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segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Ainda Dubai
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domingo, 29 de novembro de 2009
Reflexão sobre a pausa para reflexão
Quem trabalha no mercado financeiro é levado, muitas vezes, a acreditar que tem as melhores informações e o melhor julgamento. Afinal, somos nós que mexemos com dinheiro, que lemos, que estudamos, que falamos com pessoas que conhecem outras pessoas que conhecem quem manda. Observação e mea culpa número 1 feita.
Há a política. Há interesses que passam longe da racionalidade como a imaginamos (mas que devem fazer perfeito sentido para quem os defende). Há, como o próprio autor do artigo abaixo disse, "a complexidade da condição humana". E vai haver, no ano que vem, uma disputa pelo poder no "país do futuro", na possível-futura quinta maior economia do mundo.
Há um presidente que conta com uma aprovação assombrosa, mais ainda considerando que ele comanda uma democracia livre. Por trás desse presidente, há uma história de sucesso, fruto ou não do acaso, mas que faz com que ele paire acima do bem e do mal. Há uma possível sucessora. Há uma oposição acanhada, que ainda não decidiu o que quer (ou pelo menos isso aparenta). Há jornalistas, com diferentes graus de isenção, e seus veículos. No meio de tudo isso, vai haver muita sujeira, muito ruído, e pouca informação. De forma que vou me abster, daqui para a frente, de comentar política -- simplesmente não conheço, ou não entendo o bastante. Sou tonto. Deixo-me levar pelos meus vieses e não enxergo o que talvez seja óbvio. Estou engatinhando no entendimento de política e mídia -- tão ou mais opacas que mercado financeiro e economia, mas, pelo menos, esses eu estudo e vivencio há algum tempo.
Antes disso, tenho a obrigação de dar o outro lado da história. Um estimado amigo para quem mandei o texto abaixo disse que a opinião dele sobre a história está mais ou menos nesse texto do Luiz Carlos Azenha -- fica aí o contraponto, um dos possíveis. Tantos outros estão na mídia, é só procurar. Não conheço bem o trabalho do Luiz Carlos Azenha, nem suas orientações políticas, nem seus interesses. Como não conhecia esses aspectos do César Benjamin, que me impressionou pela biografia e pela história contada.
"Tive na vida várias fases de tentar explicar tudo, mesmo sem compreender. Quando compreendia, não tinha palavras para explicar." O Tostão escreveu isso em sua coluna de hoje. Há sabios e há tontos. Estou caminhado entre eles, sem ter idéia de quem estou mais perto.
Há a política. Há interesses que passam longe da racionalidade como a imaginamos (mas que devem fazer perfeito sentido para quem os defende). Há, como o próprio autor do artigo abaixo disse, "a complexidade da condição humana". E vai haver, no ano que vem, uma disputa pelo poder no "país do futuro", na possível-futura quinta maior economia do mundo.
Há um presidente que conta com uma aprovação assombrosa, mais ainda considerando que ele comanda uma democracia livre. Por trás desse presidente, há uma história de sucesso, fruto ou não do acaso, mas que faz com que ele paire acima do bem e do mal. Há uma possível sucessora. Há uma oposição acanhada, que ainda não decidiu o que quer (ou pelo menos isso aparenta). Há jornalistas, com diferentes graus de isenção, e seus veículos. No meio de tudo isso, vai haver muita sujeira, muito ruído, e pouca informação. De forma que vou me abster, daqui para a frente, de comentar política -- simplesmente não conheço, ou não entendo o bastante. Sou tonto. Deixo-me levar pelos meus vieses e não enxergo o que talvez seja óbvio. Estou engatinhando no entendimento de política e mídia -- tão ou mais opacas que mercado financeiro e economia, mas, pelo menos, esses eu estudo e vivencio há algum tempo.
