domingo, 22 de agosto de 2010

Frase do dia - Lula

"Já vivi isso. Quando tinha de fazer campanha contra o Plano Real, o povo votava no Real e eu me lasquei."
Lula, citado na Veja desta semana, enquanto dona Dilma abre 16 pontos sobre Serra na pesquisa do Datafolha.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Som da Sexta - Pharoah Sanders

Amanhã e domingo, ao vivo no SESC Pinheiros, em São Paulo. Oportunidade de ver em ação uma das poucas lendas vivas do jazz (o cara foi apadrinhado por um tal de John Coltrane, e um outro Louis Armstrong gravou uma versão desta música).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Mais para o debate sobre o BNDES

O texto do Alexandre Marinis de hoje na Bloomberg (só em inglês, infelizmente, embora escrito por um brasileiro) resume bem as últimas indas e vindas do BNDES e suas possíveis implicações.

(a imagem é da The Economist de umas semanas atrás.)

Uma crônica da depressão grega

O Spiegel International traz uma ótima crônica da depressão que está tomando conta da economia da Grécia. Sinta o drama:

"There's really no work for me here anymore," says one Albanian employee, who goes by the name Eleni in Greece. "Many others have already gone back to Albania, where it's not any worse than here. We'll see when I have to go too."

Evidências anedóticas devem ser tratadas sempre com um grão de sal, claro. Já os dados são menos subjetivos: crescimento negativo em um mundo onde a maioria dos países está se recuperando, cidades com 70% de desemprego, 17% das lojas de Atenas indo à falência... Já devo ter dito isso aqui, mas repito: a Grécia (e outros países) não vai aguentar o tratamento de choque do aperto fiscal necessário para que o país continue na Zona do Euro sem uma desvalorização cambial.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A aposentadoria de uma lenda (Stanley Druckenmiller)

Stanley Druckenmiller, o braço direito de George Soros no famoso episódio de ataque à libra esterlina em 1992, resolveu hoje fechar seu fundo (Duquesne, US$ 12 bilhões em ativos) e encerrar uma carreira de 30 anos. Nesse tempo, Druckenmiller juntou uma fortuna de US$ 2,8 bilhões (segundo a Forbes) e tornou-se um dos investidores mais bem sucedidos e conhecidos do mundo.

Segundo a Bloomberg, ele está frustrado por não ter consguido, nos últimos três anos, igualar a performance média do fundo desde sua fundação, em 1986 (cerca de 30% ao ano). No passado recente (2000), o fechamento de dois fundos lendários (Quantum, do próprio Soros e Tiger, de Julian Robertson) quase coincidiu (num intervalo de poucos meses) com uma virada histórica dos mercados -- o estouro da bolha ponto-com. O fracasso relativo de fundos macro anteriormente bem sucedidos pode marcar o clímax de um ambiente contrário a esse tipo de investimento (um mercado com tendências confusas, de movimentos prolongados contra os fundamentos). Em breve saberemos se este é mais um desses episódios.

Update: o The Big Picture tem a carta de despedida da figura.

Frase(s) do dia - Jonathan Franzen

A Lituânia em questão é a do caos pós-comunista, que fique claro:

"Chip surpreendeu-se com as grandes semelhanças existentes entre a Lituânia do mercado negro e a América do mercado livre. Em ambos os países a riqueza estava concentrada nas mãos de poucos; desaparecera qualquer distinção significativa entre os setores público e privado; os capitães da indústria viviam numa ansiedade permanente, que os impelia a expandirem implacavelmente os seus impérios; os cidadãos comuns viviam no medo permanente de serem despedidos e na confusão permanente quanto a que poderoso interesse privado era dono de que ex-instituição pública em dado dia, e a economia era alimentada em grande parte pela insaciável avidez de luxo da fina flor."

Jonathan Franzen, escritor americano, no livraço As Correções, de 2001, que só descobri recentemente (e ainda não terminei de ler). A visão imperialista podia ser exagerada na época em que o livro foi escrito, mas desde então tem se provado assustadoramente correta.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Drunkeynesian no twitter

Fiz uma conta no twitter há algum tempo... mas ainda não consegui achar nenhuma utilidade para ela além de colocar links para os textos que escrevo aqui. Quem quiser acompanhar, vai lá:

Frase(s) do dia - inveja da Física

"...most of those in finance really do have physics envy. They want to have the solid structure, the clean answers, and the sexy mathematical models of physics."

