As some of you may know, my monetary studies have led me to the conclusion that central banks could profitably be replaced by computers geared to provide a steady rate of growth in the quantity of money. Fortunately for me personally, and for a select group of fellow economists, that conclusion has had no practical impact… else there would have been no Central Bank of Sweden to have established the award I am honoured to receive. Should I draw the moral that sometimes to fail is to succeed? Whether I do or not, I suspect some economists may.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Milton Friedman, 100
Hoje o economista mais influente da segunda metade do século passado faria 100 anos (só não foi do século inteiro porque antes havia aparecido um tal John Maynard Keynes). Uma lista dos seus trabalhos mais conhecidos, todos os episódios da série da PBS Free to Choose, de 1980. O trecho abaixo é de seu discurso de aceitação do Nobel, em 1976:
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segunda-feira, 30 de julho de 2012
Top 25 dos Últimos 25 anos
A revista Global Finance está completando 25 anos, e na edição comemorativa publicou vários Top 25 interessantes (pelo menos servem para o papo de boteco - e quem fez a lista de livros deve ter nascido em 1990) desse período. Aí vão:
25 eventos-chave dos últimos 25 anos:
25 eventos-chave dos últimos 25 anos:
- Crise financeira na Ásia em 1997
- As bolhas ponto-com e de tecnologia
- Alta forte dos preços de commodities
- Crise financeira global de 2008
- Crise da dívida na zona do euro
- G20 tomando o lugar do G7
- Reforma regulatória
- Queda do muro de Berlim e do comunismo na Europa
- Massacre da Praça da Paz Celestial
- Fim do apartheid
- Retorno de Hong Kong a China
- 11 de setembro
- As guerras no Iraque e Afeganistão
- O tsunami de 2011 no Japão e o acidente nuclear de Fukushima
- A Primavera Árabe
- AIDS
- A invenção da world wide web
- A ascensão dos telefones celulares
- Clonagem da ovelha Dolly
- O projeto genoma humano
- O envelhecimento da população mundial e o buraco negro das previdências
- Ampla aceitação do aquecimento global
- O desenvolvimento de energia renovável
- O rápido alastramento de novas doenças, como gripe aviária, SARS e H1N1
- Urbanização acelerada
25 ideias que moldaram os últimos 25 anos:
- Globalização
- Democratização
- Economia de livre mercado / livre comércio
- Privatização
- Desregulação financeira
- BRICs
- Deslocamento de poder do Oeste para Leste
- Comércio entre mercados emergentes
- Outsourcing
- Comércio, não ajuda
- Redes sociais
- A guerra ao terror
- Jihad
- Nafta
- O euro
- Ambientalismo
- Energia renovável
- O efeito Bilbao (tem link porque eu não sabia o que era, confesso)
- Leveraged buyout
- Derivativos
- CDOs
- Fracking
- O movimento Occupy
- Hackers ativistas
- Todo mundo é um repórter / blogueiro
25 pessoas mais influentes dos últimos 25 anos:
- Ronald Reagan e Margaret Thatcher
- Mikhail Gorbachev
- Deng Xiaoping
- Jacques Delors
- Nelson Mandela
- Luiz Inácio Lula da Silva
- Osama Bin Laden
- Vladimir Putin
- Carlos Slim
- Ratan Tata
- Sergio Marchionne
- Howard Schultz
- Oprah Winfrey
- Rupert Murdoch
- Bill Gates
- Steve Jobs
- Larry Page e Sergey Brin
- Mark Zuckerberg
- George Soros
- Alan Greenspan
- Fischer Black e Myron Scholes
- Bernie Madoff
- Michael Milken
- Kenneth Lay
- Richard Fuld
25 companhias mais influentes dos últimos 25 anos:
- Petrochina
- Gazprom
- Rosneft
- Petrobras
- BHP Billiton
- Glencore
- Apple
- IBM
- Vodafone
- Napster
- eBay
- Skype
- Youtube
- Walmart
- Amazon
- Toyota
- Sony
- Samsung
- Nokia
- Kohlberg Kravis Roberts
- JPMorgan Chase
- Berkshire Hathaway
- Industrial and Commercial Bank of China
25 companhias para acompanhar nos próximos 25 anos:
- Amex
- Apple
- Royal Dutch Shell
- Gazprom
- BHP Billiton
- Rio Tinto
- HSBC
- Industrial and Commercial Bank of China
- Deutsche Bank
- Volkswagen Group
- Nestlé
- Qatar Investment Authority
- Procter & Gamble
- Vodafone
- Samsung
- Infosys
- Hyndai
- Bally Technologies
- Bayer
- Lenovo
- Haier
- Embraer
- Pernod Ricard
- Hutchison Whampoa
25 livros de finanças e negócios mais influentes dos últimos 25 anos:
- Too Big to Fail, Andrew Ross Sorkin
- Boomerang, Michael Lewis
- The Great Crash: 1929, John Kenneth Galbraith
- The Big Short, Michael Lewis
- The Subprime Solution, Robert Shiller
- The Warren Buffet Way, Robert Hagstrom
- The World Is Flat, Thomas Friedman
- Anatomy of the Bear, Russell Napier
- When Money Dies, Adam Fergusson
- Civilization, Niall Ferguson
- The Tipping Point, Malcolm Gladwell
- The Innovator's Dilemma, Clayton Christensen
- The Great Unraveling, Paul Krugman
- End This Depression Now!, Paul Krugman
- Freefall, Joseph Stiglitz
- Fault Lines, Raghuram Rajan
- The Rational Optimist, Matt Ridley
- The Facebook Effect, David Kirkpatrick
- Doing Business with China, Stewart Hamilton e Jinxuan Zhang
- Breakout Nations, Ruchir Sharma
- Greece's 'Odious' Debt, Jason Manolopoulos
- Extreme Money, Satyajit Das
- The Quest, Daniel Yergin
- Steve Jobs, Walter Isaacson
- The Ascent of Money, Niall Ferguson
25 destinos de investimento estrangeiro nos próximos 25 anos:
- Turquia
- Polônia
- Eslováquia
- Romênia
- Albânia
- Cazaquistão
- Mongólia
- Quênia
- Nigéria
- Gana
- África do Sul
- Egito
- Marrocos
- Vietnã
- Indonésia
- Colômbia
- Cuba
- Omã
- Qatar
- Emirados Árabes Unidos
- Austrália
- Coréia do Sul
- Mianmar
- Malásia
- Cingapura
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sexta-feira, 27 de julho de 2012
Som da Sexta - Peter Brötzmann Quartet
O criador de algumas das coisas mais extremas que já apareceram no jazz toca neste final de semana no SESC Belenzinho.
