Outra inação do grupo foi se recusar a fazer qualquer menção à taxas de câmbio, sobretudo da moeda chinesa contra o dólar. Mais um ajuste que ficará para um dia qualquer no futuro, já que, como a China é o grande salvador da humanidade, consumidor, investidor e poupador de todas as instâncias, sua política econômica não pode ser contestada -- e se eles se irritam e resolvem parar de comprar nossa dívida, nosso minério, nosso petróleo, de nos fornecer iPods e tênis de corrida a custos baixos?
Os primeiros resultados já estão sendo vistos nos mercados: as bolsas devem voltar para as máximas do ano, com a promessa da perpetuação da pedra filosofal criada com dinheiro grátis - volta do crescimento - ausência de risco deflacionário. No mercado de câmbio, todas as moedas relevantes do mundo se valorizam contra o dólar: como o câmbio chinês segue fixo e desvalorizado, algum ajuste de fluxo de conta corrente global é feito dessa forma distorcida, que, no limite, levaria para um mundo de apenas um produtor. Felizmente esse "limite" provavelmente não chegará: se a história ensinou algo é que todo regime de câmbio fixo um dia ruiu. Quanto mais tarde, maiores as distorções acumuladas que vão se converter em turbulência no momento do ajuste. Mas, novamente, parecemos estar em um momento em que há pouca preocupação com o futuro -- ainda o legado de uma era de excessos, que políticos teimam em tentar legitimar e provar que não há nada de errado com a idéia de consumir além do que se pode pagar. Covardia e uma profunda falta de respeito com as próximas gerações, estes ainda são os nomes do jogo.
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