A Veja desta semana publica uma matéria sobre o spread bancário, esse incompreendido. Fora a salada que faz ao tentar ligar os juros do BC com os cobrados pelo banco, a revista incorre no batido erro de confundir correlação com casualidade, ao sugerir que o que explica a queda dos juros futuros após a virada do ano é a "çábia" decisão do BC de manter a Selic inalterada, "sinalizando que não se admitirá um aumento na inflação" (ver o gráfico abaixo).
Primeiro, os juros locais (e mundo afora) subiram, em grande parte, por conta da liquidação forçada de ativos que tomou conta do mundo no pânico de Outubro / Novembro. Os juros podem ser expressos como o inverso do preço de um título de renda fixa - para o preço do título cair, os juros embutidos nele (ou a taxa de juros pelo qual ele é trazido a valor presente) têm que subir. Depois, os juros caíram porque o mercado percebeu que a Selic naqueles níveis não era compatível com a nova conjuntura econômica, de forte desaceleração. A verdade é que o BC brasileiro cometeu uma grande barbeiragem, insistindo em subir os juros básicos até o dia 10 de Setembro do ano passado, cinco dias antes da quebra da Lehman Brothers. Mas, como o Brasil tem se saído bem na crise, a inflação segue baixa, os bancos seguem lucrando e Henrique Meirelles virou o ministro mais querido do presidente Lula, ninguém vai se lembrar disso.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
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