Leituras da Semana
Enxergar bem é um luxo desnecessário |
- A última carta ao investidor da Greenlight Capital, de David Einhorn.
- Bolhas na ausência de mercados são mais devastadoras, diz Robert Shiller.
- John Kay conta a parábola do boi.
- Oito jovens economistas falam sobre os possíveis rumos da dismal science.
- O mapa do Japão e sua curva de Phillips.
- O fracasso da Europa em fomentar empreendedorismo.
- O que é possível comer com uma renda abaixo da linha da pobreza em 15 países.
- Republicanos, esses socialistas.
- A história de quatro grandes impérios (espanhol, francês, português, britânico) contada como criaturas numa placa de Petri.
- Fui apresentado ao Coursera, um excelente agregador de cursos online de ótimas universidades.
- O aniversário do grande Nelson Mandela foi semana passada, mas vale ver esse vídeo da história da vida dele contada pelas redes sociais.
- Noruega, sempre dando aulas de civilização.
- Ai. Thomas. Friedman.
- O rabugento e exigente Miles Davis ouvindo alguns discos de jazz, e soltando provavelmente um dos maiores elogios que João Gilberto já recebeu: "He could read a newspaper and sound good!"
- É científico: música pop nunca foi tão barulhenta e chata.
- A relação de escritores com dinheiro.
- Porque Nicolas Cage é o maior ator de sua geração.
- O que lê Lisa Simpson.
- A Ernst & Young sobre o impacto socioeconômico da Copa 2014.
- Os inevitáveis links olímpicos: cinco livros sobre a história olímpica de Londres. O Guardian compilou seis previsões do quadro de medalhas (todas com os EUA voltando à frente da China, sem precisar apelar para a contagem de todas as medalhas ao invés de só os ouros). Xavier Sala-i-Martín e The Economist sobre os métodos por trás dessas previsões. Mais uma receita para criar potências olímpicas. O regularmente brilhante Adam Gopnik, da New Yorker, sobre os jogos. Na Foreign Policy, os oito momentos mais carregados de política da história dos jogos.
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Gráfico do Dia - Crescimento e Fornos de Microondas
De um relatório do UBS pescado pelo FT Alphaville sobre a relação entre renda e padrões de consumo. Lá tem outros gráficos interessantes, vale visitar.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Gráficos do Dia - Brasil x México
De um relatório de Javier Kulesz, do UBS, que tenta explicar porque o México está assumindo a condição de preferido dos investidores em emergentes que foi ocupada por um tempo pelo Brasil. Um bom motivo: o México é muito mais barato (salário médio por hora 80% menor e câmbio favorável).
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Metas para o PIB nominal (em Inglês)
Já tinha escrito sobre o tema aqui; continuando a série que estou fazendo para o GES, fiz uma atualização em Inglês. Trecho:
Believing in NGDP targeting depends on several questionable premises. One of them is, to quote Lars Christensen, that recessions are monetary phenomena, i.e., they are mainly caused by overly tight monetary policy. NGDP targeting looks like a way to follow an old prescription from Milton Friedman (the “k-percent rule“): let the monetary base grow at a reasonable, constant rate, and the economy will take care of itself.
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terça-feira, 24 de julho de 2012
Frases do Dia - União Soviética x União Européia
"Paradoxically, the very fact that the EU was and to a great extent remains an elite project that determines the fact that the real risk for the survival of the EU comes not so much from the anger of the publics but from the calculations of the elites. At the very moment when national elites start questioning the future prospects of the Union, they will start acting in a way that contributes to its collapse. It is not people’s disappointment but elites’ trust in the capacity of the Union to deal with the problems that is the most important factor affecting the chances of the Union to survive."
De uma comparação bastante interessante de Ivan Krastev da União Européia de hoje com o que levou ao desmanche da União Soviética. O que faltou diferenciar é o comportamento de um regime totalitário contra uma união formada por democracias, e talvez isso invalide totalmente a comparação. De qualquer forma, é ótimo material para pensar.
De uma comparação bastante interessante de Ivan Krastev da União Européia de hoje com o que levou ao desmanche da União Soviética. O que faltou diferenciar é o comportamento de um regime totalitário contra uma união formada por democracias, e talvez isso invalide totalmente a comparação. De qualquer forma, é ótimo material para pensar.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Piquenique na beira do vulcão
Mesmo para os otimistas de ocasião, a semana começou com emoções. Vários indicadores indo hoje para níveis críticos:
A "novidade" é a volta de um risco concreto da Grécia ser forçada para fora do euro e os temores da possível espiral destrutiva que isso geraria (ver no Spiegel - com a ressalva que deve ser a quarta ou quinta vez que o Spiegel coloca a Grécia nessa situação). Minha visão era que essa coordenação já estava mais ou menos resolvida, pelo visto os alemães ainda não estão totalmente convencidos. Não tenho nenhum palpite no curto prazo; o jeito é continuar com o piquenique e confiar nos níveis de stop-loss. Esperem uma semana de muito ruído.
