So far, so good. Do MarketWatch:
first quarter of 2010 at a glance
Dow industrials +4.1%
S&P 500 +4.9%
Nasdaq +5.7%
Oil +5.5%
Gold +1.7%
Dollar +4.1%
Por aqui, o Ibovespa ganhou 2.6% -- ou apenas 0.35% quando medido em dólares. Búfalos 1, Ursos, 0.
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Dez verdades que o mercado prefere ignorar
Hoje acordei com o espírito de São João, o profeta do Apocalipse. Ao estilo Roubini, que confia no poder de persuasão das listas, aí vai minha pregação:
1 - A Grécia não tem capacidade de gerar euros para pagar sua dívida. Provavelmente nem Portugal, nem a Espanha, nem alguns outros que não parecem evidentes agora.
2 - Um Big Mac em São Paulo não pode ser mais caro (US$ 4,90) que em Londres ou na Zona do Euro. Sinto informar, mas o real está supervalorizado. Aproveite para encher a sacola em Miami enquanto há tempo.
3 - Os índices de ações americanos precificam uma economia como em 2007. Os fundamentos de 2010 são muito piores.
4 - Eike Batista não pode estar entre os dez homens mais ricos do mundo. E não só pela taxa de câmbio.
5 - O pior caso para o preço do petróleo nos próximos anos não é a US$ 60 / barril, como a Petrobras coloca nas contas de viabilidade do pré-sal. A média do preço nos últimos dez anos é US$ 52 / barril, com uma mínima de US$ 18 / barril. Imaginem a alegria do acionista da Petrobras caso o mercado volte para esse preço.
6 - A paciência (e o bolso) do contribuinte alemão tem limites. Não há mentalidade "européia" que convença um operário alemão que ele vai ter que pagar mais impostos para bancar a aposentadoria de um servidor público de Atenas.
7 - O Banco Central do Brasil não é infalível. O Banco Central do Brasil subiu os juros básicos na semana da quebra do Lehman Brothers.
8 - Crescimento econômico é um processo complexo e desequilibrado. O que implica que a China não deve crescer entre 8% e 10% ao ano, por 20 anos consecutivos.
9 - Dilma não é o Lula (parece óbvio, não?). E seu Serra provavelmente não gosta das taxas de câmbio e juros atuais.
10 - Profetas deveriam ser restritos à obras religiosas. Na vida real, o futuro é muito mais nebuloso e imprevisível.
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segunda-feira, 29 de março de 2010
Palpitar x investir
Para quem se interessar pelo assunto e tiver tempo, o último post do sempre pertinente Ultimi Barbarorum é tudo o que eu sempre quis escrever sobre palpiteiros, jornalistas e gestores de dinheiro. Vai lá!
sexta-feira, 26 de março de 2010
Som da Sexta - Albert King
Em homenagem a uma semana não muito auspiciosa, um dos maiores blues de todos os tempos, por Albert King.
"If it wasn't for bad luck,
I wouldn't have no luck at all"
Em breve, numa bolsa perto de você...
Golomt Bank, da Mongólia. Mercados emergentes, baby.
Do Financial Times:
Golomt, for the uninitiated, is a Mongolian bank whose CEO announced plans on Friday to make an IPO abroad between 2012 and 2013. Hong Kong is favoured, according to a (Chinese) Reuters interview.
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Exemplo de arrogância epistêmica do dia
De um relatório de um consagrado banco de investimentos americano:
Você não precisa saber o que é MSCI EM Index (para os curiosos, é um índice de ações de mercados emergentes) para desconfiar que uma previsão para o mercado financeiro em 10 anos tem o mesmo valor que uma nota de três reais, não é?
Do site do Taleb:
"Epistemic arrogance: take a measure of the difference between what someone actually knows and how much he thinks he knows. An excess will imply arrogance, a deficit humility. An epistemocrat is someone of epistemic humility, one who holds his own knowledge in greatest suspicion."
Você não precisa saber o que é MSCI EM Index (para os curiosos, é um índice de ações de mercados emergentes) para desconfiar que uma previsão para o mercado financeiro em 10 anos tem o mesmo valor que uma nota de três reais, não é?
