... é o barulho do ar saindo de uma das bolhas que ainda devem ser estouradas no mercado financeiro. O petróleo caiu mais de 3% hoje; o índice de commodities CRB (formado por preços de commodities agrícolas, metálicas e energia) acumula queda de mais de 10% no mês. Junto com o CRB e o petróleo está indo o Ibovespa, que já acumula queda de quase 7% no ano (no gráfico, o índice da bolsa brasileira juntamente com o CRB - sim, eu sei o que é correlação espúria, mas não parece ser este o caso).
Para quem está fora da Bovespa e consegue pensar friamente, se confirmado, o estouro dessa bolha teria consequências benéficas para o mundo. Primeiro, por conter as pressões inflacionárias que têm feito políticos e consumidores mundo afora ficarem de cabelo em pé, mais ainda em um momento, com muitos bancos fracos, em que o uso da política monetária ortodoxa não é uma opção viável. Segundo (e principalmente no caso do petróleo), por cessar uma brutal transferência de renda de democracias onde o capital é reinvestido, na maioria dos casos, em tecnologia, pesquisa, desenvolvimento, etc, para países que se ocupam em gastar o que arrecadam com seus produtos em torneiras de ouro, armas nucleares ou títulos da dívida da Argentina. Terceiro, porque teremos a oportunidade de verificar quais dos países beneficiados pela bonança de anos de preços altos de produtos primários conseguirá se se sustentar em um mundo menos favorável. E a lista poderia ir mais longe...
O conselho deste humilde escriba é: não tenha pressa para entrar na bolsa. Prefira aplicar o seu dinheiro na renda fixa, a ainda exorbitantes 14,5% ao ano.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
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