Juros títulos 10 anos Alemanha (Bund) - perto da mínima de todos os tempos |
Índice IBEX (Espanha) - de volta às mínimas deste ano |
Ações do Banco Santander - tentando romper o suporte a EUR 4.0 |
EUR/USD perto de 1.20 |
Spread títulos 2 anos - 10 anos Espanha - curva em movimento de inversão |
Ibovespa, novamente testando a mínima deste ano |
EWZ (ETF ações brasileiras), de novo ameaçando romper $50 |
Petrobras, recuperação ameaçada |
A "novidade" é a volta de um risco concreto da Grécia ser forçada para fora do euro e os temores da possível espiral destrutiva que isso geraria (ver no Spiegel - com a ressalva que deve ser a quarta ou quinta vez que o Spiegel coloca a Grécia nessa situação). Minha visão era que essa coordenação já estava mais ou menos resolvida, pelo visto os alemães ainda não estão totalmente convencidos. Não tenho nenhum palpite no curto prazo; o jeito é continuar com o piquenique e confiar nos níveis de stop-loss. Esperem uma semana de muito ruído.
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sábado, 21 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Leituras da Semana
Citius, Altius, Fortius |
- Barry Eichengreen falando ao Valor.
- Entrevista de Olivier Blanchard para o WSJ.
- Relatório da McKinsey sobre bancos de varejo na Europa.
- 6 mudanças de política que parecem óbvias para economistas, mas são intragáveis para políticos.
- 8 atributos para bons economistas, inspirados pelo obituário de Alfred Marshall escrito por Keynes.
- Um jeito interessante de medir, pelo Google, o sentimento sobre a economia.
- Marcelo Ballvé produziu um resumo em Inglês para a treta Reinaldo Azevedo x economistas da PUC-RJ.
- Resumo de outra treta, mais high profile: Paul Krugman x Estônia.
- Aí não, ANPEC...
- Um resumo gráfico do novo livro de Nassim Taleb, Antifragile.
- Modesta tentativa de mapear todas as ideias da história.
- A vida de Nelson Mandela contada pelas redes sociais (h/t Mauricio Santoro).
- Uma semana para os jogos começarem - matéria da ESPN Magazine sobre o bundalelê nas vilas olímpicas. Belas fotos de atletas treinando.
- Como criar uma potência olímpica - não é difícil.
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quinta-feira, 19 de julho de 2012
Tio Sam, esse desconhecido
Algumas coisas que eu não sabia sobre os EUA (ou tinha vaga ideia) e aprendi na matéria de capa da The Economist da semana passada (editorial, mais curto, aqui, para os preguiçosos ocupados):
- Imóveis residenciais nos EUA estão entre os mais baratos do mundo, na avaliação da revista - índice de preços 19% abaixo de um cálculo de "valor justo" (definido pelas médias de longo prazo das relações preço-renda e preço-aluguel). Uma evidência anedótica: a corretora que me atende em Chicago disse que o metro quadrado por lá anda valendo algo como US$ 2.700. Chicago, não Little Rock, Des Moines ou Pittsburgh. Compare com o que se pede por imóveis em São Paulo e Rio de Janeiro;
- Cinco entre os maiores bancos americanos já provisionaram perdas nas carteiras de crédito de quase US$ 500 bilhões (US$ 143 bilhões só no Citigroup). Nenhum banco europeu reconheceu mais que US$ 30 bilhões;
- Esses bancos já levantaram, depois da crise, US$ 318 bilhões em novo capital;
- Exportações dos EUA para a China cresceram 53% desde 2007;
- Importações líquidas de petróleo neste ano provavelmente serão as menores desde 1995;
- Há no país 311 mil pessoas empregadas para criar aplicativos para smartphones e Facebook;
- Americanos pagam menos de US$ 3 por milhão de BTU em gás natural; europeus e asiáticos frequentemente pagam mais de US$ 10.
O viés da matéria é evidente (basta ver a caricatura da capa, que também ilustra este post), mas concordo largamente com as implicações: não há fim à vista para o domínio econômico global dos EUA, e o país vai liderar a saída da crise entre os desenvolvidos. Está muito na frente da Europa no reconhecimento da nova conjuntura, e a China sequer começou a mostrar seus problemas. O século XXI ainda é americano.
- Imóveis residenciais nos EUA estão entre os mais baratos do mundo, na avaliação da revista - índice de preços 19% abaixo de um cálculo de "valor justo" (definido pelas médias de longo prazo das relações preço-renda e preço-aluguel). Uma evidência anedótica: a corretora que me atende em Chicago disse que o metro quadrado por lá anda valendo algo como US$ 2.700. Chicago, não Little Rock, Des Moines ou Pittsburgh. Compare com o que se pede por imóveis em São Paulo e Rio de Janeiro;
- Cinco entre os maiores bancos americanos já provisionaram perdas nas carteiras de crédito de quase US$ 500 bilhões (US$ 143 bilhões só no Citigroup). Nenhum banco europeu reconheceu mais que US$ 30 bilhões;
- Esses bancos já levantaram, depois da crise, US$ 318 bilhões em novo capital;
- Exportações dos EUA para a China cresceram 53% desde 2007;
- Importações líquidas de petróleo neste ano provavelmente serão as menores desde 1995;
- Há no país 311 mil pessoas empregadas para criar aplicativos para smartphones e Facebook;
- Americanos pagam menos de US$ 3 por milhão de BTU em gás natural; europeus e asiáticos frequentemente pagam mais de US$ 10.
O viés da matéria é evidente (basta ver a caricatura da capa, que também ilustra este post), mas concordo largamente com as implicações: não há fim à vista para o domínio econômico global dos EUA, e o país vai liderar a saída da crise entre os desenvolvidos. Está muito na frente da Europa no reconhecimento da nova conjuntura, e a China sequer começou a mostrar seus problemas. O século XXI ainda é americano.
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Tackling Inequality of Opportunities
Quem se interessa por desenvolvimento e mobilidade social, vale dar uma olhada - é parte do projeto para o qual estou escrevendo (link na imagem).
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Bipolaridade do Dia
Duas notícias publicadas hoje exatamente no mesmo horário no UOL, baseadas em estudos do mesmo profissional (clique nas imagens para acessar):
- A primeira faz "tchan":
- A segunda faz "tchun":
Impossível (sem entrar no mérito do conteúdo das matérias, outra história) não invocar o mascote preferido do Alexandre Schwartsman.
