Lembra meio Kinks... e tem os solos de saxofone mais toscos desde Simca Chambord, do nosso Camisa de Vênus. De Austin, Texas, The Strange Boys, excelente para uma sexta-feira preguiçosa.
É a Bovespa, na opinião de 17 bancos, fundos e corretoras. O InfoMoney fez uma compilação das expectativas para o final deste ano. A mais pessimista vê o Ibovespa a 74 mil pontos (que seria uma nova máxima histórica e representaria uma alta de 13% a partir de hoje). A mais eufórica vê o índice a 88,000 pontos (+35%). No final do ano voltamos para conferir.
Algumas anedotas que me deixaram meio triste nos últimos dias:
- O Marcelo Rubens Paiva diz que a vigilância sanitária de São Paulo proibiu a venda de ovos com a gema mole. Hein? É isso, mesmo. Ovos de gema mole são uma ameaça à saúde dos paulistanos, assim como o vinagrete das barracas de pastel e o açúcar mantido em açucareiros. O governo diz, você não pode pensar e escolher. No caso dos ovos, a desculpa é a contaminação pela bactéria salmonela -- seguindo a mesma linha, o próximo passo é proibir o comércio de carne de frango e maionese não industrializada (também sujeitas à contaminação por salmonela). Nos Estados Unidos, me diz a Wikipedia, trinta pessoas morrem por ano contaminadas por ovos de galinha. Cada americano consome, em média, 255 ovos por ano (dado da International Egg Commission - sim, isso existe), de onde é fácil calcular que há uma morte a cada 2,6 bilhões de ovos comidos. No julgamento das autoridades daqui, esse risco exorbitante justifica uma proibição. Gostaria de ver também os dados para a contaminação por vinagrete e por açúcar de açucareiro. E fico assustado com o que podem pensar de tantas outras atividades com riscos muitas vezes maiores que o de comer um ovo mole (atravessar a rua, andar na chuva, ir a um jogo de futebol...).
- A prefeitura de Buenos Aires resolveu, em certa medida, lembrar os piores dias dos tempos de ditadura: agora qualquer cidadão que flagrar uma infração de trânsito pode delatar o infrator enviando um e-mail com foto à prefeitura. Muito mais fácil do que educar o povo ou aumentar a fiscalização oficial, claro. Mais na Folha.
Da The Economist. O Brasil é o país com o maior percentual de usuários de internet que usam redes sociais (orkut, Facebook, etc). Deixo as explicações sociológicas para os entendidos no assunto.
Eu imagino quão infernal é a época de Copa do Mundo para quem não gosta de futebol. Deve ser parecido com o que é o carnaval para mim (com a diferença que Copa do Mundo é só a cada quatro anos -- menos frequente, mas mais intensa). Até as fontes mais insuspeitas não falam de outra coisa. Por esses dias li dois artigos muito interessantes até para quem não gosta tanto de futebol, mas quer entender um pouco mais do nosso mundo:
- A Bagehot, coluna da The Economist sobre o Reino Unido, faz uma bela comparação da economia britânica e do time inglês de hoje com o último mundial, em 2006. Segundo ele, os ingleses estão mais humildes, mas ainda esperançosos.
Hoje a Moody's, em uma medida "ousada", rebaixou a nota da dívida externa de longo prazo da Grécia de A3 (equivalente à dívida da Malásia) para Ba1 (mesma classificação da Guatemala e abaixo de grau de investimento). Ficam as perguntas:
1) Por que, depois da lambança de 2008, alguém ainda olha para agências de classificação de risco (resposta imediata: é mais fácil do que fazer um trabalho independente e bem feito. E é mais fácil dizer que a responsabilidade é de terceiros.)?
2) Por que uma "mudança de opinião" tão abrupta (foram quatro degraus na escala que vai de Aaa até default) não é vista como um atestado de incompetência dessas agências (e voltamos à primeira pergunta)?
De um dos meus discos favoritos de todos os tempos, de qualquer estilo -- logo depois do Tri (1970), Toquinho, Vinícius e Maria Creuza cantam, em plena capital hermana, que a Copa do Mundo é nossa. Clássico.
Copa Do Mundo by Toquinho, Vinícius, Maria Creuza Download now or listen on posterous
Jogo duro, joga pro Peixe. De primeira, sem deixar cair, antes do zagueiro chegar e do goleiro ter idéia pra onde vai a bola. O Brasil abria o placar nas quartas-de-final contra a Holanda (confronto que deve se repetir este ano) e caminhava rumo ao tetra (Dallas, 9 de julho).
Este vídeo termina a série, na véspera do jogo de abertura do Mundial de 2010. A lista completa ficou assim (sem nenhum critério de ordenação):
O Credit Suisse não tenta prever o vencedor do torneio, mas sim analisar o efeito da Copa sobre algumas ações (zzzzzzzzzzz...). A parte mais interessante é a de potenciais confrontos:
Germany vs. Greece: An unlikely but highly interesting potential quarterfinal matchup would pit
Bailout Provider vs. Bailout Recipient. The German team may be looking to make Greece pay on
the soccer field, since the Greeks won’t likely be able to repay the loans in actual currency.
Não sei se o fato da situação da Europa ter virado piada é bom ou ruim...
Ah, eles também erram o patrocinador do Kaká (é Adidas, e não Nike).
Porque bater pênalti com "cavadinha" na final da Taça Rio, até o Loco Abreu bate. Para fazer isso na final da Copa (Berlin, 9 de julho), tem que ser um Zidane.
Sou economista, em pausa numa carreira no mercado financeiro para um mestrado. Vivo entre Cambridge, MA e São Paulo.
Moto do blog: "If economists could manage to get themselves thought of as humble, competent people on a level with dentists, that would be splendid." - John Maynard Keynes
ou
"It is generally admitted that most grown up people, however regrettably, will try to have a good time." - Bertrand Russell