Antes disso, tenho a obrigação de dar o outro lado da história. Um estimado amigo para quem mandei o texto abaixo disse que a opinião dele sobre a história está mais ou menos nesse texto do Luiz Carlos Azenha -- fica aí o contraponto, um dos possíveis. Tantos outros estão na mídia, é só procurar. Não conheço bem o trabalho do Luiz Carlos Azenha, nem suas orientações políticas, nem seus interesses. Como não conhecia esses aspectos do César Benjamin, que me impressionou pela biografia e pela história contada.
"Tive na vida várias fases de tentar explicar tudo, mesmo sem compreender. Quando compreendia, não tinha palavras para explicar." O Tostão escreveu isso em sua coluna de hoje. Há sabios e há tontos. Estou caminhado entre eles, sem ter idéia de quem estou mais perto.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Pausa para reflexão
Reserve alguns minutos do seu tempo para ler o texto de César Benjamin na Folha de hoje. E mais algum tempo, depois, para uma reflexão sobre o Brasil e os brasileiros.
Artigo de César Benjamin na Folha de S. Paulo - 27/11/2009
Artigo de César Benjamin na Folha de S. Paulo - 27/11/2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Não quer pagar estacionamento?
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Por que os shoppings de São Paulo têm de investir milhões em andares e andares de estacionamento, para depois não poderem cobrar pela facilidade? Qual a dificuldade dos legisladores em entender que uma vaga de estacionamento é um espaço privado, e que o preço cobrado nada mais é que um aluguel? Por que os clientes dos shoppings entendem isso e lotam tais vagas, e os deputados estaduais tentam violar a lei de oferta e demanda e a propriedade privada?
Se há algum alívio é que o executivo tenta vetar tal aberração. Que o judiciário compartilhe do mesmo pensamento.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A festa das isenções continua
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O Gian escreveu no comentário do post de ontem que concorda com o Friedman. Eu adoraria concordar também, sobretudo com a noção de que os governos, no geral, gastam muito e mal. O problema é que, no caso do Brasil hoje, as isenções de impostos muito provavelmente não serão acompanhadas por um corte correspondente nos gastos. E a operação acaba sendo uma transferência: de toda a base de contribuintes para quem compra móveis / carros / material de construção / etc. e seus respectivos produtores. Não vejo como isso pode ser bom (numa visão um pouco mais que imediatista) ou prioritário para um país que se financia a mais de 6% de juro real e só este ano conseguiu prover saneamento básico para metade dos domicílios.
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Ai, ai, ai, Dubai
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terça-feira, 24 de novembro de 2009
A palhaçada verde, versão Brasil
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Milton Friedman dizia que nunca houve um corte de impostos de que ele não tivesse gostado. Eu discordo. Odeio cortes de impostos que favorecem diretamente o consumidor e, indiretamente, indústrias que não geram inovação. Odeio medidas que vão incentivar mais compra de automóveis, quando é nítido que o país precisa de mais transporte público de qualidade (o que, por sinal, seria muito mais ecológico do que aumentar o ritmo de produção de carros). Odeio pensar que gastança e incompetência serão confundidas com boa vontade, consciência ecológica e vanguarda. Odeio pensar que não vou rir por último, já que provavelmente farei parte dos que pagarão por excessos desse tipo. Já estou odiando esta enumeração, então vou parar por aqui.
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Festival de extrapolação aplicada ao mercado (4)
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Memórias da marolinha
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Frase(s) do dia - Delfim Netto
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Professor Antonio Delfim Netto, numa boa entrevista na Folha de hoje.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Gráfico do dia - Trufas
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Frase do dia - Max Planck
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Max Planck, Nobel de Física de 1918, citado por Alan Kirman em um texto interessante sobre a teoria econômica pós-crise.
Banco Central do Uzbequistão, Brasília
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Construindo pirâmides no século XXI
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Em finanças, o que parece complicado e bom demais para ser verdade geralmente prova-se um Ponzi, uma pirâmide. Estamos diante da maior da história? Tire suas próprias conclusões, e o tempo se encarregará de provar.