- A primeira faz "tchan":
- A segunda faz "tchun":
Impossível (sem entrar no mérito do conteúdo das matérias, outra história) não invocar o mascote preferido do Alexandre Schwartsman.
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Pensando alto sobre mercados
Este é um post para a categoria "notas mentais", não deve interessar a muita gente. Aí vai...
- Minha hipótese geral para o resto do ano é que a crise na Europa já está (i) bastante incorporada nos preços de mercados e (ii) sendo endereçada, entre trancos e barrancos e com todas as limitações da coordenação política do continente.
- Se isso está certo, boa parte do pessimismo que paira sobre os mercados hoje não se justifica - o que implica um viés mais otimista para os ativos "de risco". Minha opinião é que nenhum banco europeu vai quebrar - das coisas mais incríveis que aconteceram neste ano foi o controle de uma corrida bancária na Grécia e, em alguma medida, na Espanha. Achei que isso poderia quebrar o euro; de algum jeito, conseguiram substituir depósitos e emissões de curto prazo por linhas contra bancos centrais e destes contra o ECB, tudo isso sem provocar pânico na população. Incrível.
- Nada disso implica que a crise está resolvida e que entraremos numa fase de bonança. Se tudo der muito certo, os EUA não entrarão novamente em recessão, a Europa começa a se recuperar (basta a economia voltar a funcionar, em alguns casos) e os dois migram para uma "japanização" - baixo dinamismo, elevados estoques de dívida e população envelhecendo com dignidade. No Japão, esse cenário foi péssimo para as companhias, bom para renda fixa (juros muito baixos por décadas) e positivo para a moeda. Se tudo der errado - bem-vindos a 2008, com alguns twists.
- Os títulos de renda fixa de países vistos como "solventes" operam nos níveis de juros mais baixos da história, em muitos casos com uma remuneração pífia para o risco envolvido. Podem ser uma boa opção de investimento ex-post (como foram os títulos do Japão nos últimos 20 anos), mas, com a informação que se tem hoje, acho uma loucura emprestar dinheiro por dez anos para qualquer governo a menos de 2% ao ano nominais. Não precisa muita besteira para anos desse rendimento serem varridos.
- Mercado atribui probabilidade elevada a um cenário de deflação, o que seria condizente com a "japanização". Ainda assim, acho que o o risco é menor do que o precificado e que muitas divergências devem aparecer. A que me parece mais óbvia: juros longos na Alemanha são menores que nos EUA, mas acredito que a evolução do cenário na Europa fará com que o país assuma parte da dívida dos países periféricos e piore sua capacidade de pagamento - o que deveria levar a juros maiores. Caso isso não aconteça, juros na Espanha deveriam subir muito.
- Aqui no Brasil, acho que, salvo tudo dando errado no mundo, o ciclo de corte de juros do BC está perto do fim - talvez o mercado já tenha começado a precificar isso, com a curva de juros devolvendo parte da alta na inclinação dos últimos meses. Ainda assim, ainda há várias medidas que o governo pode tomar na direção de tirar alguns pontos da inflação - a mais evidente hoje parece a tarifação de energia elétrica. Difícil ir contra esse tipo de movimento. De fato Dilma chegará nas eleições com 2% de juros reais (ao menos medidos pela Selic) - promessa de político que virou realidade, espécie rara.
- O câmbio reais / dólar parece algo controlado pelo BC, num intervalo entre 1,90 - 2,10. A depreciação ano ano, até agora, já paga quase todo o diferencial de juros Brasil - EUA, o que deve deixar os felizes proprietários de cotas de fundos cambiais relativamente tranquilos. No médio / longo prazo, o real deve seguir enfraquecendo. O grande risco de descontinuidade segue sendo um problema na China que cause um choque adverso nos termos de troca. Um dia vai acontecer, mas muito difícil prever o timing.
- Escrevi várias vezes no Twitter que é quase impossível olhar a composição do Ibovespa e se animar a comprar o índice (claro que sempre há espaço para stock picking, mas essa não é muito minha praia). O índice é 13% petróleo (além do risco do preço, o da exploração), 13% minério de ferro (mais exposto a China, impossível), 12% bancos (na fase ruim do ciclo de crédito), algum peso de siderúrgicas (acho dos piores negócios para o futuro) e construção civil (vale a mesma observação dos bancos). Não temos nenhum varejista com peso relevante, nada de tecnologia, muito pouco de alimentos / bebidas... Excluindo a alta do início deste ano, o Ibovespa há quase dois anos não vai a lugar nenhum ou escorrega para baixo; não seria surpresa se ficasse mais dois anos assim. O risco de descontinuidade é o mesmo do câmbio, com mais alavancagem.
- Em resumo, o cenário macroeconômico é uma merda, com riscos enormes para todos os lados. Acho que, para a maior parte dos investidores, não é hora de tentar ser herói e buscar grandes ganhos, haverá oportunidades para isso no futuro. No curto prazo, dá para fazer um caso contrário razoavelmente otimista, mas altamente especulativo e com assimetria de risco / retorno não muito boa. Trabalho para profissionais (ou cowboys). O que acho notável, e muitas vezes não é evidente, é que os mercados estão escalando um muro de preocupações bastante grande, isso por si só deveria ser uma indicação positiva (ou ao menos para menos pessimismo).
- No geral, acho que não mudaria a maior parte das "previsões" que fiz no início do ano. Ia revisitar uma por uma, mas deu preguiça... faço isso em dezembro. De qualquer maneira, a previsão que mais importa eu já acertei.
- Para uma visão com mais informação e menos falação, recomendo muito este post do Humble Student of the Markets.
- Minha hipótese geral para o resto do ano é que a crise na Europa já está (i) bastante incorporada nos preços de mercados e (ii) sendo endereçada, entre trancos e barrancos e com todas as limitações da coordenação política do continente.
