
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Os eleitos do BNDES

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Schadenfreude

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Frase(s) do dia - Loucura

"Como, de uma hora para outra, eu posso ter virado um louco, um irresponsável?"
Adriano Ferreira, ex-diretor financeiro da Sadia, na crônica que a piauí faz, um ano depois, sobre como uma combinação de incompetência, ganância, negligência e, sim, irresponsabilidade, afundou a empresa. A reportagem traz os bastidores e detalhes da história que contei, na época, aqui.
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A covardia do G-20

Outra inação do grupo foi se recusar a fazer qualquer menção à taxas de câmbio, sobretudo da moeda chinesa contra o dólar. Mais um ajuste que ficará para um dia qualquer no futuro, já que, como a China é o grande salvador da humanidade, consumidor, investidor e poupador de todas as instâncias, sua política econômica não pode ser contestada -- e se eles se irritam e resolvem parar de comprar nossa dívida, nosso minério, nosso petróleo, de nos fornecer iPods e tênis de corrida a custos baixos?
Os primeiros resultados já estão sendo vistos nos mercados: as bolsas devem voltar para as máximas do ano, com a promessa da perpetuação da pedra filosofal criada com dinheiro grátis - volta do crescimento - ausência de risco deflacionário. No mercado de câmbio, todas as moedas relevantes do mundo se valorizam contra o dólar: como o câmbio chinês segue fixo e desvalorizado, algum ajuste de fluxo de conta corrente global é feito dessa forma distorcida, que, no limite, levaria para um mundo de apenas um produtor. Felizmente esse "limite" provavelmente não chegará: se a história ensinou algo é que todo regime de câmbio fixo um dia ruiu. Quanto mais tarde, maiores as distorções acumuladas que vão se converter em turbulência no momento do ajuste. Mas, novamente, parecemos estar em um momento em que há pouca preocupação com o futuro -- ainda o legado de uma era de excessos, que políticos teimam em tentar legitimar e provar que não há nada de errado com a idéia de consumir além do que se pode pagar. Covardia e uma profunda falta de respeito com as próximas gerações, estes ainda são os nomes do jogo.
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domingo, 8 de novembro de 2009
Exploda, Uniban

sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Som da Sexta - Sarah Vaughan
Dum-dum-dum-dum-dum-dum-dum-dum... Quando uma linha instrumental famosíssima e grudenta encontra uma das vozes com mais swing na história do jazz, dá nisso. Para terminar uma das semanas mais chatas dos últimos tempos, Sarah Vaughan e uma versão irresistível do Peter Gunn Theme, de Henry Mancini.
Gráfico do Dia - Desemprego nos EUA

E com o dado de hoje, o desemprego nos EUA passa dos 10% pela primeira vez desde 1983. Com a diferença que, naquela época, os Fed Funds rodavam a 9% -- ou seja, havia muito espaço para estímulo monetário. Já hoje...
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quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Lula no Financial Times

quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Os caçadores de bolhas

Bolhas são um dos temas mais estudados e discutidos na literatura de finanças, mas nem por isso surgiu, até hoje, um método eficaz e objetivo para identificá-las e prever seu fim. Se houvesse, bolhas não existiriam ou seriam de outra natureza, já que o mercado financeiro, de posse da informação, começaria a especular na direção do estouro, antecipando-o até o ponto em que o pico da bolha ficaria misturado com os movimentos "normais" do mercado.
Todos esses anos (centenas! As primeiras manias especulativas registradas por Charles Kindleberger no clássico Manias, pânicos e crashes são do século XVII) de observação e estudo não foram em vão, e serviram para destacar dois fatos, talvez óbvios, mas não por isso irrelevantes: bolhas são da natureza dos mercados e da psicologia de massas; e bolhas sempre estouram. Se, portanto, considerarmos bolhas como partes indissociáveis dos mercados, como furacões e maremotos são da natureza, a solução mais inteligente seria, ao invés de tentar combatê-las, blindar o sistema contra seus efeitos. Isso passaria por acabar com instituições "grandes demais para quebrarem", regular o nível de alavancagem de empresas e fundos e deixar que o investidor e sócio, não o contribuinte, sofra com os custos de quem, por azar ou incompetência, for pego no estouro de uma bolha.
Curiosamente, nada ou muito pouco está sendo feito nesse sentido. Ao contrário, a tentativa de "caçar bolhas" deve criar mais distorções nos mercados "escolhidos": mais poder estará sendo dado a burocratas com nenhuma legitimidade e pouco conhecmiento prático comprovado; e sempre teremos o problema de insider, de pessoas que sabem antecipadamente das medidas vendendo a informação ou atuando diretamente nos mercados. É mais uma tentativa de mudança sem passar pelas bases. Na melhor das hipóteses, será ineficiente e gerará mais um problema para o futuro, que tem sido tão negligenciado em favor de uma falsa prosperidade de curto prazo.
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terça-feira, 3 de novembro de 2009
Copa do Mundo, varejo e produção industrial

Parabéns, contribuinte brasileiro

Não tenho absolutamente nada contra reciclagem e cooperativas. Nessa história, dois problemas me afligem: primeiro, que um banco, mesmo estatal, deveria levar em conta o retorno das atividades que está financiando, na esperança de que essas consigam gerar o caixa para pagar os empréstimos, mais os juros (ainda que subsidiados). Segundo, que tal banco deveria incentivar desenvolvimento. Os ecologistas que me desculpem, mas não vejo como reciclagem pode ser um motor de desenvolvimento no sentido de gerar inovação, empregos, etc (e me vem à mente a frase de um amigo, que dizia que se Bill Gates tivesse nascido no Rio de Janeiro e montado uma empresa numa garagem, estaria vendendo CDs piratas no Largo do Machado). Se o governo quer transferir dinheiro para esses setores, que faça via um programa social, sem o engano de que está alimentando algum benefício de longo prazo para a sociedade. Fazendo isso via BNDES, a impressão que se tem é que qualquer atividade é elegível a um financiamento com juros camaradas -- basta contar uma história bonita e ter um bom lobby no governo. A moda agora é pintar de verde os interesses dos vários setores com bom trânsito no governo, e assim cobrir de boas intenções financiamentos, isenções, incentivos, etc. Já aconteceu com a tal "linha branca", está acontecendo com as usinas de reciclagem, e podemos aguardar mais e mais.
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