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terça-feira, 17 de novembro de 2009
Os mais corruptos do mundo
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O ouro de Maurício
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Via Zero Hedge.
(Mais) um "companheiro" no Banco Central
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Mais no Estado.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Gráfico do Dia - Harvard Endowment
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A íntegra da carta vale por um MBA em finanças, e, por isso, não é exatamente uma leitura fluente e acessível. Para os interessados, está aqui.
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Krugman e os desequilíbrios
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Ilustração da última The Economist.
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Som da Sexta - Ney Matogrosso
Fiquei a semana inteira com essa música na cabeça, um samba clássico de Herivelto Martins e Marino Pinto. Está no novo disco de Ney Matogrosso, cuja voz deve ter encontrado a fonte da juventude -- segue impecável, aos 68 anos. Esta versão é do show Pescador de Pérolas, de 1987, onde ele canta acompanhado do monstro do violão Raphael Rabello.
Frase do dia - Derivativos
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Mario Torós, diretor de política monetária do Banco Central, em resposta ao diretor de uma empresa que reclamava da desvalorização do real, durante a crise do final do ano passado.
Hoje o caderno de final de semana do Valor traz uma reportagem grande sobre os bastidores da crise -- incrível como, um ano depois, começam a aparecer os "heróis", com diferentes graus de merecimento e veracidade. Neste caso, o Banco Central do Brasil sai como salvador do país, presciente e sempre oportuno...
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Brasil decolando
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Festival de extrapolação aplicada ao mercado (edição especial)
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A ÚNICA aposta lógica para o ano que vem. Infelizmente ele não coloca uma previsão numérica. Aguardamos ansiosamente.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Bart Simpson & Portfolio Management
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terça-feira, 10 de novembro de 2009
Os "heróis" do Unibanco e jornalismo preguiçoso
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O título da matéria de capa da revista do Valor (ValorInveste) deste mês é "A história não contada do ataque especulativo ao Unibanco". Nela "aprendemos" que as ações do Unibanco sofreram, durante outubro do ano passado, um "intenso ataque especulativo", alimentado por "boatos sobre possíveis perdas da instituição com câmbio". A companhia teria sido salva por uma heróica operação de recompra de ações durante o dia 24 de outubro, orquestrada por um dos diretores da Unibanco Holdings, que reconta a história com tons épicos: "Naquele momento, o mercado atuava como um alcateia, se reunindo para abater uma presa fácil. Era preciso matar o máximo de lobos, e rápido, na partida".
O texto usa como fontes sócios, funcionários e ex-funcionários do Unibanco, que, evidentemente, teriam motivos para florear a história. E o autor da matéria ou se de deixou levar pela simplicidade do conto de fadas maniqueísta (o "bem", representado pelos banqueiros, patriotas, geradores de empregos contra o "mal", os lobos, especuladores, abutres, vendedores usando corretoras estrangeiras) ou quis agradar alguém. A verdade, como de costume, é bem menos glamourosa: simplesmente a recompra ocorreu um pregão antes do Ibovespa alcançar o menor nível desde janeiro de 2005 (29,435 pontos - ver o gráfico abaixo), que não voltou a ser atingido mais nenhuma vez desde então (a bolsa americana ainda teria dois momentos piores, em novembro de 2008 e março deste ano, antes de iniciar uma recuperação relativamente consistente). Aquele dia (27 de outubro) também marcou a mínima de preço de fechamento da ação do Unibanco (R$ 10,28), embora a matéria alegue que os preços das compras da tesouraria tenham sido abaixo desse nível (R$ 10,05).
