segunda-feira, 8 de abril de 2013

7 mitos sobre a economia brasileira que foram / estão sendo / serão destruídos

Diz George Soros (vou citar de orelha porque meus livros sumiram; se notarem algum erro, por favor corrijam) que bolhas especulativas nascem de uma percepção de mudança de paradigma. Na medida em que aparecem sinais dessa mudança, mais pessoas investem nela, o que reforça os sinais e atrai mais gente. Depois de algumas rodadas desse auto-reforço, a percepção se descola tanto da realidade que, mesmo que a mudança inicialmente prevista ocorra, é impossível que as expectativas embutidas nos preços sejam confirmadas. Isso ocorrendo, é questão de tempo para que a bolha estoure, ativos sejam liquidados e percepção e realidade voltem a se encontrar.

Esse esquema me parece bastante correto para descrever o passado recente do Brasil: do país que ia "decolar" para o pior mercado de ações do mundo e grandes dificuldades em crescer. Abaixo uma lista (sem a menor pretensão de ser exaustiva) dos mitos que foram, estão sendo e (acho que) serão destruídos sobre o Brasil:

1. O PIB potencial do Brasil cresceu

Nos últimos 20 anos, o PIB brasileiro cresceu em média 3,2% ao ano. Entre 2003 e 2010, com o boom de commodities, essa média foi de 4,05% ao ano, e muita gente achou que estávamos entrando em uma nova era de crescimento mais acelerado: no início de 2011, a Fitch dizia que o novo crescimento potencial era de 4,5% anuais, e o recém-empossado governo Dilma determinou uma absurda "meta" de 5,9% de crescimento durante o mandato. O choque de realidade veio com sucessivos "pibinhos", mesmo após cortes de juros e inúmeros pacotes de crescimento. Mais provável mesmo que o PIB potencial esteja ao redor da média de longo prazo (3% anuais, talvez um pouco menos), e todo o crescimento adicional tenha sido função da alta dos preços do que exportamos.

2. O Brasil autossuficiente em petróleo

Em 2006 Lula declarou a "autossuficiência" do Brasil em petróleo. Sete anos depois, nunca antes na história deste país se importou tanta gasolina, a ponto disso preocupar os acionistas e detentores de dívida da Petrobras e prejudicar as contas externas do país.

3. O que trava o país é a Selic alta

Claro que provavelmente ainda estamos passando pelos efeitos defasados da grande queda dos juros no ano passado, mas parece evidente que não vai ser isso que vai fazer o país decolar. Pelo menos serviu para evidenciar outros problemas estruturais.

4. O Brasil não depende tanto de commodities

A dependência no principal índice de ações é claríssima - e volta a ficar claro que, no que depende do mercado interno, o Brasil é um país com inúmeros gargalos e dificuldades estruturais.

5. Eike Batista como empreendedor e possível homem mais rico do mundo

O fundo do poço estava longe de chegar quando escrevi isso, em junho do ano passado. Hugh Hendry acertou em cheio. É o caso mais emblemático (e alavancado) do descolamento entre realidade e percepções do Brasil recente.

6. O triunfo do "capitalismo de estado"

Após a crise de 2007/2008, muita gente defendeu a ideia (mais aqui) de que grandes empresas estatais (ou de capital misto) e bancos de fomento seriam os grandes indutores de crescimento no futuro. Talvez haja versões mais ou menos efetivas do "capitalismo de estado"; a brasileira, aparentemente, não mostrou nenhum novo dinamismo, a não ser a capacidade de prover o crédito que os bancos privados não quiseram conceder, com resultados ainda para serem discutidos.

7. O fim das crises cambiais

Já disse várias vezes por aqui que a história econômica do Brasil pode ser contada pelas suas inúmeras crises cambiais. A bonança de commodities e o consequente aumento de reservas internacionais parece ter afastado o risco de uma nova crise no futuro recente. Desde 2007 o país tem financiado com relativa facilidade déficits sucessivos em conta corrente; resta saber se esse padrão se repetirá no futuro ou quanto tempo levará para que as aparentemente grandes reservas sejam consumidas se o dinheiro estrangeiro que entrou nos últimos anos resolver voltar para casa.

