Hoje a Moody's rebaixou a nota de crédito da Grécia de "A1" para "A2". Curiosamente, o mercado da dívida soberana grega respirou alividado. Explicação: nas semanas anteriores, as outras duas grandes agências de classificação de risco (Fitch e S&P) haviam rebaixado o país para BBB+, e, caso a Moody's se movesse para esse mesmo patamar (equivalente a Baa1 na sua escala, veja a tabela abaixo para entender melhor e deixe as questões nos comentários), os bancos locais não poderiam mais usar títulos públicos como garantias (colateral) para seus empréstimos junto ao Banco Central Europeu. O resumo da história é que agora o sistema bancário grego depende (caso o BCE não mude as regras) de alguns analistas sentados em um escritório em Londres. Tempos difíceis para os gregos.
Quando a Grécia adotou o euro, muitos protestaram pelo desaparecimento da dracma, até então a moeda mais antiga em circulação no mundo. Nesse sentido, a Grécia pode esperar para breve uma boa notícia: creio que o país não se aguentará não podendo desvalorizar a moeda para aliviar o peso da dívida, e a dracma terá sua volta, infelizmente nada triunfal.
Sou economista, em pausa numa carreira no mercado financeiro para um mestrado. Vivo entre Cambridge, MA e São Paulo.
Moto do blog: "If economists could manage to get themselves thought of as humble, competent people on a level with dentists, that would be splendid." - John Maynard Keynes
ou
"It is generally admitted that most grown up people, however regrettably, will try to have a good time." - Bertrand Russell
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