- Se isso está certo, boa parte do pessimismo que paira sobre os mercados hoje não se justifica - o que implica um viés mais otimista para os ativos "de risco". Minha opinião é que nenhum banco europeu vai quebrar - das coisas mais incríveis que aconteceram neste ano foi o controle de uma corrida bancária na Grécia e, em alguma medida, na Espanha. Achei que isso poderia quebrar o euro; de algum jeito, conseguiram substituir depósitos e emissões de curto prazo por linhas contra bancos centrais e destes contra o ECB, tudo isso sem provocar pânico na população. Incrível.
- Nada disso implica que a crise está resolvida e que entraremos numa fase de bonança. Se tudo der muito certo, os EUA não entrarão novamente em recessão, a Europa começa a se recuperar (basta a economia voltar a funcionar, em alguns casos) e os dois migram para uma "japanização" - baixo dinamismo, elevados estoques de dívida e população envelhecendo com dignidade. No Japão, esse cenário foi péssimo para as companhias, bom para renda fixa (juros muito baixos por décadas) e positivo para a moeda. Se tudo der errado - bem-vindos a 2008, com alguns twists.
- Os títulos de renda fixa de países vistos como "solventes" operam nos níveis de juros mais baixos da história, em muitos casos com uma remuneração pífia para o risco envolvido. Podem ser uma boa opção de investimento ex-post (como foram os títulos do Japão nos últimos 20 anos), mas, com a informação que se tem hoje, acho uma loucura emprestar dinheiro por dez anos para qualquer governo a menos de 2% ao ano nominais. Não precisa muita besteira para anos desse rendimento serem varridos.
- Mercado atribui probabilidade elevada a um cenário de deflação, o que seria condizente com a "japanização". Ainda assim, acho que o o risco é menor do que o precificado e que muitas divergências devem aparecer. A que me parece mais óbvia: juros longos na Alemanha são menores que nos EUA, mas acredito que a evolução do cenário na Europa fará com que o país assuma parte da dívida dos países periféricos e piore sua capacidade de pagamento - o que deveria levar a juros maiores. Caso isso não aconteça, juros na Espanha deveriam subir muito.
- Aqui no Brasil, acho que, salvo tudo dando errado no mundo, o ciclo de corte de juros do BC está perto do fim - talvez o mercado já tenha começado a precificar isso, com a curva de juros devolvendo parte da alta na inclinação dos últimos meses. Ainda assim, ainda há várias medidas que o governo pode tomar na direção de tirar alguns pontos da inflação - a mais evidente hoje parece a tarifação de energia elétrica. Difícil ir contra esse tipo de movimento. De fato Dilma chegará nas eleições com 2% de juros reais (ao menos medidos pela Selic) - promessa de político que virou realidade, espécie rara.
- O câmbio reais / dólar parece algo controlado pelo BC, num intervalo entre 1,90 - 2,10. A depreciação ano ano, até agora, já paga quase todo o diferencial de juros Brasil - EUA, o que deve deixar os felizes proprietários de cotas de fundos cambiais relativamente tranquilos. No médio / longo prazo, o real deve seguir enfraquecendo. O grande risco de descontinuidade segue sendo um problema na China que cause um choque adverso nos termos de troca. Um dia vai acontecer, mas muito difícil prever o timing.
- Escrevi várias vezes no Twitter que é quase impossível olhar a composição do Ibovespa e se animar a comprar o índice (claro que sempre há espaço para stock picking, mas essa não é muito minha praia). O índice é 13% petróleo (além do risco do preço, o da exploração), 13% minério de ferro (mais exposto a China, impossível), 12% bancos (na fase ruim do ciclo de crédito), algum peso de siderúrgicas (acho dos piores negócios para o futuro) e construção civil (vale a mesma observação dos bancos). Não temos nenhum varejista com peso relevante, nada de tecnologia, muito pouco de alimentos / bebidas... Excluindo a alta do início deste ano, o Ibovespa há quase dois anos não vai a lugar nenhum ou escorrega para baixo; não seria surpresa se ficasse mais dois anos assim. O risco de descontinuidade é o mesmo do câmbio, com mais alavancagem.
- Em resumo, o cenário macroeconômico é uma merda, com riscos enormes para todos os lados. Acho que, para a maior parte dos investidores, não é hora de tentar ser herói e buscar grandes ganhos, haverá oportunidades para isso no futuro. No curto prazo, dá para fazer um caso contrário razoavelmente otimista, mas altamente especulativo e com assimetria de risco / retorno não muito boa. Trabalho para profissionais (ou cowboys). O que acho notável, e muitas vezes não é evidente, é que os mercados estão escalando um muro de preocupações bastante grande, isso por si só deveria ser uma indicação positiva (ou ao menos para menos pessimismo).
- No geral, acho que não mudaria a maior parte das "previsões" que fiz no início do ano. Ia revisitar uma por uma, mas deu preguiça... faço isso em dezembro. De qualquer maneira, a previsão que mais importa eu já acertei.
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terça-feira, 17 de julho de 2012
Molho
Estou tentando curar meu primeiro resfriado deste inverno. Amanhã (espero) voltamos à programação normal. Enquanto isso, leia um artigo aleatório na Wikipedia e engrandeça sua cultura. Eu, por exemplo, acabei de descobrir o fabuloso Carstuckgirls.com.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Leituras da semana (passada)
Palau, mom |
- Pedro Malan sobre os 18 anos do Plano Real. Semana passada resgataram também um texto da época assinado por um tal Guido Mantega.
- Edmar Bacha consegue encontrar erotismo na macroeconomia. Cada um com sua tara...
- Flavio Comim sobre o acerto de Dilma ao minimizar a importância do PIB.
- Um mito da FEA-USP se despede.
- Marcelo Ballvé sobre securitização e os problemas dos bancos médios no Brasil. O Marcelo tem feito um ótimo trabalho na cobertura desses temas, vale acompanhar.
- Dani Rodrik acha que Brasil, Índia e Coréia do Sul estão em boa posição relativa para os próximos anos na economia global.
- Richard P. Mattione, da GMO, sobre a Espanha.
- Os "gráficos mais importantes do mundo" (sei lá se são, mas muitos são bem interessantes).
- Uma boa crítica de Noah Smith ao Zero Hedge.