27 comentários:

theintriguedtrader disse...

Li lá os 2 posts.
É.. até que provem o contrário, parece que o X virou "/" (de divisão).

Uma coisa fica mais concreta: vai ser mais difícil levantar capital só com um business plan na mão e haverá concentração de investimento nas majors de sempre, seja em Mining ou Oil Exploration.

Anônimo disse...

Esperava algum comentário sobre imóveis ... os apartamentos em Ipanema tendem a superar Paris e Londres ...

Não ouso prever nada, mas gostaria de uma boa análise sobre o setor.

Há forte redução de lançamentos. É sustentável a política de financiamento habitacional da CEF? O sistema de poupança aguenta essa festa?

Enfim ...

Abraços

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto. Antes sabíamos que não havia almoço grátis, agora estamos descobrindo que não existe crescimento grátis.

Frank disse...

sensacional resumo.

a pergunta: fica algum legado do período Lula-Dilma além da distribuição de renda (BF e aumentos de SM) ?

Drunkeynesian disse...

Eu escrevi bastante sobre mercado imobiliário:

http://drunkeynesian.blogspot.com.br/2011/08/atualizando-os-pitacos-sobre-bolha.html

(nesse texto tem outros links)

O que mudou desde então é que aumentou muito a securitização, que provavelmente vai deixar como legado algumas obras inacabadas e perdas para alguns investidores, mas, aparentemente, longe de enfiar a economia num buraco.

No caso de Ipanema, não vejo porque não valer o mesmo que a média de Londres, Paris ou Manhattan... o ativo é realmente escasso. Me preocupa mais apartamento aqui na Barra Funda por R$10 mil o metro quadrado.

Drunkeynesian disse...

A queda nos juros, ainda que não panaceia, vai ser um legado, se sustentada. E a grande interrogação fica pra como vai ser resolver o dilema trabalhadores melhores x economia estagnada.

Carlos disse...

Belo, Post! Abraços

Carlos disse...

Ok, ignorem a virgula fora do lugar no comentário acima... digitar em smartphone é fogo.

André Egg disse...

Eu que sou quase um petista de carteirinha diria que ficou quase nada além de distribuição de renda (BF e aumento de SM). E que isso ainda foi pouco.

Mas o suficiente para causar uma reviravolta política sem precedentes. O problema é que ascensões sociais massivas não costumam melhorara as práticas políticas e de gestão, muito pelo contrário...

paulo araujo disse...

Caro

Se me permite o pitaco, complemento com dois mitos que me pareceram subjacentes aos outros que você relacionou

"Quem quer dinheiiiiiro!?" (Silvio Santos.

Tem ainda o mito do BNDES como banco de fomento que deveria somente emprestar para projetos com retorno social e aqueles focados em desenvolvimento de tecnologias de ponta.

E o mito da reprimarização como efeito da desindustrialização

Vi a entrevista do Prof. Bacha (Futuro da Indústria no Brasil. Desindustrialização em debate) no blog do Mansueto. Gostei bastante. Uma informação causou-me espanto (eu ainda me espanto com o que vai no Brasil):

As sete maiores economias do mundo são também as sete maiores exportadoras. A 8ª maior economia do mundo ocupa o ridículo 24ºlugar no ranking dos maiores exportadores.

"O" publicou no Mão Visível uma tabela com dados de uma pesquisa da CCI sobre protecionismo com 75 países. Ficamos na 68ª posição, abaixo da Argentina (65ª)

Prof. Bacha defendeu que a saída da "desindustrialiazção" (e o papo da reprimarização? "Chose de lóque!") passa por algo elementar: indústria competitiva

Basicamente, repetiu o que Mansueto resumiu em um outro post:

"O nosso desafio para “salvar” a indústria passa pelo (i) aumento de produtividade do trabalho, o que está ligada a maior qualificação do trabalhador, (ii) aumento do investimento público, (iii) redução de carga tributária, (iv) maior esforço de inovação, e (v) maior integração da nossa indústria com o resto do mundo, o que exigirá maior abertura comercial. Essa não é uma agende de curto-prazo e, mesmo se avançarmos nessa agenda, ainda ficaremos dependendo do resto do mundo para crescer (poupança externa), o que significa importar cada vez mais bens manufaturados. [...]

