terça-feira, 16 de outubro de 2012

Gráfico do Dia - Desigualdade de Oportunidades

A reportagem especial da última The Economist, sobre economia mundial e com grande ênfase em desigualdade, está muito boa. Nela conheci esse índice de igualdade de oportunidades, criado pelo pesquisador brasileiro do Banco Mundial Francisco H. G. Ferreira. Ele se propõe a medir quanto da desigualdade de renda deve-se a condições de partida - ou seja, da renda da família quando a pessoa nasceu. Na matéria diz que é calculado para 40 países, mas não consegui achar a base completa (alguém vai achar e colocar nos comentários, claro), então aí vai o gráfico da própria The Economist, com o Brasil tendo a maior proporção de desigualdade de oportunidades na desigualdade total:


18 comentários:

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

Um post sobre política monetária tem um milhão de comentários... Já um post sobre desigualdade tem... zzzz...

Porque as universidades de economia brasileiras não formam ninguém que pensa em desigualdade?
Depois reclamam que cotas são aprovadas, mas isso só acontece porque a solução para o problema é desprestigiada por todo mundo (de todas as áreas, mas principalmente por economistas) e aí sobra para os populistas fazerem o que quiserem.

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

Aliás, é a única ferramenta que sobra para os políticos, populistas ou não.

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

Ah! E aqui tem um gráfico mais completo. Apesar de não estar muito bem explicado e mistura papers diferentes, dá para ter uma ideia

http://blogs.worldbank.org/impactevaluations/rising-inequality-in-the-united-states-lessons-from-developing-countries

Anônimo disse...

Shhhh.... fica quieto... não comenta, não... vc vai querer que essa ralé se junte a nós? Deus me livre esse pessoal sem berço frequentando os mesmos elevadores que a gente!

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

hahaha imagino um GS Elevator bem nesse estilo...

Danilo disse...

Mesmo a teoria do 'véu da ignorância' de John Rawls - um dos maiores críticos das tais 'condições inicias' - não se dá somente pela riqueza da família no nascimento. Ele também considera aptidões naturais que, também 'desde o início', são desiguais. E aí? Vamos chegar de fato ao mundo do Harrison Bergeron?http://www.tnellen.com/cybereng/harrison.html

Anônimo disse...

Se os dois conjuntos de condições iniciais (aptidão e riqueza) não forem correlacionados, o post ainda vale. Vc acha que são?

Anônimo disse...

Claro que são

Anônimo disse...

"Se os dois conjuntos de condições iniciais (aptidão e riqueza) não forem correlacionados, o post ainda vale. Vc acha que são?"


Hoje provavelmente não, até porque a aptidão é um conceito amplo e aleatório demais. Ronaldinho Gaúcho morreria pobre num mundo sem futebol, mas deu a sorte de nascer com uma aptidão que se encaixa no tempo e espaço em que ele, por acaso, nasceu. Quantos Newton não nasceram na Índia e na China nas últimas décadas mas nunca chegaram a uma escola decente?

Mas caso a engenharia genética comece a funcionar, a coisa pode degringolar, ao contrário do cenário desse Harrison. Os ricos vão conseguir pagar pra "escolher" características dos filhos, tornando eles mais aptos, o que vai aumentar a desigualdade "natural" e num prazo suficientemente grande podemos ter uma sociedade de castas de fato, em que um conjunto de pessoas é maior, mais forte, mais inteligente do que outro, esse sim um cenário assustador.

Drunkeynesian disse...

2 palpites corridos:

- Soneca, o presidente do IPEA estudou desigualdade a vida inteira... E acho que é dos temas mais "quentes" no momento, se as universidades no Brasil ainda não formam alguém que pensa nisso, devem começar a fazer isso logo.

- Batata, tem muita coisa boa pra acontecer entre o Brasil de agora e o mundo do Bergeron, não? É ótimo exercício extrapolar, mas o Brasil, comparado ao resto do mundo, está no outro extremo, quer a gente goste ou não do que está sendo feito em termos de medidas afirmativas.

E daqui a pouco esse post já tem mais comentários do que os de política monetária.

Rodrigo, o Soneca, Pontes disse...

Esse é o objetivo! haha

Na FEAUSP tem uma matéria sobre desiguladade. Optativa e difícil, ou seja, quase ninguém faz.
Teve uma iniciativa interessante do Rangel em avaliação de políticas públicas, que está mais relacionado, mas ele foi pra gringa fazer alguma coisa então acho que a matéria morreu.

Anônimo disse...

Sobre o fim das desigualdades (e dos homeworks): http://online.wsj.com/article/SB10000872396390443675404578058301483391978.html?mod=europe_opinion

Abs,
TDX

Anônimo disse...

Acho que o cenário do anon de 15:00 é inevitável. E acho que não demora muito... Esses índices piorarão muito

Anônimo disse...

Fica esperto que o Reinaldo Azevedo está de olho! Se começar a se empolgar e colocar a BF no meio já viu!

Anônimo disse...

Pelo menos num tempo em que as pessoas possam escolher retirar anomalias genéticas dos filhos, um indivíduo como o Reinaldo Azevedo não nascerá

Anônimo disse...

http://www.memoria.nemesis.org.br/index.php/ppe/article/viewFile/1311/1111

Erik Figueiredo disse...

Olá,

O que o Ferreira faz é considerar dois conjuntos: esforço e circunstâncias. Ele considera que o esforço é observável e o aproxima a partir dos anos de estudo, horas trabalhadas... Já as circunstâncias são o backgroud familiar (o principal), raça, região ... Em resumo, há uma estimação prévia onde os efeitos desses dois fatores são isolados. Exclui-se a parte da desigualdade que é fruto do esforço e chegamos aos índices que ele apresenta.

Respondendo ao anônimo do dia 17 (12:59 h): estes conjuntos são correlacionados. Porém, a questão genética ainda não é abordada. Ele é considerada aleatória (ou seja, não faz parte de nenhum dos dois conjuntos) e a discussão no Brasil ainda está começando.

Abraços,

Erik Figueiredo disse...

Em tempo, o índice brasileiro é calculado para 1996 devido a limitação de dados.