Hoje foi anunciada uma "intervenção branca" no banco, a ser iniciada amanhã pela Caixa e pelo Banco Central. A intervenção foi ativada após o banco informar que vai receber do Grupo Silvio Santos, via um gentil empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito, um aporte de R$ 2,5 bilhões (mais do que seria o valor de mercado de 100% do banco, mantidas as cifras do negócio com a Caixa), "em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade".
Pelo informado até agora, dá para imaginar que os balanços do banco devem estar sendo fraudados há algum tempo, já que parece remota a possibilidade de aparecer, repentinamente, uma perda de R$ 2,5 bilhões em uma carteira de R$ 12,6 bilhões de ativos. A pergunta da qual o contribuinte deve cobrar uma resposta é como foi feito, pela Caixa, o processo de due dilligence que levou um banco público a gastar R$ 740 milhões de dinheiro do contribuinte na aquisição da participação em um banco que em um ano de boas condições de mercado fez água. Este Show dos Milhões não tem a menor graça.
Mais na Miriam Leitão.
P.S. Outra explicação a ser buscada é para a presciência do mercado, que derrubou em 6,75% o preço das ações do banco na Bovespa antes do anúncio do aporte.
P.P.S. E a história só melhora... hoje o Valor disse que a fraude consistia em vender carteiras de crédito e mantê-las no balanço -- o revolucionário método das partidas triplicadas.
Há pouco a Moody's anunciou que está revisando as notas de crédito do Panamericano. Ainda bem que o investidor pode contar com um serviço tão eficiente para guiar suas decisões!
3 comentários:
Ah, meu amigo, quem já passou por auditorias do Bacen, CVM, BSM, E&Y, PWC, etc sabe como funciona...
"Me engana que eu gosto"
E o bambu?
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