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As conclusões são relativamente claras: primeiro, o que houve não foi um ataque especulativo ao "pobre" Unibanco, mas sim uma venda generalizada de ações, que, no caso do Brasil, atingiu um pico naquele dia (além disso, quase todo o movimento da ação do Unibanco no ano passado foi altamente correlacionado com o Ibovespa, como é fácil ver pelo gráfico). As ações da Vale, por exemplo, também fizeram uma mínima (a menos da metade do que valem hoje) naquele dia, e nem por isso acredita-se que a empresa estava sendo vítima de especuladores. Segundo, trata-se de mais um exemplo de manipulação conveniente do acaso: como tudo correu bem, mesmo por motivos alheios, louros para os protagonistas. Imaginemos se, por exemplo, na semana seguinte da tal recompra mais um banco global quebrasse, mesmo que isso não afetasse em um centavo o balanço ou os resultados do Unibanco. Provavelmente haveria mais uma rodada de vendas de ações mundo afora, que dificilmente não afetaria o preço da ação do Unibanco e pegaria a companhia numa posição de caixa ainda mais fragilizada, depois de ter gastado cerca de R$ 228 milhões na recompra. O Unibanco poderia ter problemas, e os gênios (sortudos) teriam se transformado em (no mínimo) irresponsáveis.
É interessante ver tal matéria aparecer menos de uma semana depois do anúncio que a marca Unibanco vai desaparecer. E também que continuamos sem saber da verdadeira história da operação Itaú / Unibanco: foi de fato uma fusão ou a aquisição disfarçada de um banco que estava frágil? Houve dedo do governo? Essa e outras matérias sobre o período turbulento do ano passado (a ridícula compra de 49,9999999...% do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil, a participação do BNDES nos frigoríficos, a implosão da Aracruz...) ficam para quando o tempo inocentar os envolvidos ou para jornalistas mais corajosos.
Os eleitos do BNDES
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Schadenfreude
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Frase(s) do dia - Loucura
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"Como, de uma hora para outra, eu posso ter virado um louco, um irresponsável?"
Adriano Ferreira, ex-diretor financeiro da Sadia, na crônica que a piauí faz, um ano depois, sobre como uma combinação de incompetência, ganância, negligência e, sim, irresponsabilidade, afundou a empresa. A reportagem traz os bastidores e detalhes da história que contei, na época, aqui.
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A covardia do G-20
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Outra inação do grupo foi se recusar a fazer qualquer menção à taxas de câmbio, sobretudo da moeda chinesa contra o dólar. Mais um ajuste que ficará para um dia qualquer no futuro, já que, como a China é o grande salvador da humanidade, consumidor, investidor e poupador de todas as instâncias, sua política econômica não pode ser contestada -- e se eles se irritam e resolvem parar de comprar nossa dívida, nosso minério, nosso petróleo, de nos fornecer iPods e tênis de corrida a custos baixos?
Os primeiros resultados já estão sendo vistos nos mercados: as bolsas devem voltar para as máximas do ano, com a promessa da perpetuação da pedra filosofal criada com dinheiro grátis - volta do crescimento - ausência de risco deflacionário. No mercado de câmbio, todas as moedas relevantes do mundo se valorizam contra o dólar: como o câmbio chinês segue fixo e desvalorizado, algum ajuste de fluxo de conta corrente global é feito dessa forma distorcida, que, no limite, levaria para um mundo de apenas um produtor. Felizmente esse "limite" provavelmente não chegará: se a história ensinou algo é que todo regime de câmbio fixo um dia ruiu. Quanto mais tarde, maiores as distorções acumuladas que vão se converter em turbulência no momento do ajuste. Mas, novamente, parecemos estar em um momento em que há pouca preocupação com o futuro -- ainda o legado de uma era de excessos, que políticos teimam em tentar legitimar e provar que não há nada de errado com a idéia de consumir além do que se pode pagar. Covardia e uma profunda falta de respeito com as próximas gerações, estes ainda são os nomes do jogo.
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domingo, 8 de novembro de 2009
Exploda, Uniban
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Som da Sexta - Sarah Vaughan
Dum-dum-dum-dum-dum-dum-dum-dum... Quando uma linha instrumental famosíssima e grudenta encontra uma das vozes com mais swing na história do jazz, dá nisso. Para terminar uma das semanas mais chatas dos últimos tempos, Sarah Vaughan e uma versão irresistível do Peter Gunn Theme, de Henry Mancini.
