O sr. poderia detalhar como era o trabalho de consultoria?
Na época da crise econômica, em 2008, havia no mercado muitas empresas contratando créditos com cláusula cambial, contratos em dólar. Isso eu conversei com praticamente todas as empresas com que eu tinha contratos. Dado que tinha uma crise, sugeri a essas empresas que elas estavam correndo muito risco fazendo contrato de câmbio na medida em que, com a evolução da crise, os níveis cambiais poderiam ficar muito voláteis.
Seus clientes seguiram suas recomendações? Algum teve dificuldades naquela época?
Nesse campo, não. Acredito que tenha ajudado elas a decidir deixar esses contratos. Você sabe quanto esses contratos custaram para as dívidas das empresas nos meses seguintes. Na época não sabiam que haveria a crise com o Lehman Brothers.
O sr. teme que seus adversários digam que o sr. teve acesso a informações do governo sobre a política cambial para orientar seus clientes?
Entre julho e agosto de 2008, havia vários analistas prevendo várias tendências para o câmbio. O que eu dizia para as empresas não é de quanto seria o câmbio futuro. O que fiz foi avaliar para as empresas que havia muito risco de volatilidade cambial, dado que estávamos entrando em uma crise internacional. É essa avaliação, o risco de volatilidade dos contratos de câmbio. Não se trata de informação privilegiada, primeiro porque nem mesmo as autoridades têm informação de quanto será o câmbio futuro. Segundo porque no mercado você encontra todo dia avaliações sobre isso. Eu fiz uma avaliação e poderia ter errado. Naquele momento, eu acertei a tendência.
Fácil acreditar, né? Se a Aracruz e a Sadia tivessem ouvido ele...
Update: Palocci, titã do capitalismo
2 comentários:
Ah tá! Agora entendo o fantástico lucro de 2010. Nosso Soros caipira, previu que o câmbio submarino,bóia mas foi feita para afundar, iria chegar a quase R$1,5/US$ e fez o inverso. Sugeriu NDF's e "target forward" aos seus clientes, exigindo uns 10% de "sucess fee", deve ser isso, não?
Exato... ele deve até ter se oferecido para ser a contraparte dos TARFs. Vou sugerir pro Schwager entrevistar ele para o "Newest Market Wizards".
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