Um amigo me informou hoje que o Brasil levou para a Conferência Climática da ONU uma delegação modesta, de 720 pessoas, ao custo de R$ 30 milhões (de onde qualquer calculadora pode concluir que o gasto médio por representante da nossa pátria amada, idolatrada, foi de R$ 41,7 mil - belas férias, não?). Tudo isso com a nobilíssima intenção de salvar o país e o mundo do aquecimento global (não vamos considerar que o Ministro do Ambiente ainda não entrou em acordo com os diplomatas sobre o que o Brasil vai pedir na conferência).
Não quero entrar no mérito da causa -- não entendo absolutamente nada de clima, e, até onde sei, há bons argumentos para os dois lados. Ademais, enquanto a tecnologia não andar, me parece uma questão de solução impossível -- o bem estar de grande parte da humanidade atualmente depende de consumo de energia. Na margem, quem vai consumir mais energia são as pessoas que estão saindo da pobreza, e não há nenhuma motivação de curto ou longo prazo que justifique privá-las de uma oportunidade de vida mais confortável. Fica, portanto, a opção para quem pode "reduzir suas emissões", o que só virá via incentivos que, provavelmente, não são viáveis em um mundo já tão endividado (apedrejamentos nos comentários, por favor). O caso aqui é o desperdício de recursos em nome da "causa", do qual o Brasil, claro, é o exemplo mais gritante.
Burocratas e políticos estão sempre atrás de uma "causa", que justifique seus empregos e seus salários. Para isso, apoiam-se em especialistas e colocam-se como donos da verdade, sem deixar margem para dúvidas ou questionamentos. Há pouco tempo vimos o caso da Gripe H1N1: o desconhecimento geral virou pânico e justificou o desperdício de bilhões de dinheiro de contribuintes, para depois concluir-se que o perigo não era tão grande, assim. Como disse acima, não entendo absolutamente nada de clima. Mas sei que é uma questão extremamente complexa, com muitas variáveis não controláveis. Complexa demais para que, em tão pouco tempo, já tenha-se chegado a conclusões incontestáveis e que justifiquem tanto empenho. Quanto à colaboração entre países, devemos lembrar que os EUA seguem produzindo açúcar de beterraba, apesar de todas as rodadas de negociação de comércio internacional. Copenhague será um fiasco, podem anotar.
P.S. Ainda no campo das boas intenções:
Prostitutas dinamarquesas oferecem sexo grátis durante COP15
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
COP15, a festa dos burocratas
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2 comentários:
É mta papagaiada... pra reduzir emissão vamos ter que entrar na faca, vai ter que doer MTO no bolso de TODOS.
Faz bem os EUA de não cederem!
Até num assunto que você diz que não entende muito, saiu um post legal. Concordo integralmente!
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