Já temos material para um primeiro teste: em Maio, a capa da você s/a anunciava a mágica de fazer dinheiro com ações. A média dos fechamentos do Ibovespa daquele mês foi de 71,075 pontos, sendo que no dia 20 o índice atingiu sua máxima histórica, aos 73,438 pontos. Desde então, a bolsa desceu a ladeira. Em Junho, o Ibovespa encerrou o mês perto dos 65 mil pontos, e agora estamos beirando os 57 mil pontos. Momento oportuno, portanto, para uma capa pessimista: a Exame desta quinzena pergunta se a bolsa virou um mico. É hora de abrir a carteira e ir às compras. Depois cobrem o teste.
A idéia, como era de se esperar, não tem nada de original (na linha da lenda criada em torno do grande Mario Henrique Simonsen, que, depois de ler uma tese de um aluno, teria dito: "Sua tese tem idéias boas e novas. O problema é que as novas não são boas e as boas não são novas."). Há muito fala-se de capas de revistas como indicadores contrários (a The Economist já foi tão malhada por conta disso que já passou a se auto-ironizar em muitas ocasiões), e um estudo de três professores da Universidade de Richmond (em inglês aqui) analisa estatisticamente esse efeito.
Para explicar o fenômeno, podemos lembrar que investidores profissionais, que correspondem ao grosso do volume das bolsas, geralmente têm acesso antecipado às mesmas informações das revistas (análises, consultas com analistas, etc). De posse dessas informações, eles tomam suas decisões de investimento, que afetam os preços das ações. Quando as revistas chegam as bancas, pelo menos parte desse movimento já ocorreu, portanto a chance de uma reversão estar próxima é maior -- seja por esses investidores profissionais estarem realizando lucros, seja porque o fluxo de notícias, positivas ou negativas, cessou.
Um comentário:
Bom, o topo "acertaram" mas o fundo não... Caiu um bom bocado de 57k até 29k pontos.
E quem comprou no 57k teve poucos momentos pra vender no positivo nesses 4 anos.
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