Não há como “salvar” indústria com políticas de estímulo à demanda."

Enfim, junte-se, só para ficar nestes, Eike, Abílio Diniz e a Ambev com o seu diretor de assuntos corporativos Milton Siligman e a constatação do Mansueto: "é típico no Brasil a importância de um diretor que se ocupa basicamente das relações com o governo e com os órgãos públicos".

http://blogs.estadao.com.br/fernando-dantas/2013/02/15/por-que-no-brasil-lemann-precisa-do-bndes/?doing_wp_cron=1365506838.7975630760192871093750

Anônimo disse...

Fiz ontem aqueles comentários sobre Ipanema e Paris.

Acabo de ler seus posts anteriores sobre o tema. Como as questões são para lá de complexas, fico com mais dúvidas do que conclusões, as always.

Mas esse comentário vai para mais uma vez elogiar o excelente trabalho que você vem fazendo.

Abraços

Drunkeynesian disse...

Comentários do Paulo altamente pertinentes. Estou lendo o livro que o Bacha organizou sobre desindustrialização; quando terminar, comento aqui.

Obrigado, anon.

Jorge Browne disse...

Como apparatchik de plantão me cabe alguns comentários.

Acho que os itens 1, 3 e 6 estão interligados, suporto a tese que estamos no início de uma mudança de patamar na taxa de juros, uma "revolução monetária" para alguns. Os cálculos de TIR, a Eficiência Marginal do Capital, foram para o brejo e todas as “rentabilidades” da economia caíram (as aplicações estão com perda real esse ano*).

Em outras palavras, é a hipótese que estamos em um período de transição, pode-se culpar a esculhambada infraestrutura, mas creio que se está construindo outro mito, que não crescemos por causa dela. É verdade em parte, mas a infra está levando mais culpa do que deveria. A grande responsável, nessa hipótese, é justamente a tal "revolução" e o período de adaptação a nova realidade, ou de reação contra ela.

(*) - não consigo deixar de acreditar que uma boa parte dos "analistas de mercado" que aparecem por aí defendem o aumento dos juros em desespero de causa própria.

P.S.: o Eike hein? ainda bem que já escreveu o livro dele. Cada vez concordo mais com o Taleb, pessoas de sucesso (ou nem tanto) olham para trás e acham uma narrativa causal para fatos que são essencialmente aleatórios.

Jorge Browne disse...

@Paulo, duvido que alguém discorde dessa agenda de "salvamento" da indústria (ok, talvez um austríaco, mas, enfim...). Só faltou acrescentar o câmbio.

Drunkeynesian disse...

Hahahaha, apparatchik é ótimo...

De fato as rentabilidades despencaram, mas acho que na verdade a Selic que foi atrás dessa tendência, ao invés de iniciá-la. Quando o BC começou a cortar os juros, acho que já era claro que o retorno marginal sobre o capital (se é que tem como fazer direito essa agregação) já estava abaixo de 10% há algum tempo.

Se estamos na transição, como o Brasil pelo menos voltaria para o crescimento potencial, ou o aumentaria? Está difícil enxergar saída que não dependa de rezar para o preço das commodities dobrar de novo.

Quanto aos analistas - acho esquisito que alta de juros resolva a vida, já que durante os últimos anos muito do dinheiro saiu de CDI / Selic e foi para pré / indexado à inflação. No mundo normal subir juros atrapalha balanço de bancos, talvez aqui ainda seja diferente, mas isso, acho, mudou muito nos últimos anos.

Jorge Browne disse...

