segunda-feira, 5 de abril de 2010

Mudar, não podemos

Deve haver algo errado quando uma das candidatas à presidência que, em teoria, mais clama por mudança, defende o "tripé de política econômica".

No UOL:

Marina Silva diz que manterá política econômica caso seja eleita

4 comentários:

Unknown disse...

Vejo essa "estranheza" com otimismo.
A luta não é mais para conseguir eleger alguém que não vai levar o país para o buraco, mas sim escolher quem vai aproveitar melhor as forças do país para corrigir as fraquezas.
É a primeira eleição presidencial onde vejo mais clima de eleger seu candidato do que votar contra o outro. Para mim, um otimista, é amadurecimento político.

Ou você acha que o país precisa de mudança nesse ponto específico?

Drunkeynesian disse...

Eu sou mais cético... acho que o tema da campanha, pelo menos no que diz respeito à economia, vai ser: tudo o que o governo anterior fez foi irrepreensível e inquestionável; agora vamos fazer o ajuste fino. Isso mata o debate, como se o tal "tripé" fosse uma lei física.

Precisa de mudança, claro. Não dá pra achar normal ter que se financiar ao juro mais alto do mundo. Não dá pra ter um BNDES pra resgatar frigorífico quebrado. Não dá para achar que o futuro do país está em tirar petróleo a não-sei-quantos-mil-metros de profundidade. Não dá para achar que o que aconteceu nos últimos anos foi 100% mérito e 0% sorte. Talvez de fato não dê pra usar isso na campanha, já que o peso dos números passados é muito forte; daí a acreditar que uma figura retórica virou uma lei econômica e que os problemas estruturais estão resolvidos é uma grande fraqueza.

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

o meu ponto principal é que o tema de campanhas passadas costumava ser "crescimente economico VERSUS desenvolvimento social". Uma falsa e prejudicial contraposição.
Agora ao menos é "todos queremos crescimento economico, mas quem vai fazer isso melhor e o que vamos fazer além disso?".

É isso que considero uma evolução.

Drunkeynesian disse...

Talvez você esteja certo. Eu só tenho medo desses consensos sobre coisas incertas - em algum sentido, é como religião.