficou confuso mesmo... VocÊ numa tesouraria de banco iria comprometer seu risco numa operação de crédito longo abaixo do CDI? O banco capta a 7% para emprestar a 9% e não o contrário. Mesmo assim o banco tem dificuldade de captar a taxas pré em reais para prazos longos, tipo 10 anos, porque o brasileiro ainda tem um medo atávico e, principalmente, os juros são (eram) sempre altos no curto prazo. Então como crescer a participação do setor privado no financiamento de investimentos mais longos, essencial à economia? Só nos setores que o BNDES está fora.
Mas isso era para estar evoluindo, diluindo riscos (para o Tesouro), aumentando eficiência alocativa, menor chance de corrupção, e criando o mercado de dívida com liquidez. Mas estamos indo na direção contrária neste momento. Muito por culpa do tamanho infinito do BNDES e da Fazenda, que não ajuda no serviço de manter uma inflação e juros mais baixos.
Maradona

Jorge Browne disse...

Agora entendi. Não necessariamente concordo, mas faz sentido.

Iconoclasta disse...

"Também não me lembro que tenha acontecido alguma coisa com os dirigentes de bancos privados que foram para o espaço...". Pq tem memoria curta: vide Cacciola e Magalhaes Pinto.

Anônimo disse...

Magalhães Pinto, por sinal quase ficou bilionário ano passado, se a Dilma não veta-se um artigo da
Medida Provisória 517, eu me lembro que essa aí, juntaram de tudo até código florestal, dívida de banqueiro, imposto de renda, uma festa.

Eu como sabia da Medida provisória, ainda encontrei que no governo do PT teve a Lei nº 12.249 autorizou a concessão de descontos de 15% a 45% sobre os encargos de juros e atualização monetária sobre o que deviam, o que já reduziu a dívida praticamente à metade.

E mais o Marcos Magalhães Pinto, ex-dono do Nacional por causa de ter mais de 70 anos, recebeu prescrição da pena imposta.



Abraços,

Marcelo

Unknown disse...

Dá pra ver como esta distribuída a carteira de empréstmos, taxa de inadimplência, prazo médio de recebimento e , já que emprestam a uma taxa menor do que a que captam, qual é pelo menos a taxa de retorno dos projetos em que eles põem dinheiro ?
Se alguém achar onde está estas info me indiquem por favor.

Dawran Numida disse...

Mas, os banqueiros não têm mais bancos, certo? Ao menos isso.

Nada aconece ao mesmo tempo no Brasil. Ora uma coisa, ora outra.
Parece que substituíram o que aprenderam nas escolas, por búzios.

Essa caso do BNDES star e entrar em tudo, parece mais ser intervenção do que fomento.

Só teria sentdo o BNDES fomentar na fronteira da tecnologia e não em lojinhas de armarinhos.

Dawran Numida disse...

as estatais financeiras e não financeiras, isso não é novidade, estão utilizadas para atender a execução de projetos do governo.
Até ai, tudo sem novidade, desde que fosse para projetos bem definidos, on de fosse possível vislumbrar um mínimo de visão do País no longo prazo. Ou no curtíssimo prazo, que fosse.
Mas, assiste-se a uma profusaão quase que diparia de intervenções e nada de concreto.
De resultados não sequer necessidade de fala nada.
Exceto, camninho do caos, se algo de fortuíto e inexplicável fazer com algo de resulatados.

Anônimo disse...

Nossa drunk, vi escrito BNDES e achei que fosse BTG Pactual. Porque será dessa confusão tão infundada?

Abs...

Ps: Como seria bom ser "too big too fail". Pena que estou fazendo isso da maneira errada...engordando...

Anônimo disse...

Ops...too big to fail

paulo araujo disse...

Lendo a reportagem no Valor, chamou minha atenção a seguinte passagem:

"Paralelamente, no fim do mês passado, desembarcava na sede do banco estatal brasileiro uma missão do governo dos Estados Unidos para conhecer os mecanismos de funcionamento do BNDES, , com o intuito de servir de espelho para a criação de um banco similar no país de Barack Obama, com foco também no financiamento à infraestrutura."

Pensava que Ex-Im Bank cumprisse esse papel, com a diferença de que lá a diretoria do Eximbank precisa explicar e justificar o que faz perante o Congresso, que é quem tem a última palavra a respeito de aporte de recursos do Tesouro ao Eximbank.

Alguém poderia dizer porque tendo um Eximbank que opera desde o New Deal com função de banco de fomento os EUA precisariam de outro?

Com o meu pequeno conhecimento da história do BNDES, eu imaginava que a criação do nosso banco de fomento beneficiou-se da experiência acumulada pelo governo brasileiro desde pelo menos os anos Vargas (a CSN, por exemplo)com o Eximbank.

Não sabia que BNDES era um produto nacional e absolutamente original. Ou não foi assim?

O caso CSN é interessante para quem gosta de história.

Os dois planos planos de expansão da CSN (anos 50/60)tiveram aportes do Eximbank. Aliás, a entrada do Eximbank era uma espécie de chancela positiva para que outros bancos e investidores entrassem no negócio.

O Eximbank operava uma forma de controle da aplicação dos recursos captados pela empresa que eu acho que foi criada na ocasião da aprovação do primeiro empréstimo para a criação da CSN.

A história é meio longa para contar aqui. Encontrei elementos indiciários de que a sistemática de controle e fiscalização dos recursos do Eximbank para CSN foi apresentada pelo escritório chefiado pelo Macedo Soares nos EUA. Basicamente, apresentação de relatórios trimestrais.

Encontrei uma documentação interessante a respeito dessa história no fantástico arquivo da CSN em Volta Redonda. A CSN preserva este acervo com milhares de documentos e fotos até hoje. Um verdadeiro filé à disposição dos historiadores, que o desconhecem ou desdenham.

Acho que foi no terceiro plano de expansão que a coisa encrencou. Contam (ver cpdoc on line - Memória - CSN) antigos engenheiros que o governo não entrou com a grana prometida e a CSN teve de buscar no mercado o que não tinha em caixa. Isso no contexto da criação da Siderbras, em 1973. Foi fatal para a CSN. Não encontrei lá quem fosse contra a privatização. Hoje, vista como a melhor solução.

Drunkeynesian disse...

Até onde entendo o Eximbank só financia comércio exterior, acho que os maiores clientes são as companhias que compram aviões da Boeing. A ideia era criar um banco de fomento para o mercado local, mas acho que não colou muito por lá.

Anônimo disse...

A questão do BNDES seria fomentar empresas na fronteira da tecnologia em poucos setores para ganharmos vantagens como ocorreu na Coréia no célebre "case" da siderurgia.

No Brasil diferente de muitos sempre tive dúvidas sobre o papel, nos anos 1990 foi tão desastroso como agora, apoiou a privatizações de empresas com fundos estatais tirando vitórias como ocorreram nos casos da COSIPA e do Tecon derrotando no primeiro caso um grupo paulista e no segundo um australiano, isso só para citar casos que o grupo vencedor foi criado na véspera.

Deixar instrumentos na mãos de governos que mudam o controle acionário de grupos privados sempre me pareceu uma péssima ideia (diferente da privatização), quando o governo lançou a ideia de criar "multinacionais brasileiras" concentrando setores me pareceu que desenvolvimento do erro passado alcançava novos patamares (também não sou contra as multinacionais, mas sim o apoio amigo), hoje tamanha intervenção com bilhões leva-me a crer pelos problemas desses setores que o governo agiu errado no passado e agora, não ajudou a criar competição como deveria em uma economia capitalista moderna.

BNDES mais parece a muito um banco que escolhe vencedores no setor privado, isso não cria dinamismo na economia, infelizmente a mão do governo em caso de empréstimos sempre é para apoiar um grupo e concentrar o setor, é dificil ver uma saída se não diminuir o papel do banco drasticamente apenas em setores considerados de ponta tecnologia, mais nada, quem quiser que vá para mercado captar dinheiro para comprar uma estatal ou seu rival.

Abraços,

Anônimo disse...

Drunk,
o que vc acha do argumento de que os bancos privados não fornecem crédito de longo prazo pq teriam um grande descasamento de prazos entre seus ativos e passivos?
Abs,
R10

Drunkeynesian disse...

Bancos no mundo inteiro vivem de descasar prazos, essa desculpa não é boa... Não fornecem crédito de longo prazo porque não querem, ou porque julgam arriscado em comparação a outras atividades.