- O maior hedge fund do mundo não está tendo um ano exatamente brilhante.
- As ligações perigosas de Hayek com Pinochet.
- Como economistas se atrapalham com estatística.
- O que Daniel Kahneman sabe.
- Guardian sobre um possível renascimento do marxismo na Inglaterra.
- Infográficos (picaretas) da antiga União Soviética.
- Uma carta de Kurt Vonnegut para a família, direto de um campo de repatriação de prisioneiros da II Guerra.
- Como fazer um TED Talk.
- Procrastine e seja feliz.
- Considere migrar para Palau.
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sexta-feira, 13 de julho de 2012
Som da Sexta - The Rolling Stones, 50
Há 50 anos, dia 12 de julho de 1962, os Rolling Stones faziam, em Londres, seu primeiro show. O clipe abaixo é do fabuloso The Rolling Stones Rock and Roll Circus, de 1968, um dos melhores discos de rock ao vivo que já ouvi (e sigo ouvindo). Além dos Stones, no auge, o circo reuniu The Who, Jethro Tull, Taj Mahal, Mariane Faithfull e uma bandinha improvisada (Dirty Mac) com John Lennon, Eric Clapton, Keith Richards e Mitch Mitchell (baterista de Jimi Hendrix). Vale procurar (saiu também em DVD).
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Gráficos (esportivos) do Dia
Faltando duas semanas para o início das Olimpíadas, vamos entrando no clima:
- Gráfico do relatório da Goldman Sachs sobre os jogos, mostrando como um modelo econométrico que não leva em conta nenhuma variável "esportiva" consegue prever com bastante precisão o quadro de medalhas dos jogos (o professor Daniel K. N. Johnson, do Colorado College, mostra isso desde os jogos de Sydney, em 2000):
- Um gráfico de dispersão da BBC com a relação peso x altura dos atletas olímpicos. Na versão interativa, dá para ver que tipo de atleta você poderia ser (no meu caso, é de grande conforto saber que é só melhorar um pouco meu coeficiente gordura / músculos para eu me tornar um halterofilista de sucesso):
- Gráfico do relatório da Goldman Sachs sobre os jogos, mostrando como um modelo econométrico que não leva em conta nenhuma variável "esportiva" consegue prever com bastante precisão o quadro de medalhas dos jogos (o professor Daniel K. N. Johnson, do Colorado College, mostra isso desde os jogos de Sydney, em 2000):
- Um gráfico de dispersão da BBC com a relação peso x altura dos atletas olímpicos. Na versão interativa, dá para ver que tipo de atleta você poderia ser (no meu caso, é de grande conforto saber que é só melhorar um pouco meu coeficiente gordura / músculos para eu me tornar um halterofilista de sucesso):
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quarta-feira, 11 de julho de 2012
Frases do Dia - Favorecimento do Governo
Government-granted privileges are pathological. Privileges limit the prospects for mutually beneficial exchange—the very essence of economic progress. They raise prices, lower quality, and discourage innovation. They pad the pockets of the wealthy and well-connected at the expense of the poor and unknown. When governments dispense privileges, smart, hardworking, and creative people are encouraged to spend their time devising new ways to obtain favors instead of new ways to create value for customers. Privileges depress long-run economic growth and threaten short-run macroeconomic stability. They even undermine cultural mores, fostering cronyism, blurring the distinction between productive and unproductive entrepreneurship, and eroding people’s trust in both business and government.
Da conclusão de um ótimo trabalho de Matthew Mitchell, do Mercatus Center da George Mason University. Vale a leitura completa - os exemplos que ele usa são dos EUA, mas dá para encontrar equivalentes do Brasil em todas as categorias.
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terça-feira, 10 de julho de 2012
Gráfico do Dia - Ibovespa em 2012 (até agora)
Não sei se serve de consolo para alguém saber que, descontando as duas maiores quedas entre seus membros (OGX e PDG - cuidado com empresas com nomes de três letras!), o Ibovespa não está assim tão mal neste ano (claro, se esses papéis não estivessem no índice os pesos seriam outros, assim como toda essa conta). Em todo caso, aí vai:
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segunda-feira, 9 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Leituas da Semana Gloriosa
- Duas coleções de dados interessantes: Merrill Lynch com um looooooooongo histórico de vários preços; UBS sobre o estado da economia brasileira.
- Liaquat Ahamed e porque ser banqueiro deveria ser chato.
- The Economist sobre Seth Klarman.
- Uma história ilustrada do Fed.
- Entrevistas do Correio Braziliense sobre os 18 anos do Plano Real: FHC e Edmar Bacha.
- A mão frouxa da regulação brasileira com insider trading.
- A "Putinização" do México, com a volta do PRI ao poder.
- 88 livros que moldaram os EUA, selecionados pela Biblioteca do Congresso.
- Três passos para refutar qualquer argumento.
- Wall Street Journal sobre os 50 anos de Garota de Ipanema.
- A melhor página de acadêmico do mundo?
- A enorme lista de livros de verão do Edge. Por lá, fiquei sabendo que em Outubro sai nos EUA a autobiografia do grande Benoît Mandelbrot. O que Bill Gates está lendo.
- A Granta dedicada a jovens autores brasileiros.
- Qualquer um pode escrever um artigo de matemática pura. O meu tem alguns coautores de peso.
- Como comentar em grandes portais de notícias. Não use por aqui.
- Mais uma vez, a ciência confirmando a sabedoria popular.
- Como os bisões vão ajudar a transformar os EUA em um império comunista.
- Liaquat Ahamed e porque ser banqueiro deveria ser chato.
- The Economist sobre Seth Klarman.
- Uma história ilustrada do Fed.
- Entrevistas do Correio Braziliense sobre os 18 anos do Plano Real: FHC e Edmar Bacha.
- A mão frouxa da regulação brasileira com insider trading.
- A "Putinização" do México, com a volta do PRI ao poder.
- 88 livros que moldaram os EUA, selecionados pela Biblioteca do Congresso.
- Três passos para refutar qualquer argumento.
