- A FIESP, a FIRJAN, a Força Sindical, a CNBB e a ASPET declaram que "a alta de juros é um absurdo, mais ainda em um país que já tem os maiores juros do mundo, vai constranger o investimento e causar demissões".
- Os exportadores reclamam que a alta de juros vai servir para valorizar ainda mais o câmbio.
- Os bancos sobem imediatamente todas as suas taxas e aproveitam para dar uma "puxadinha" no spread, já que 187% não são suficientes para garantir uma rentabilidade consistente.
- Os economistas e analistas de mercado analisam cada palavra do comunicado do Banco Central, como se aquilo tivesse sido escrito por Júpiter. Por que nunca ocorreu a um banco contratar um linguista de plantão?
- Os fundos de pensão comemoram a alta nos juros reais por terem mais um período de moleza para cumprirem suas metas.
- Os ortodoxos dizem, com palavras mais suaves, que a alta não será suficiente para segurar a inflação, que falta testosterona aos diretores do Banco Central e que, continuando assim, repetiremos o caos da República de Weimar.
- Os heterodoxos se declaram surpresos pelo Banco Central não ter considerado cortar os juros.
- Os traders alegam que o movimento na curva de juros era esperado e que estão colocando os lucros no bolso.
- A turma do Ministério da Fazenda comemora o novo material para poder cutucar o Banco Central.
- A Folha publica o estudo do mestre Jason Vieira que mostra que o Brasil já passou mais tempo na liderança do ranking de juros reais do que o Federer na classificação da ATP.
- Algum consultor de finanças pessoais diz que é vantajoso aplicar em fundos DI, já que a Selic está subindo.
- As emissoras de TV tiram do arquivo as imagens da Casa da Moeda imprimindo notas de 100 reais e as tomadas de todos os ângulos possíveis do prédio do Banco Central, em Brasília.
- O Mané da padaria, o Silvestre do açougue, o João da barraca de tomates na feira e o Giuseppe da cantina estudam a decisão do Copom, concluem que o país está entrando num ciclo de política monetária contracionista e de crédito mais escasso e reconsideram suas decisões de aumentar os preços. Ops... No mundo real não é assim que funciona?
- O mercado se prepara para acordar cedo na quinta-feira seguinte e exercitar seu masoquismo lendo "a ata".
- A vida segue praticamente igual para cerca 99.7% dos brasileiros, que tem coisas mais importantes pra se preocupar.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
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8 comentários:
Fantástico o post, além de informativo e verossímil é engraçado. parabéns...
Não é apenas "verossímil". É um dos raros exemplos em que a realidade é ao mesmo tempo comédia!
Muito bom!
outstanding!
CLAP CLAP CLAP!
CLAP CLAP CLAP... pq vc não posta no FB tb ?
Eu ainda me preocupo com a suposta "anonimidade".
Stand up comedy de economia? rs
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