Rick Bookstaber, conselheiro da SEC, explicando porque não é uma boa idéia usar modelos inspirados na Física para mercados financeiros. Via Financial Times.

Mais uma volta

Os poucos leitores já devem ter percebido que estou de volta (para os não-leitores não faz a menor diferença, como a árvore filosófica que cai na floresta sem que ninguém ouça). No fim das contas eu gosto de escrever, e organizar as ideias de forma que alguém do outro lado da tela as compreenda é sempre um grande aprendizado e uma lição de humildade. No entanto, escrever consome uma certa energia, e essas pausas são necessárias para refletir e jogar a concentração para outros assuntos -- não se espantem se elas voltarem a ocorrer, a intenção principal segue sendo continuar com o blog e um dia (hahahaha) fazer dele algo que tenha mais importância na minha vida.

Esse mês e pouco fora do ar fez bastante diferença para os mercados:

- A Europa conseguiu, como os Estados Unidos, comprar tempo para resolver seus problemas (continuo achando que não vai fazer isso).

- O Banco Central do Brasil deu um cavalo de pau na condução da política monetária, de se preocupar com as oscilações de curtíssimo prazo na inflação e ser a maior "águia" do mundo para uma postura, digamos, mais blasé, citando que a projeção de inflação para 2012 "e além" (to infinity and beyond, como diria o Buzz Lightyear) está confortavelmente perto da meta. Há quem diga que isso seja um efeito colateral da proximidade das eleições; pode ser também um reflexo das mudanças na diretoria (saíram os bancários, entraram os tecnocratas). Como, aparentemente, dona Dilma já colocou as eleições no bolso, em breve teremos sinais de como será a condução das políticas monetária e fiscal nos próximos anos, e veremos se uma das últimas jabuticabas do nosso mercado (os juros absurdamente altos) sobreviverá.

- O cenário deflacionista nos EUA e nos demais países desenvolvidos segue sendo precificado pelo mercado de juros: as taxas pagas pelos títulos de 10 anos da Alemanha estão perto das mínimas históricas. Caminham para isso, no caso da dívida americana.

- A farra do BNDES continua, com a diferença que a imprensa e a academia parecem ter acordado para a questão (recomendo a The Economist da semana passada e o blog do pesquisador do IPEA Mansueto Almeida). O debate sem dúvida é necessário, mas acredito que precisaremos de um abalo forte em alguma(s) das empresas escolhidas pelo banco para que a atual política seja revista -- por enquanto ela ainda é vista como correta e vencedora (além de não ser um fenômeno exclusivamente brasileiro).

- As commodities agrícolas finalmente reagiram: café, açúcar, algodão e trigo tiveram fortes altas recentes, e há uma história interessantíssima para ser acompanhada no mercado de cacau.

- Os indianos inventaram um sinal gráfico para a rúpia. Copie se for capaz.

Do resto eu vou falando ao longo dos dias. No mundo terreno, por enquanto O Profeta é o melhor filme do ano -- aproveitem enquanto ainda dá pra ver na tela grande (pelo menos aqui em São Paulo).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Os melhores países do mundo

Eu ando cada vez mais desconfiado quanto à utilidade de se comparar países por rankings, mas esse trabalho da Newsweek é bem bacana, nem que seja só pelo jeito de mostrar a informação.

Curioso ver que Cuba seria o "melhor país" disparado na América Latina, não fosse pelos quesitos "dinamismo econômico" e "ambiente político". Será que não se pode ter tudo? Olhando para alguns países da Europa (os escandinavos, Suíça, Holanda...), a conclusão é que dá, sim -- tirando o clima tropical, talvez.

Frase e vídeo do dia - ouro e Keynes

Em tempos de ouro perto das máximas nominais de todos os tempos (US$ 1225,8 / onça, enquanto escrevo):


"In truth, the gold standard is already a barbarous relic."

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A fim de voltar

A fim de voltar
-mas eu tenho um certo receio
A fim de voltar
-E não sei se devo ou posso
A fim de voltar