- Wall Street Journal sobre os 50 anos de Garota de Ipanema.
- A melhor página de acadêmico do mundo?
- A enorme lista de livros de verão do Edge. Por lá, fiquei sabendo que em Outubro sai nos EUA a autobiografia do grande Benoît Mandelbrot. O que Bill Gates está lendo.
- A Granta dedicada a jovens autores brasileiros.
- Qualquer um pode escrever um artigo de matemática pura. O meu tem alguns coautores de peso.
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- Como os bisões vão ajudar a transformar os EUA em um império comunista.
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Gráfico do Dia - Investimento Estrangeiro
Do enorme relatório anual da UNCTAD sobre investimento global - Brasil está entre os países de maior potencial / atratividade.
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Som da Sexta - Muse
Não é nem pelo Muse (banda nota 5,5), mas esse vídeo oficial dos Jogos Olímpicos é de arrepiar - e a música vai bem com ele.
P.S. Este blog tenderá ao insuportável para quem não gosta de esporte durante as Olimpíadas. Estejam avisados.
Obrigado ao Soneca pela dica.
P.S. Este blog tenderá ao insuportável para quem não gosta de esporte durante as Olimpíadas. Estejam avisados.
Obrigado ao Soneca pela dica.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Fronteiras da análise técnica - The Bullish Cyclist
A contribuição de Warren Buffett para o folclore a ciência:
“I don’t want to kid anyone in here, I’m not a technical analyst. Charts are for those who haven’t got the patience to value an investment. In fact the only time I check charts is to determine whether the bullish cyclist is signalling a buy. If it is, I tell the Mungster to ramp me up at least six yards of the stuff”
Via 1 Percent Blog.
Mais fronteiras da análise técnica: o Velociraptor e o Vampire Black Swan.
“I don’t want to kid anyone in here, I’m not a technical analyst. Charts are for those who haven’t got the patience to value an investment. In fact the only time I check charts is to determine whether the bullish cyclist is signalling a buy. If it is, I tell the Mungster to ramp me up at least six yards of the stuff”
Via 1 Percent Blog.
Mais fronteiras da análise técnica: o Velociraptor e o Vampire Black Swan.
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quarta-feira, 4 de julho de 2012
Gráficos (qualitativos) do dia
Interessantes e não têm nada a ver com economia e finanças (será que há uma relação?). Clique para aumentar:
- Via Gastronomica, o "food space" de Pierre Bourdieu (1979)...
... e sua atualização:
- Via Information is Beautiful, uma classificação das ideias:
h/t The Big Picture
- Via Gastronomica, o "food space" de Pierre Bourdieu (1979)...
... e sua atualização:
- Via Information is Beautiful, uma classificação das ideias:
h/t The Big Picture
terça-feira, 3 de julho de 2012
Frases do Dia - O Mal Estar na Civilização
Negrito meu:
Louise Richardson, now the vice chancellor of the University of St. Andrews, in Scotland, combined an assistant professorship in government at Harvard with mothering three young children. She organized her time so ruthlessly that she always keyed in 1:11 or 2:22 or 3:33 on the microwave rather than 1:00, 2:00, or 3:00, because hitting the same number three times took less time.
Do ultracomentado texto de Anne-Marie Slaughter para a The Atlantic, Why Women Still Can't Have It All. O texto é bom e honesto, mas se conforma com uma visão de sucesso que me deixa profundamente incomodado. Devo andar precisando de férias.
Louise Richardson, now the vice chancellor of the University of St. Andrews, in Scotland, combined an assistant professorship in government at Harvard with mothering three young children. She organized her time so ruthlessly that she always keyed in 1:11 or 2:22 or 3:33 on the microwave rather than 1:00, 2:00, or 3:00, because hitting the same number three times took less time.
Do ultracomentado texto de Anne-Marie Slaughter para a The Atlantic, Why Women Still Can't Have It All. O texto é bom e honesto, mas se conforma com uma visão de sucesso que me deixa profundamente incomodado. Devo andar precisando de férias.
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segunda-feira, 2 de julho de 2012
Tony Judt e o capitalismo dos nossos tempos
Tinha prometido colocar aqui alguns trechos do último capítulo (The Banality of Good: Social Democrat) do último Tony Judt, Thinking the Twentieth Century. Para economistas, é o capítulo mais interessante do livro. Aí vai o material para pensar:
Página 340:
Adam Smith argued that capitalism does not in itself generate the values that make its success possible; it inherits them from the pre-capitalist or non-capitalist world, or else borrows them (so to speak) from the language of religion or ethics. Values such as trust, faith, belief in the reliability of contracts, assumptions that the future will keep faith with past commitments and so on have nothing to do with the logic of markets per se, but they are necessary for their functioning.
Página 346:
The rates of growth in industrializing societies were thus typically 7 or even 9 percent - pretty much as they are in China today. What this indicate is that high rates of economic growth do not typically suggest prosperity, stability or modernity. They were long thought to be transitional features.
Página 347:
The loss of equilibrium that Keynes and his generation experienced with the First World War and the collapse of Edwardian, and therefore Victorian, certainties and security, is the most important informing sentiment in his theoretical writings.
Página 354:
All six of the foreign ministers who signed the European Steel and Coal Community, the foundation of institutionalized European economic cooperation, were Catholics: from Italy, France, largely Catholic West Germany and the Benelux countries.
Página 355:
We do well to recall that it was only a new generation of Anglo-American-inclined economic theorists and policy makers who claimed that planning as such was a failure. (...) English disillusion with planning was a by-product (not altogether justified) of disillusion with nationalization and the state control of the economy.
Página 358:
We need a similar renewal of attention to what lies under our noses. Today so many of us live in gated communities, physical enclaves that keep one kind of social reality out and also preserve another kind of social reality from intrusion. These enclosed micro-societies reassure their beneficiaries that since they are paying for their own services, they are not responsible for the expenses and demands of the society outside the gates. This makes them reluctant to pay for services and benefits from which they perceive no immediate private gain.
What gets lost here, what is corroded in the distaste for common taxation, is the very idea of society as a terrain of shared responsibilities.