O juro pode atrapalhar o balanço dos bancos mesmo, mas atrapalha ainda mais os investidores pós. Eu por exemplo, se fosse "analista" estaria gritando mais juros! mais juros! já que meus poucos pilas guardados estão indo para as cucuias :)

Agora quem sifu mesmo é o pessoal dos fundos de pensão.

Anônimo disse...

Realmente os fundos de pensão terão que buscar novos investimentos para cumprir a meta atuarial.

Agora a galera que está começando a trabalhar vai ter que trabalhar 100 anos para conseguir complementação de aposentadoria nessa taxas.

Arthur disse...

Crise cambial em regime de cambio flutuante? Não sou muito conhecido no assunto, mas tem algum exemplo histórico?

E só por que o Ibovespa tem um weighting maluco não quer dizer que a economia dependa do setor externo. O Brasil é um pais extremamente fechado.

Anônimo disse...

Drunk, acho que paralelo a isso, poderia ser criado um estudo para relacionar essa estratégia dos últimos anos (ao meu ver fracassada economicamente) com a estratégia do México, esse que virou queridinho da Veja. Embora tenhamos varias características diferentes, acho que ainda são economias que podem ser comparadas, pelo menos no que cabe à visão econômica do governo, um fechado e outro aberto demais. Você teria alguma material sobre as mudanças recentes da economia Mexicana? Obrigado

Floripa Trader

Drunkeynesian disse...

A flutuação do Brasil é suja, e ficou mais nos últimos anos. Acho que a impressão atual é que o BC segura o câmbio em uma banda "conveniente", a crise é essa banda tornar-se indefensável. Mas tem tempo pra isso...

O país é fechado, mas depende de financiamento em moeda estrangeiro e tem uma pauta de exportações muito concentrada, daí a preocupação com o setor externo. Justamente por ser pequeno os ajustes são mais dolorosos.

Do México saiu um especial grande na The Economist de uns meses atrás, só procurar por lá. Não compro a história de reformas de lá, acho que é a correção em um mercado que ficou abandonado por muito tempo (no tempo em que era moda falar em BRICS).

Anônimo disse...

Sim, sabemos desse dilema entre inflação e desindustrialização vivenciado com o câmbio, e que pra manter essa manipulação depende de suas reservas internacionais, que consequentemente depende da captação pública e da pauta exportadora concentrada. Nossos problemas são bastante conhecidos acredito, baixa qualificação e produtividade do trabalho, fraca infraestrutura e alta burocracia, ausencia de um financiador privado de longo prazo... bla bla bla. Mas o que nos resta fazer no curto prazo? Dar beneficios pros gringos entrarem pra produzir aqui apesar das dificuldades e com isso criar um ambiente de investimentos, ou esperar mais 500 anos de sonhos de uma industria nacional competitiva?

Anônimo disse...

"ou esperar mais 500 anos de sonhos de uma industria nacional competitiva?"
Os subsídios e barreiras fazem da competitividade industrial brasileira uma falsa promessa há décadas. E continuarão a fazer.
Abrir a economia seria tentar o diferente na economia brasileira.
Dantas

paulo araujo disse...

Caro Jorge Browne

"@Paulo, duvido que alguém discorde dessa agenda de "salvamento" da indústria (ok, talvez um austríaco, mas, enfim...). Só faltou acrescentar o câmbio."

Não sou economista. Acho a agenda de extremo bom senso. Deixando de lado a discussão a respeito do grau de subjetividade na expressão "bom senso", por que será que eu fico com a forte impressão de que os itens (i), (ii), (iii) e (iv) dessa agenda de bom senso parecem não fazer o mínimo sentido para operadores que, no plano do Estado, conduzem a nossa economia? O que seria de "bom senso" para essa turma? Brincar de Sílvio Santos?

Ocorre, porém, que o ex-dono do Panamericano não rasga dinheiro. Faz aviõezinhos com o dinheiro dele e os lança aleatoriamente na direção da plateia. Bem diferente do que fazem os nossos operadores com o dinheiro dos impostos.

E não faltou falar do câmbio. Prof Bacha (no vídeo, aos 16')explicou como o câmbio poderia flutuar em R$ 2,40 como efeito dessa política econômica de bom senso, e que é contrária às pajelanças de Brasília.

