sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mundo piorando?

Alguns gráficos animadores e algo subversivos do (ótimo) último relatório de comércio e desenvolvimento da UNCTAD:

- Desigualdade entre países vêm caindo, de forma mais acelerada desde o início deste século:


- Desigualdade entre homens e mulheres em tendência de queda - mais acelerada na América Latina do que no mundo desenvolvido:


- As impressionantes histórias de sucesso do Japão e Coreia do Sul (da China ainda não dá para dizer o mesmo):

- A maioria dos países da América Latina têm conseguido distribuir renda com a bonança nos termos de troca:

- Para estragar um pouco o tom Poliana: nem a Noruega escapa de queda no imposto de renda para os 1% mais ricos da população.


11 comentários:

Anônimo disse...

Aposto que existe uma correlação enorme entre queda na taxa marginal de imposto de renda e aumento de produtividade

Drunkeynesian disse...

Talvez exista, ainda assim, uma coisa é a taxa marginal, outra é a taxa marginal para o topo da distribuição...

Anônimo disse...

Sim DK, não é possível isolar a taxa para o topo como causa para aumento de produtividade, mas me parece sensato pensar nessa linha,quanto maiores os incentivos,mais pessoas capazes irão correr riscos para criar empresas e inovar

Drunkeynesian disse...

Não sei, não... meu chute é que a propensão do cara a tomar risco e empreender é menor quanto maior a renda... mas precisaria olhar os dados.

"O" Anonimo disse...

Drunk, não é o caso. Os mais ricos têm sua renda mais correlacionada com o ciclo de negócios e perdem mais durante crises do que qualquer outro grupo (vide pesquisa da Annette Vissing-Jorgenson para os dados americanos).

Drunkeynesian disse...

Por efeito-riqueza nos preços de ativos?

Delfim Bisnetto disse...

Acho que são esses artigos aqui:

http://www.kellogg.northwestern.edu/faculty/vissing/htm/aerpp_journal.pdf

http://www.kellogg.northwestern.edu/faculty/vissing/htm/2010fall_Parker.pdf


"We document a large increase in the cyclicality of the incomes
of high-income households, coinciding with the rise in their share of aggregate
income. In the United States, since top income shares began to rise rapidly
in the early 1980s, incomes of those in the top 1 percent of the income distribution
have averaged 14 times average income and been 2.4 times more cyclical.
Before the early 1980s, incomes of the top 1 percent were slightly less cyclical
than average. The increase in cyclicality at the top is to a large extent due to
increases in the share and the cyclicality of their earned income. The high cyclicality
among top incomes is found for households without stock options; following
the same households over time; for post-tax, post-transfer income; and
for consumption. We study cyclicality throughout the income distribution and
reconcile our findings with earlier work. Furthermore, greater top income share
is associated with greater top income cyclicality across recent decades, across
subgroups of top income households, and, in changes, across countries. This
suggests a common cause. We show theoretically that increases in the production
scale of the most talented can raise both top incomes and their cyclicality."

Delfim Bisnetto disse...

Só passei o olho no segundo paper, mas acho que a explicação é mais simples do que parece.

Como disse o Gates, "acima de um bilhão, o hambúrguer é o mesmo", quer dizer, a partir de um determinado nível de renda o cara pode arriscar mais, pois, mesmo que perder quase tudo ainda vai ser bilionário; tanto faz ter 5 ou 25 bilhões de dólares...

Anônimo disse...

"Como disse o Gates, "acima de um bilhão, o hambúrguer é o mesmo", quer dizer, a partir de um determinado nível de renda o cara pode arriscar mais, pois, mesmo que perder quase tudo ainda vai ser bilionário; tanto faz ter 5 ou 25 bilhões de dólares..."

Mas isso não justifica uma taxa marginal enorme para o topo da distribuição?

Delfim Bisnetto disse...

"Mas isso não justifica uma taxa marginal enorme para o topo da distribuição?"

Isso depende de várias questões, como, entre outras: se a distribuição de renda é um bem por si mesma? Se o Estado é mais apto que a iniciativa privada pra gastar esse dinheiro do modo que traga melhor resultado do ponto de vista do desenvolvimento? Se essa tributação constrangeria o investimento em inovação de vanguarda (que é a mais a arriscada e, portanto, a que mais depende do "conforto" do investidor)? Se a prioridada da sociedade deve ser inovação e produtividade ou geração de (qualquer) emprego? etc.

Acho que essas perguntas não têm resposta definitiva sem contexto. Pros EUA atualmente, minha opinião pessoal e pouco ilustrada é: Sim-Sim-Sim-Emprego, o que sugere que a política tributária deveria ser fortemente progressiva...

Anônimo disse...

Mudando um pouco de assunto: tem algo de muito errado em uma economia onde os bancos valem mais do que muitas empresas...http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,-acoes-de-bancos-sobem-quase-o-dobro-do-ibovespa--,127890,0.htm