Página 359:
None of the water-starved, western states of the U.S. could survive a year without the American equivalent of what the European think of as regional subsidies.
Página 360:
The appearance of individual self-reliance is part of the myth of the American frontier. Destroy that or, rather, let it be destroyed, and you destroy part of our roots. This is a defensible and even reasonable political argument - there is no reason in principle why Americans should not pay to maintain whatever they consider most American about their heritage. But as an argument it has nothing to do with capitalism, individualism or the free market. On the contrary, it's an argument for a certain sort of welfare state - not least because of its unquestioned assumption thata certain sort of sustainable individualism requires a good deal of help from the state.
Página 361:
The effect of the dominance of economic language in an intellectual culture which was always vulnerable to the authority of "experts" has acted as a brake upon a more morally informed social debate.
Página 365:
So let's return to the capital markets: under today's arrangements, the losses of the biggest gamblers are covered sufficiently to ensure that people will, indeed, continue to take the risks but with no downside. Which means the risks they take will be ever less justified. If you don't have to worry about making the wrong decision, then there's a greater chance you will make the wrong decision.
Página 368:
... social policy should consist of creating the most educated electorate possible: precisely because the citizenry today are both more exposed to abuse and have more "authority" to abuse themselves than ever before.
Página 375:
Even at the height of the Iraqi absurdity, a majority of Americans favored huge government expenditure on under-articulated or straightforwardly dishones military ends, while claiming to believe in reducing taxation across the board, presumably including taxation that was intended to pay for military expenditure. Americans showed no interest in increasing the role of government in their lives, not realizing that they had just enthusiastically encouraged it to do just that in the most important ways in which government can intervene in their citizens' lives, namely fighting a war. This reveals an American collective cognitive dissonance that is very hard to overcome politically.
Página 386:
... the choice we face in the next generation is not capitalism versus communism, or the end of history versus the return of history, but the politics of social cohesion based around collective purposes versus the erosion of society by the politics of fear.
Evidentemente tem muito mais no livro, fica recomendada a leitura. Judt faz muitas perguntas relevantes, mesmo para quem não concorda com as respostas que ele mesmo fornece.
Página 340:
Adam Smith argued that capitalism does not in itself generate the values that make its success possible; it inherits them from the pre-capitalist or non-capitalist world, or else borrows them (so to speak) from the language of religion or ethics. Values such as trust, faith, belief in the reliability of contracts, assumptions that the future will keep faith with past commitments and so on have nothing to do with the logic of markets per se, but they are necessary for their functioning.
Página 346:
The rates of growth in industrializing societies were thus typically 7 or even 9 percent - pretty much as they are in China today. What this indicate is that high rates of economic growth do not typically suggest prosperity, stability or modernity. They were long thought to be transitional features.
Página 347:
The loss of equilibrium that Keynes and his generation experienced with the First World War and the collapse of Edwardian, and therefore Victorian, certainties and security, is the most important informing sentiment in his theoretical writings.
Página 354:
All six of the foreign ministers who signed the European Steel and Coal Community, the foundation of institutionalized European economic cooperation, were Catholics: from Italy, France, largely Catholic West Germany and the Benelux countries.
Página 355:
We do well to recall that it was only a new generation of Anglo-American-inclined economic theorists and policy makers who claimed that planning as such was a failure. (...) English disillusion with planning was a by-product (not altogether justified) of disillusion with nationalization and the state control of the economy.
Página 358:
We need a similar renewal of attention to what lies under our noses. Today so many of us live in gated communities, physical enclaves that keep one kind of social reality out and also preserve another kind of social reality from intrusion. These enclosed micro-societies reassure their beneficiaries that since they are paying for their own services, they are not responsible for the expenses and demands of the society outside the gates. This makes them reluctant to pay for services and benefits from which they perceive no immediate private gain.
What gets lost here, what is corroded in the distaste for common taxation, is the very idea of society as a terrain of shared responsibilities.
Página 359:
None of the water-starved, western states of the U.S. could survive a year without the American equivalent of what the European think of as regional subsidies.
Página 360:
The appearance of individual self-reliance is part of the myth of the American frontier. Destroy that or, rather, let it be destroyed, and you destroy part of our roots. This is a defensible and even reasonable political argument - there is no reason in principle why Americans should not pay to maintain whatever they consider most American about their heritage. But as an argument it has nothing to do with capitalism, individualism or the free market. On the contrary, it's an argument for a certain sort of welfare state - not least because of its unquestioned assumption thata certain sort of sustainable individualism requires a good deal of help from the state.
Página 361:
The effect of the dominance of economic language in an intellectual culture which was always vulnerable to the authority of "experts" has acted as a brake upon a more morally informed social debate.
Página 365:
So let's return to the capital markets: under today's arrangements, the losses of the biggest gamblers are covered sufficiently to ensure that people will, indeed, continue to take the risks but with no downside. Which means the risks they take will be ever less justified. If you don't have to worry about making the wrong decision, then there's a greater chance you will make the wrong decision.
Página 368:
... social policy should consist of creating the most educated electorate possible: precisely because the citizenry today are both more exposed to abuse and have more "authority" to abuse themselves than ever before.
Página 375:
Even at the height of the Iraqi absurdity, a majority of Americans favored huge government expenditure on under-articulated or straightforwardly dishones military ends, while claiming to believe in reducing taxation across the board, presumably including taxation that was intended to pay for military expenditure. Americans showed no interest in increasing the role of government in their lives, not realizing that they had just enthusiastically encouraged it to do just that in the most important ways in which government can intervene in their citizens' lives, namely fighting a war. This reveals an American collective cognitive dissonance that is very hard to overcome politically.
Página 386:
... the choice we face in the next generation is not capitalism versus communism, or the end of history versus the return of history, but the politics of social cohesion based around collective purposes versus the erosion of society by the politics of fear.
Evidentemente tem muito mais no livro, fica recomendada a leitura. Judt faz muitas perguntas relevantes, mesmo para quem não concorda com as respostas que ele mesmo fornece.
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