Se não viu a entrevista, veja.

Abs.

Drunkeinesian

Aguardarei o post do livro. Não fica enrolando e termina logo :)

Jorge Browne disse...

Paulo, a coisa não é tão catastrófica assim:

(i) tem o aumento do ensino superior (estratégia do Paulo Renato Souza); Pronatec; Prouni e outros Pros; o resto da educação esta a cargo dos estados, aos trancos e barrancos eles vão;
(ii) problemão, tivemos os vários PACs com muitas dificuldades e agora a aposta pesada em PPPs para ver se destrava o troço;
(iii) outro problemão, tem a atual rodada de isenções pontuais, dá para criticar dizendo que deveria ser geral e permanente (mas já é um avanço);
(iv) a Embrapa parece que voltará aos eixos, tem o recente Inova Brasil e muita coisa a fazer com as universidades (as federais aliás, estão muitíssimo melhores do que na minha época).

Pode estar tudo errado, nada funcionar e ser coisa do capeta como diria o Feliciano, mas não dá para dizer que "não fazem o mínimo sentido". Fazem.

paulo araujo disse...

Caro Jorge

Não argumentei sobre catastrofismos. Apenas chamei atenção para a evidente falta de compromisso do governo federal com tal agenda. E não sei se isso ocorre por pura incompetência ou por ideologia, que, sabemos, emburrece.

Hoje, Mansueto, que a meu ver de não-especialista é um dos mais argutos analistas das contas públicas, publicou um post a respeito do "novo pacote de incentivos para indústria" que será anunciado hoje. O ingrediente "conteúdo nacional" está nele. O que dizer?

Mansueto disse:

"Mesmo no pacote que será anunciado hoje, o volume de recursos para “salvar” a indústria é incerto e depende do “espaço fiscal”. Nesta caso, o cobertor é curto. Acabei de fechar as contas fiscais do primeiro trimestre do ano pelo SIAFI e a notícia que tenho não é muito boa." [...]

Com a devida correção, a despesa não financeira do governo federal cresceu no primeiro trimestre do ano R$ 24,3 bilhões (12,5%); muito acima portanto do crescimento do PIB nominal, apesar do reajuste real do salario mínimo este ano de 2,7%, contra 7,5% no ano passado.

Quer outra noticia ruim? Vou dar. O investimento público físico (GND-4) no primeiro trimestre deste ano, em valores nominais, ainda está abaixo do realizado no primeiro trimestre de 2011, quando teve início o governo Dilma Rouseff. [...]

O que quero destacar é que não há motivo algum para ficar otimista com o resultado fiscal do primeiro trimestre do ano. O resultado foi ruim: forte expansão da despesa e um investimento público (GND-4) ainda inferior ao primeiro trimestre do governo atual, em 2011.

Os dados de investimento do Tesouro Nacional mostrarão um resultado melhor para investimento porque houve um forte crescimento de R$ 4,3 bilhões nos empréstimos financeiros (GND-5) para o fundo que cobre os subsídios do programa Minha Casa Minha Vida, que o Tesouro inclui no cálculo de investimento. Mas a verdade é que o governo não está conseguindo aumentar a execução do investimento físico (GND-4) e o custeio continua crescendo à taxa de dois dígitos.

Não há espaço fiscal para um plano agressivo de subsídios e desonerações tributárias que o governo pretende fazer. O que está acontecendo é uma forte redução do primário que aponta para um resultado abaixo de 2% do PIB, uma expansão forte das despesas primárias e, assim, uma contribuição negativa da política fiscal para o controle da inflação. Esse cenário exigirá uma atuação muito mais forte do Banco Central via política monetária (aumento da taxa de juros), pois a política fiscal, por enquanto, não apresenta melhora.


Abs.

Jorge Browne disse...

Bom Paulo, eu chamei atenção para o evidente compromisso do governo federal com pelo menos parte de tal agenda.

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto, muito esclarecedor