Do site do Taleb:
"Epistemic arrogance: take a measure of the difference between what someone actually knows and how much he thinks he knows. An excess will imply arrogance, a deficit humility. An epistemocrat is someone of epistemic humility, one who holds his own knowledge in greatest suspicion."
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Nassim Taleb
O Maestro e o Canário
Hoje, em uma entrevista para a Bloomberg TV, seu Greenspan usou a expressão "canary in the mine" para descrever a recente alta nas taxas pagas pelo tesouro americano para financiar sua dívida (para o prazo de dez anos, a taxa saltou esta semana de 3,68% para 3,87% e está no nível mais alto desde junho do ano passado, ver o gráfico). O canário em questão era usado pelos trabalhadores das minas de carvão para saber se havia algum gás letal dentro da mina -- soltava-se o canário, e, caso ele não voltasse, estava dado o sinal de perigo. Ou seja, aquele que um dia foi chamado de "maestro" acha que o mercado da dívida americana está sinalizando um grande risco à frente.
A preocupação atual é com o turbilhão de emissões que o governo americano terá que fazer nos próximos anos para cobrir os custos do remendo no sistema financeiro e do "Obamacare", e o aumento nas taxas seria um sinal de que a demanda por essas emissões encontraria um preço de equilíbrio em um nível mais alto, que, por sua vez, poderia comprometer a capacidade de pagamento dos Estados Unidos. Embora um calote seja improvável (já que a dívida é emitida em dólares, e, em último caso, basta uma ordem do banco central para que seja emitida moeda para o pagamento), há o temor de que esse cenário gere inflação, que corroeria parte dos ganhos com os títulos. O outro cenário, de uma "japanização" (juros baixos, sem inflação e com estagnação) parece ainda pior. O fato, como já mencionei aqui, é que o povo americano (e tantos outros que estão na mesma situação) deve se preparar para os anos de sacrifício que serão exigidos para que a dívida seja paga. Deveria ser essa a idéia passada pelos políticos, e não a promessa de um novo Éden de dinheiro fácil e saúde gratuita.
A preocupação atual é com o turbilhão de emissões que o governo americano terá que fazer nos próximos anos para cobrir os custos do remendo no sistema financeiro e do "Obamacare", e o aumento nas taxas seria um sinal de que a demanda por essas emissões encontraria um preço de equilíbrio em um nível mais alto, que, por sua vez, poderia comprometer a capacidade de pagamento dos Estados Unidos. Embora um calote seja improvável (já que a dívida é emitida em dólares, e, em último caso, basta uma ordem do banco central para que seja emitida moeda para o pagamento), há o temor de que esse cenário gere inflação, que corroeria parte dos ganhos com os títulos. O outro cenário, de uma "japanização" (juros baixos, sem inflação e com estagnação) parece ainda pior. O fato, como já mencionei aqui, é que o povo americano (e tantos outros que estão na mesma situação) deve se preparar para os anos de sacrifício que serão exigidos para que a dívida seja paga. Deveria ser essa a idéia passada pelos políticos, e não a promessa de um novo Éden de dinheiro fácil e saúde gratuita.
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quinta-feira, 25 de março de 2010
Charge do dia - Henfil
Do saudoso e genial Henfil, n'O Globo de hoje. O Tesouro Direto deveria usar como propaganda da NTN-B (clique para aumentar).
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Frase do dia - it was 2065 years ago today
Recebi hoje por e-mail. Parece apropriado para nossos tempos.
"The budget should be balanced, the Treasury should be refilled, public debt should be reduced, the arrogance of officialdom should be tempered and controlled, and the assistance to foreign lands should be curtailed lest Rome become bankrupt. People must again learn to work, instead of living on public assistance."
Marcus Tullius Cicero (55 BC)
"The budget should be balanced, the Treasury should be refilled, public debt should be reduced, the arrogance of officialdom should be tempered and controlled, and the assistance to foreign lands should be curtailed lest Rome become bankrupt. People must again learn to work, instead of living on public assistance."
Marcus Tullius Cicero (55 BC)
quarta-feira, 24 de março de 2010
Gráfico do dia - greenshoots
Dez passos para uma bolha
Edward Chancellor é um tipo peculiar de economista / historiador: um estudioso de bolhas, na melhor tradição do falecido Charles Kindleberger. Sua obra mais conhecida, Devil Take the Hindmost (aqui traduzida para Salve-se Quem Puder) tenta identificar as características comuns em bolhas e manias especulativas ao longo da história. Agora, como conselheiro da GMO (gestora de ativos americana), ele encaixa a situação atual da China em "dez aspectos das grandes bolhas dos últimos três séculos":
1 - Começo em uma história de crescimento plausível
2 - Fé cega na competência das autoridades
3 - Crescimento dos investimentos
4 - Aumento de corrupção
5 - Crescimento da oferta de moeda
6 - Regime de câmbio fixo
7 - Crescimento do estoque de crédito
8 - Presença de risco moral
9 - Estrutura financeira precária (projetos não geram caixa para pagar os empréstimos com os quais foram financiados)
10 - Aumento no preço de imóveis
O consolo, para nós, é que o Brasil (por enquanto) "só" apresenta oito ou nove desses dez sintomas. E está isolado do que acontece na China (seu Meirelles esta semana disse que o que vai acontecer com o câmbio dólar / yuan é irrelevante para o país). Ufa!
GMO White Paper China
1 - Começo em uma história de crescimento plausível
2 - Fé cega na competência das autoridades
3 - Crescimento dos investimentos
4 - Aumento de corrupção
5 - Crescimento da oferta de moeda
6 - Regime de câmbio fixo
7 - Crescimento do estoque de crédito
8 - Presença de risco moral
9 - Estrutura financeira precária (projetos não geram caixa para pagar os empréstimos com os quais foram financiados)
10 - Aumento no preço de imóveis
O consolo, para nós, é que o Brasil (por enquanto) "só" apresenta oito ou nove desses dez sintomas. E está isolado do que acontece na China (seu Meirelles esta semana disse que o que vai acontecer com o câmbio dólar / yuan é irrelevante para o país). Ufa!
GMO White Paper China
terça-feira, 23 de março de 2010
Dado (surpreendente) do dia - China
Mesmo tomando o cuidado habitual com dados vindos de Pequim, isso é surpreendente: ontem soubemos que a China deve registrar, em março, seu primeiro déficit comercial mensal desde 2004 - por conta, principalmente, de um aumento nas importações. Um balde de água fria para os que defendem uma revalorização do yuan.
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segunda-feira, 22 de março de 2010
Novo capítulo de "The Black Swan"
O Zero Hedge divulgou hoje um capítulo de doze páginas escrito por Nassim Taleb para um novo apêndice do seu The Black Swan (o site diz que é para o Fooled by Randomness, mas acho que se enganaram - é o livro mais recente que ganha, em maio, uma nova edição com mais de cem páginas de material inédito).
Conheci Taleb em Londres durante as minhas férias, num seminário conduzido por ele e pelo Paul Wilmott. É um cara divertido, debochado, extremamente sarcástico e às vezes irritante de tão autoconfiante. Está trabalhando em um livro sobre a história da medicina, estudando a fragilidade de sistemas complexos (i.e., o mundo em que vivemos) e dando pitacos para David Cameron, o possível próximo primeiro ministro britânico.
Fat Tony 1
Conheci Taleb em Londres durante as minhas férias, num seminário conduzido por ele e pelo Paul Wilmott. É um cara divertido, debochado, extremamente sarcástico e às vezes irritante de tão autoconfiante. Está trabalhando em um livro sobre a história da medicina, estudando a fragilidade de sistemas complexos (i.e., o mundo em que vivemos) e dando pitacos para David Cameron, o possível próximo primeiro ministro britânico.
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Gráfico do dia - OSX
Hoje estrearam na bolsa as ações do mais novo magnífico empreendimento de Eike Batista (uma empresa que terá como cliente as demais empresas do grupo - cheira ou não a Ponzi?). Enquanto escrevo, os papéis, lançados a R$ 800, operam a R$ 704,80, queda de 11,9%. Será o começo do estouro da Eike Bolhatista?
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Voltando à ativa...
Depois de cinco semanas de férias, precisei de mais um mês até conseguir organizar meu tempo e voltar a escrever. Este ano eu devo (ou ao menos deveria) trabalhar muito mais do que em 2009, portanto não sei se vou conseguir manter uma frequência de atualização decente. Conto com meus cinco fiéis leitores para puxar minhas orelhas caso eu fique muito preguiçoso e/ou deixe escapar algo interessante.
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