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Já a isenção do IR faz parte da política de administração da dívida. Vários estudos (posso indicar um da ANDIMA, disponível aqui) mostram que, no caso de países como o Brasil, a abertura do mercado de dívida pública para estrangeiros ajuda a melhorar o perfil da dívida, tanto em sua composição (a divisão entre títulos pós-fixados, pré-fixados e indexados à inflação) quanto em sua duração (estrangeiros tendem a preferir títulos mais longos). A isenção do IR, nesse contexto, é um incentivo para a entrada de capital estrangeiro, o que facilita o gerenciamento da dívida e acelera a convergência para uma estrutura ótima para os passivos do país (traduzindo, outros estudos indicam uma composição ótima da dívida - onde a evolução dos passivos do país, a dívida, é compatível com a evolução dos seus ativos, basicamente a arrecadação de impostos).
Ao dar destaque para o que não deveria ser notícia, a Folha contraria a sua premissa ("Um jornal a serviço do Brasil", é o que se lê no topo da primeira página de cada edição) e alimenta as visões mais toscas de repúdio ao capitalismo global - as do tipo "capital estrangeiro prejudica o país, estrangeiros tem lucro fácil". Infelizmente, em certa medida, parece ser esse tipo de visão que predomina na edição do maior jornal do Brasil. Tanto pior para o país.
2 comentários:
Só eu faço comentários aqui???
Acho que você perdeu um pouco o foco... a grande manchete da Folha é: "RAIKKONEN SUPERA FAVORITOS E LEVA TÍTULO".
Já te apresentei o Balu??
Eu te aconselharia a passar a ler o Estado de São Paulo.
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