O Marcelo Rubens Paiva escreveu, na sexta-feira, uma das melhores definições do Brasil que li nos últimos tempos:
Conservadora, defenderia a pena de morte, o porte de armas, a proibição do aborto e eutanásia e a criminalização irrestrita das drogas, teses já abandonadas por colegas de sociedades mais elevadas (ou não) da Europa.
Não saberia se o casamento gay deve ser constituído com bases legais, e a adoção de filhos permitida. Na informalidade, até aceitaria. Nas paradas, ela se divertiria. Teria amigos gays. Seu cabeleireiro seria um.
Católica, admiraria religiões sincretistas. Receberia passes em cultos pagãos.
Às noites, noveleira, se trancaria em casa, para assistir ao desfecho de quem é o pai verdadeiro do galã.
Gostaria de música, dançar, festas. Não leria muito. Nem iria muito ao teatro. Não seria fã de estudos. Adoraria conhecer gente, fazer amigos, viajar, colocar o pé na estrada, ou no finger, se a cotação da moeda estiver favorável, uma emergente.
Mas cometeria deslizes morais, como comprar DVDs piratas e bolsas de grife falsificadas. E furar filas, se preciso. Não se comportaria muito bem no trânsito. Com seu charme inigualável, conquistaria muitos estrangeiros. Faria amizade com quem a maioria evita, o iraniano radical, o líbio excêntrico e o venezuelano autoritário.
Ideologicamente, não se definiria. Para ela, esquerda e direita seriam uma coisa só. Votaria na pessoa, não no partido, e depois das eleições reclamaria que todos os políticos são corruptos. Não teria muita clareza política.
Leria poucos jornais. Suas informações seriam baseadas no “ouvi falar”.
Preferências: cerveja, quitutes, comida não muito apimentada e saudável, praia ao invés de montanha, verão ao invés de inverno.
Contraditoriamente, teria uma vida sexual diferente dos padrões. Avançadinha, não controlaria a libido, nem seguiria uma rotina reprimida por tabus.
Aparentemente, seria uma pessoa aberta, esclarecida. Porém, teimosa como uma mula, não ouviria ninguém, presa em princípios contaminados por deturpações.
Seu senso de justiça não seria muito apurado. A coerência deixaria a desejar.
Esqueceria facilmente traumas do passado. Seu lema: olhar para o futuro, virar a página, perdoar. E não estaria nem aí para o que os outros iriam pensar.
Claro que é um perfil estereotipado, e nem de perto as mulheres brasileiras se encaixam nele.
Porém, de longe, nossa história mostra que pode ser traçado.
Basta ler os jornais.
Não saberia se o casamento gay deve ser constituído com bases legais, e a adoção de filhos permitida. Na informalidade, até aceitaria. Nas paradas, ela se divertiria. Teria amigos gays. Seu cabeleireiro seria um.
Católica, admiraria religiões sincretistas. Receberia passes em cultos pagãos.
Às noites, noveleira, se trancaria em casa, para assistir ao desfecho de quem é o pai verdadeiro do galã.
Gostaria de música, dançar, festas. Não leria muito. Nem iria muito ao teatro. Não seria fã de estudos. Adoraria conhecer gente, fazer amigos, viajar, colocar o pé na estrada, ou no finger, se a cotação da moeda estiver favorável, uma emergente.
Mas cometeria deslizes morais, como comprar DVDs piratas e bolsas de grife falsificadas. E furar filas, se preciso. Não se comportaria muito bem no trânsito. Com seu charme inigualável, conquistaria muitos estrangeiros. Faria amizade com quem a maioria evita, o iraniano radical, o líbio excêntrico e o venezuelano autoritário.
Ideologicamente, não se definiria. Para ela, esquerda e direita seriam uma coisa só. Votaria na pessoa, não no partido, e depois das eleições reclamaria que todos os políticos são corruptos. Não teria muita clareza política.
Leria poucos jornais. Suas informações seriam baseadas no “ouvi falar”.
Preferências: cerveja, quitutes, comida não muito apimentada e saudável, praia ao invés de montanha, verão ao invés de inverno.
Contraditoriamente, teria uma vida sexual diferente dos padrões. Avançadinha, não controlaria a libido, nem seguiria uma rotina reprimida por tabus.
Aparentemente, seria uma pessoa aberta, esclarecida. Porém, teimosa como uma mula, não ouviria ninguém, presa em princípios contaminados por deturpações.
Seu senso de justiça não seria muito apurado. A coerência deixaria a desejar.
Esqueceria facilmente traumas do passado. Seu lema: olhar para o futuro, virar a página, perdoar. E não estaria nem aí para o que os outros iriam pensar.
Claro que é um perfil estereotipado, e nem de perto as mulheres brasileiras se encaixam nele.
Porém, de longe, nossa história mostra que pode ser traçado.
Basta ler os jornais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário