terça-feira, 10 de maio de 2011

Jeremy Grantham, Thomas Malthus, Jonathan Franzen

Já citei Jeremy Grantham aqui algumas vezes. Grantham é a cara mais conhecida da gestora de fundos GMO, sediada em Boston. Parte da reputação adquirida pela GMO nos seus quase 35 anos de existência pode ser atribuída à fiel adesão de Grantham à idéia que, no mercado financeiro, há menos mudanças de paradigma do que o espetáculo público propagandeia (esta vez quase nunca é diferente); daí a atenção atraída quando tal figura falou, na sua última carta trimestral, de uma mudança secular na dinâmica de preços de commodities.

Alguns aspectos interessantes da análise de Grantham (vale a leitura da íntegra, de qualquer forma).

1. Thomas Malthus estava certo, mas, como na tira do Laerte, o ano errou.

2. Crescimento exponencial não é sustentável, assim como árvores não crescem até o céu. Parece óbvio, mas é uma verdade ignorada por boa parte da análise econômica e de empresas que é produzida por bancos, consultorias e corretoras.

3. Freedom, de Jonathan Franzen, foi, possivelmente, o romance americano mais aclamado do ano passado. Uma das preocupações do protagonista, Walter Berglund, também é o crescimento da população e a preservação ambiental. O tema, definitivamente, pertence aos nossos tempos.

4. Grantham coloca dinheiro no que fala: montou, em 1997, uma fundação "para ajudar a proteger e aperfeiçoar a saúde do ambiente global".

Free Exchange, Marginal Revolution, Paul Krugman e Tim Worstall têm opiniões sobre o assunto.

4 comentários:

Danilo Balu disse...

O 2 é sensacional!! Árvores não crescem até os céus...
A tirinha é clássica tb!!!

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

Esse Freedom vale mesmo a pena??

Estou lendo um tal de Cloud Atlas, de David Mitchell. Meio doido, não sei se no final fecha tudo, mas sensacional!

Drunkeynesian disse...

Vale, sim... no fim você meio sufocado pela overdose de american way of life, mas é muito bom. Está pra sair em Português, pela Cia das Letras.
Do que trata esse Cloud Atlas?

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

Estou na primeira metade.. é assim: ele conta uma historia do começo do séc. 18 que acaba no meio. Aí conta outra história nada a ver com a primeira no começo do séc. 19. Mas que cita a primeira historia de modo casual, como o personagem lendo as cartas da historia anterior por acaso, ou num livro. E assim vai avançando no tempo e nos estilos e sempre citando a historia anterior passagem. Ainda não cheguei na parte que ele começa a fechar as histórias.
Enfim, por enquanto é "apenas" uma virtuose da literatura, escrevendo brilhantemente em váááários estilos (suspense, ficção científica, aventura, policial, etc.).
Só por isso já vale... mas espero que dê uma amarrada boa em tudo isso no final, para ter um conjunto que faça sentido e não seja "só" um livro de contos.