Gráfico do Dia - Desemprego nos EUA
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E com o dado de hoje, o desemprego nos EUA passa dos 10% pela primeira vez desde 1983. Com a diferença que, naquela época, os Fed Funds rodavam a 9% -- ou seja, havia muito espaço para estímulo monetário. Já hoje...
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Lula no Financial Times
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Os caçadores de bolhas
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Bolhas são um dos temas mais estudados e discutidos na literatura de finanças, mas nem por isso surgiu, até hoje, um método eficaz e objetivo para identificá-las e prever seu fim. Se houvesse, bolhas não existiriam ou seriam de outra natureza, já que o mercado financeiro, de posse da informação, começaria a especular na direção do estouro, antecipando-o até o ponto em que o pico da bolha ficaria misturado com os movimentos "normais" do mercado.
Todos esses anos (centenas! As primeiras manias especulativas registradas por Charles Kindleberger no clássico Manias, pânicos e crashes são do século XVII) de observação e estudo não foram em vão, e serviram para destacar dois fatos, talvez óbvios, mas não por isso irrelevantes: bolhas são da natureza dos mercados e da psicologia de massas; e bolhas sempre estouram. Se, portanto, considerarmos bolhas como partes indissociáveis dos mercados, como furacões e maremotos são da natureza, a solução mais inteligente seria, ao invés de tentar combatê-las, blindar o sistema contra seus efeitos. Isso passaria por acabar com instituições "grandes demais para quebrarem", regular o nível de alavancagem de empresas e fundos e deixar que o investidor e sócio, não o contribuinte, sofra com os custos de quem, por azar ou incompetência, for pego no estouro de uma bolha.
Curiosamente, nada ou muito pouco está sendo feito nesse sentido. Ao contrário, a tentativa de "caçar bolhas" deve criar mais distorções nos mercados "escolhidos": mais poder estará sendo dado a burocratas com nenhuma legitimidade e pouco conhecmiento prático comprovado; e sempre teremos o problema de insider, de pessoas que sabem antecipadamente das medidas vendendo a informação ou atuando diretamente nos mercados. É mais uma tentativa de mudança sem passar pelas bases. Na melhor das hipóteses, será ineficiente e gerará mais um problema para o futuro, que tem sido tão negligenciado em favor de uma falsa prosperidade de curto prazo.
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terça-feira, 3 de novembro de 2009
Copa do Mundo, varejo e produção industrial
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Parabéns, contribuinte brasileiro
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Não tenho absolutamente nada contra reciclagem e cooperativas. Nessa história, dois problemas me afligem: primeiro, que um banco, mesmo estatal, deveria levar em conta o retorno das atividades que está financiando, na esperança de que essas consigam gerar o caixa para pagar os empréstimos, mais os juros (ainda que subsidiados). Segundo, que tal banco deveria incentivar desenvolvimento. Os ecologistas que me desculpem, mas não vejo como reciclagem pode ser um motor de desenvolvimento no sentido de gerar inovação, empregos, etc (e me vem à mente a frase de um amigo, que dizia que se Bill Gates tivesse nascido no Rio de Janeiro e montado uma empresa numa garagem, estaria vendendo CDs piratas no Largo do Machado). Se o governo quer transferir dinheiro para esses setores, que faça via um programa social, sem o engano de que está alimentando algum benefício de longo prazo para a sociedade. Fazendo isso via BNDES, a impressão que se tem é que qualquer atividade é elegível a um financiamento com juros camaradas -- basta contar uma história bonita e ter um bom lobby no governo. A moda agora é pintar de verde os interesses dos vários setores com bom trânsito no governo, e assim cobrir de boas intenções financiamentos, isenções, incentivos, etc. Já aconteceu com a tal "linha branca", está acontecendo com as usinas de reciclagem, e podemos aguardar mais e mais.
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