Acabou de sair no Bloomberg que o BNDES aprovou um empréstimo de R$ 2,7 bilhões para uma tal Eldorado Celulose. Poupando o trabalho do leitor de recorrer ao Google: a Eldorado Celulose é um "sonho" dos irmãos Batista, da JBS -- outra favorita do BNDES -- e um outro sócio, Mario Celso Lopes (mais aqui). Dos R$ 4,8 bilhões programados para o investimento, a banca pública adiantou mais do que a metade - assim funciona tomar risco no Brasil.
O BNDES vive dizendo que tem critérios técnicos e bem estabelecidos para conceder crédito, mas duvido que qualquer banco comercial com um comitê de crédito minimamente responsável permitiria a concentração dos empréstimos em tantos empreendimentos ligados a commodities ou alocaria tantos recursos para um mesmo credor. Já cansei de escrever sobre isso aqui, a mensagem segue a mesma: se o Brasil quer criar "supercampeãs" de commodities, que declare isso como parte de uma estratégia de política econômica e faça com que o Estado tenha tanto as responsabilidades como os possíveis benefícios. Fazer isso dissimuladamente, via empréstimos a juros subsidiados para empresários "amigos" do governo, que lucrarão caso o investimento prove-se acertado ou renegociarão / deixarão de pagar a dívdia caso algo adverso aconteça deveria pelo menos fazer com que a oposição esperneie, antes que a conta chegue.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
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Um comentário:
Drunkeynesian, será que alguém no BNDES sabe calcular VaR? JBSS3; R$3,5bi em debentures convertidas por R$7,04 e agora elas valem R$2,6bi? É isso? Acho que tenho o lugar ideal para o Palocci!!!
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