-- A crise está perto de um fim, que talvez seja marcado, nos livros de história, pelo movimento de hoje. Finalmente os preços ultra-descontados dos bancos motivaram compradores a entrar no mercado. Se esse movimento continuar, pode ser um sinal de que o pior em termos de problemas de liquidez e capital ficou para trás, e passaremos a ver uma recuperação do sistema financeiro do maior país do mundo.
-- Alguns bancos ainda terão problemas, mas o sistema financeiro americano continuará vivo. Nas últimas semanas, especulou-se muito sobre a possibilidade de mais alguns bancos (notadamente Wachovia e Lehman Brothers) terem que ser socorridos ou, caso contrário, decretarem falência. Embora esta possibilidade implique na continuação da crise por mais algum tempo, o desenrolar seria parecido com o do caso anterior - ou seja, o capitalismo, como o conhecemos, estaria "salvo".
-- A solução para o problema dos bancos americanos tem que passar pela estatização de boa parte do sistema financeiro. Isso marcaria o fim de uma era de baixa regulamentação, e deixaria no ar grandes incertezas sobre como o mercado financeiro passaria a operar com alguns de seus principais agentes controlados pelo governo. Em tese, bancos estatais seriam mais resistentes à inovações; mais conservadores nas concessões de crédito; e seriam sujeitos à opinião pública e aos tentáculos de políticos.
Como defensor da liberdade, este escriba torce fervorosamente por uma das primeiras possibilidades, mas reconhece que não apostaria muito em qualquer uma delas. Estamos testemunhando a história em tempo real e esta, como sabemos, não costuma se apegar à previsões.
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